No momento em que o sensor da câmera capta a imagem, alguns pontos do sensor podem "esquentar" mais que o normal, e o resultado é que alguns pontos brancos ou coloridos são registrados erroneamente pelo sensor.

Como digitalizar suas fotografias antigas

Pontos coloridos que aparecem na imagem sem explicação podem ser hot pixels (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Perfeccionismo querer se livrar dos "hot pixels"? Depende da necessidade do fotógrafo. "Hot pixels" são um incômodo para quem precisa fotografar ou filmar ambientes mal iluminados e clicar longas exposições com frequência. Também podem ser um problema na ampliação de detalhes ou impressão em grandes formatos.

Numa sessão fotográfica, há casos em que você tem só uma oportunidade para registrar determinado momento. Caso você tenha a infelicidade de utilizar uma configuração que propicia o aparecimento dos "hot pixels", provavelmente você terá que passar um bom tempo retirando os pontos brilhantes.

Pontos claros na imagem são evidenciados na ampliação de uma imagem (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

No exemplo acima, os recursos de tratamento da câmera e a redução de ruído do Photoshop não foram suficientes. Como foi necessário ampliar uma parte da imagem, já perdemos um pouco a nitidez. Ao aplicar o filtro para redução de ruído, a nitidez foi mais afetada ainda. Foi necessário utilizar o pincel de recuperação para manchas em vários pontos da imagem.

Imagens com diferentes configurações de sensibilidade ISO e velocidade (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Na análise acima, observamos que a combinação entre longa exposição e alta sensibilidade agrava o surgimento de anomalias na imagem. A longa exposição continua gerando boas imagens com uma sensibilidade baixa. Mas para fotografar time lapses com exposições acima de dois minutos, as imagens geradas certamente precisarão de tratamento.

Já em vídeos, principalmente em cenas mal iluminadas, é impossível não notá-los. Ainda mais quando o vídeo é exibido em televisões com mais de 40 polegadas. Mesmo quando captado em Full HD, eles são perceptíveis.

Vídeos captados em locais com iluminação precária evidenciam os hot pixels (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Quando o sensor realmente precisa de uma análise técnica, utilizar configurações recomendadas para evitar os pontos brilhantes não é suficiente, conforme observado na imagem abaixo.

Mesmo clicando com alta velocidade os hot pixels aparecem em s
... ensores com mal desempenho (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Há vários motivos que levam o aparecimento dos "hot pixels". Dois deles é o mal desempenho do sensor e sensores danificados.

Mal desempenho do sensor

Com câmeras avançadas é possível fotografar com baixa luminosidade sem a necessidade de flash ou utilizando longa exposição, sem o aparecimento de defeitos na imagem.

Câmeras tecnicamente limitadas ou que possuem componentes de baixa qualidade, estão sujeitas a gerar imagens com baixa qualidade, baixa definição, muito ruído e "defeitos" evidentes na imagem como inúmeros "hot pixels".

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No teste abaixo, utilizamos uma câmera que possibilita a configuração manual da sensibilidade no modo vídeo, para verificar qual configuração torna os "hot pixels" mais perceptíveis. Gravamos vídeos com a tampa da câmera, e o resultado esperado, seria uma imagem totalmente escura.

Detalhe de frames de vídeo capturado com diferentes configurações de sensibilidade ISO (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Os problemas foram observados quando utilizamos as sensibilidades ISO de 800 a 1250. A partir da sensibilidade ISO 1600, os "pontos coloridos" desapareceram. Como o sensor não está danificado, esta quebra não faz sentido. Os "hot pixels" deveriam aparecer cada vez mais fortes à medida que aumentamos a sensibilidade. Isto indica mal desempenho do sensor ou a ativação oculta de tratamento de ruído a partir de certa sensibilidade. Resta ao usuário estudar as limitações do equipamento e configurar manualmente para registrar boas cenas escuras.

