Os celulares com resistência militar prometem oferecer mais durabilidade ao adotar materiais resistentes. O nome chega a impressionar, e vem levantando curiosidade porque mais smartphones à venda no Brasil trazem o recurso. Os componentes reforçados podem compor tanto a tela, quanto o revestimento do telefone. Para aqueles consumidores que buscam resistência sem precisar de acessórios, a certificação pode ser uma boa alternativa. Confira a seguir como funciona a resistência militar nos aparelhos.
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O que é resistência militar?
A resistência militar nos celulares ou tablets é apenas um dos segmentos em que este padrão é aplicado. A certificação é usada para atestar a durabilidade de aparelhos. A resistência militar se trata de um padrão estabelecido para a fabricação de equipamentos que passam por uma série de testes. Se forem aprovados, recebem o “selo” de que foram submetidos às condições estabelecidas pelo Departamento de Defesa dos Estados Unidos, o que garante que passaram por mais de 20 testes.
Conhecido por MIL-STD, o padrão militar se destaca por entregar smartphones que responderam positivamente a 29 testes realizados. O padrão mais conhecido é o MIL-STD 810G, implementado em outubro de 2008 e presente em celulares como o LG K51S.
Por outro lado, outra versão mais recente foi aprovada em 2019, o MIL-STD 810H. Estas versões propõem alterações e são revisadas pelos órgãos responsáveis de modo a atualizar regularmente alguns aspectos destes testes. A próxima revisão está prevista para 2024.
Como são feitos os testes?
Primeiro de tudo, é importante