O valor do equipamento pode ser um indicador de qualidade do sensor. Mas não se engane. Câmeras profissionais com valores acima de R$ 10.000 também apresentam "hot pixels" em imagens registradas com longa exposição ou com sensibilidade ISO alta. Porém, como o tamanho das imagens é gigante, eles passam despercebidos.

Sensores danificados

Câmeras que apresentam um número mínimo de "hot pixels" são consideradas "em perfeito estado". Um dos principais fabricantes de câmeras informa que imagens capturadas com velocidade abaixo de 1/4 de segundo, sob boas condições de iluminação, não devem apresentar "hot pixels". Caso isto ocorra, provavelmente o sensor da câmera esta danificado e a solução recomendada é acionar o suporte técnico.

Se o equipamento estiver na garantia, realize os procedimentos de limpeza do sensor e lentes conforme orientações do manual para não violar os termos da garantia. Envie imagens para o suporte técnico avaliar e fornecer um diagnóstico prévio e negocie uma solução aceitável. A câmera deve ser trocada ou reparada caso a qualidade da imagem final seja afetada.

Um problema comum, ao invés de pontos, é o aparecimento de "linhas" brancas na imagem. Este tipo de problema pode ser resolvido ativando a "redução de ruído", que trataremos a seguir, mas isto já representa um problema mais grave no sensor.

Exemplos de danos a sensores de câmeras causados por exposição direta a raio laser (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Fique atento ao fotografar ou filmar ambientes com lasers, pois eles danificam o sensor sem cerimônia. O fabricante pode encarar isto como "mal uso", e o reparo exige a troca do sensor, ou seja, a garantia pode te deixar na mão. Filtros específicos protegem suas lentes e também o sensor, mas no caso de raio laser, tenha atenção para não deixar incidir diretamente no sensor.

Pode ser sujeira no sensor da câmera?

Sujeira no sensor ou na lente gera pontos escuros na imagem, e não pontos claros. Mas o acúmulo, principalmente no sensor da câmera, é prejudicial ao equipamento. Se a sujeira pode causar ou agravar o número de "hot pixels"? Não há informações que comprovam este fato.

Sujeira no sensor gera pontos escuros na imagem (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Câmeras DSLR recentes contam com sistema interno de limpeza do sensor. Basta executar os comandos de acordo com o manual do equipamento para realizar a limpeza. Caso o equipamento não possua um sistema de limpeza, realize a limpeza manual ou contrate o serviço de um especialista.

Câmeras DSLR geralmente contam com sistema interno de limpeza de sensor, acionado através do menu (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

A troca das lentes é um dos principais motivos que levam a sujeira se acumular no interior de câmeras DSLR. Portanto, evite remover a lente da câmera desnecessariamente ou em locais impróprios.

Câmeras compactas que não oferecem sistema interno de limpeza de sensor provavelmente necessitarão de uma breve "internação" na assistência técnica. É comum o acúmulo de impurezas quando a câmera é exposta à maresia, neve, umidade ou poeira, e uma simples limpeza pode resolver seus problemas.

Confira dicas de como imprimir fotos 'perfeitas' em casa

Algumas compactas oferecem proteção de fábrica contra umidade e poeira, e são recomendadas para quem gosta de clicar em ambientes extremos. Neste caso, as chamadas câmeras de ação pedem ser uma boa pedida, pois são comercializadas com cases de proteção.

Câmeras à prova de água também protegem interior contra poeira e umidade (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Compactas à prova d'água também são recomendas, como a Nikon AW110 e a Cybershot DSC-TF1. Acesse nossa matéria sobre o opções de compactas resistentes. Confira dicas sobre limpeza de câmeras DSLR. Leia também nosso comparativo entre duas câmeras de ação, que oferecem cases resistentes a água, choque e poeira.

Há soluções alternativas?

Além da substituição do sensor, existem soluções práticas para amenizar os "hot pixels", como a atualização do "firmware", a redução de ruído, o mapeamento de pixels ou utilizar uma lente com grande abertura.

Atualização do "Firmware"

Semelhante a uma "atualização do sistema operacional", alguns fabricantes oferecem atualização de firmware de câmeras. Uma atualização de firmware geralmente corrige uma série de problemas, dentre eles, melhorias no mapeamento de pixels defeituosos, melhorias na redução de ruído e de "hot pixels".

Cada marca exige procedimentos específicos para cada modelo, e certamente será necessário o auxílio de um computador e conexão com a internet, cabo USB e cartão de memória. Informações sobre atualização de "firmware" são encontradas na seção de suporte e download, do site dos fabricantes.

Para atualizar o firmware de uma câmera é necessário consultar o manual ou o suporte técnico (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

A desvantagem deste método é que nem sempre o fabricante se dispõe a desenvolver novos firmwares para todos os modelos, principalmente para os mais básicos.

Ativando a redução de ruído ("noise reduction")

Câmeras avançadas oferecem configurações e recursos que tratam pequenos defeitos na imagem, como um "Photoshop" dentro da própria câmera.

Quanto mais alta a sensibilidade ISO, maior é a granulação da imagem e a ocorrência dos "hot pixels". Velocidades baixas (acima de 1/4 de segundo) também contribuem para torná-los ainda mais evidentes. No menu de configuração, procure pelo termo "redução de ruído" ("Noise Reduction - NR") e ative o recurso.

Redução de ruído ativada através do menu de configurações (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Apesar do NR amenizar, o problema continua existindo no sensor da câmera. Caso agrave, acione o suporte técnico o quanto antes. Outra questão, é que há uma ligeira perda de nitidez ao ativar a redução de ruído. Esta "amaciada" é semelhante ao efeito de esmaecimento dos programas de edição de imagem ("blur"), mas vale a pena utilizá-lo.

Com a redução de ruído ativada os hot pixels são eliminados ou amenizados (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Mapeando pixels defeituosos

Em algumas câmeras é possível mapear pixels "defeituosos" ("pixel mapping"). A própria câmera identifica a localização exata de cada um destes pixels e atribui a eles cores menos contrastantes.

Alguns modelos fazem este mapeamento automaticamente, imperceptível ao usuário, como quando baterias novas são inseridas na câmera. Em outros modelos é necessário acionar o mapeamento através do menu de configurações.

O mapeamento de pixels identifica a posição de pixels defeituosos e atribui cores não contrastantes (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Assim como a redução de ruído, o mapeamento dos pixels "disfarça" um erro. Esteja ciente que o problema ainda existirá.

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Um procedimento popular entre usuários das DSLR Canon é acionar a limpeza manual, em que o espelho da câmera é levantado. O próximo passo é aguardar 30 segundos, com a câmera apontada para o chão, e por fim desligar o equipamento. Há relatos do desaparecimento total ou parcial dos "hot pixels".

Acionar a limpeza manual e aguardar cerca de 30 segundo tem sido uma solução alternativa de usuários das DSLR Canon (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Uma explicação plausível para o sucesso deste método é que a própria câmera mapeia os pixels defeituosos, os tornando quase imperceptíveis. Vale a pena tentar, já que este procedimento não coloca seu equipamento em risco.

Utilizando lentes com grande abertura

Lentes com grande abertura, também conhecidas como "lentes claras", permitem captar imagens com mais qualidade em ambientes mal iluminados.

Com elas, a câmera força menos a sensibilidade, o que permite o usuário "utilizar menos ISO" (entre 100 e 400, por exemplo), gerando imagens com menos ruído (granulação). Também permite diminuir o tempo de exposição, esquentando menos o sensor, e reduzindo a quantidade de "hot pixels" gerados.

Alguns modelos de câmeras compactas, possuem lentes "f/1.8", consideradas lentes claras. Para as DSLR, existe uma vasta lista de lentes "f/1.8", dentre elas, a popular 50 mm.

Há opções de lentes para DSLR e câmeras compactas que possuem grandes aberturas, ideais para cenas escuras (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Dúvidas sobre lentes e siglas? Confira a matéria do TechTudo que explica o significado das siglas que diferenciam lentes e suas especificações.

Gravando imagens no formato RAW ou TIFF

Por definição, uma imagem JPG é uma imagem compactada. O sistema de compactação "resume" uma imagem, excluindo informações imperceptíveis para os olhos humanos para diminuir o tamanho dos arquivos. Assim, é possível gravar mais imagens num cartão de memória ou enviar uma grande quantidade de imagens pela internet, por exemplo.

O problema é que este sistema pode interpretar pontos brancos como algo muito importante, os tornando ainda maiores. Por este motivo, quando a imagem é gerada pela câmera num formato descompactado, como o formato RAW ou TIFF, é possível ter mais controle sobre o que sacrificar ou não na imagem.

Imagens em maior resolução permitem tratamento mais agressivo sem a perda de nitidez (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

A desvantagem deste método, é que os arquivos RAW e TIFF maiores que os JPG. Isto limita a capacidade do cartão de memória câmera e do HD do seu computador. Além disso, o processo de conversão pode tomar algum tempo.

Programa RawTherapee é uma solução gratuita para revelação digital de imagens (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Caso seu computador não possa ler arquivos RAW, utilize programas gratuitos como o RawTherapee e o Darktable. O Lightroom da Adobe é uma solução bastante popular entre profissionais da fotografia.

Conclusão

Como os "hot pixels" estarão sempre presentes em suas imagens, observe se a quantidade aumenta ao longo do tempo e acione o suporte técnico dentro do período da garantia. Caso a garantia tenha expirado, utilize os recursos de tratamento automático da câmera ou utilize programas de edição como o Lightroom ou Photoshop. Mas se fizer questão do desempenho máximo do sensor da câmera, entre em contato com o fabricante e solicite a troca ou reparo do equipamento.

Pode parecer estranho, mas uma altíssima sensibilidade ISO (utilizada para fotografar ambientes escuros, por exemplo) é comumente anunciada como um diferencial das câmeras, mesmo quando geram imagens granuladas de baixa qualidade. Os fabricantes sabem disso. Cabe ao consumidor optar por uma câmera que capte imagens com uma qualidade aceitável, e/ou uma lente própria para ambientes mal iluminados.

Fabricantes que reconhecem um problema na linha de montagem podem oferecer recall gratuito aos usuário, como a Nikon ofereceu aos proprietários da D810. Parte da produção apresentou um defeito que apresentava um aquecimento do sensor fora do "normal", o que gera um grande número de "hot pixels". Através de um hotsite é possível verificar se o número de série da câmera pertence aos lotes defeituosos, e a troca é gratuita.

hot pixels (Foto: Reprodução/Adriano Hamaguchi)

Outro ponto estranho, é que os fabricantes afirmam que os "hot pixels" aparecem e desaparecem com o tempo e não os consideram um defeito, mas sim um fenômeno natural quando o sensor é forçado, principalmente em longas exposições.

Possivelmente câmeras saem de fábrica com alguns pixels já mapeados. Considerando que uma imagem tem milhões de pixels, 100 pixels defeituosos ainda representaria uma efetividade de 99,99%, um padrão de erro aceitável em termos industriais.

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Fique atento às soluções malucas, como utilizar aspirador de pó na câmera ou bater no equipamento para tentar "deslocar" a sujeira do sensor. Procedimentos de limpeza não recomendados pelo fabricante podem danificar a câmera permanentemente. Consulte o manual e sempre utilize equipamentos próprios para limpeza de câmeras.

Desmontar uma câmera viola os termos da garantia do equipamento, além de exigir tipos de chaves específicas e cuidados extras para manipular seus componentes. Esteja consciente que isto é arriscado e pode aumentar o número de impurezas dentro da câmera.



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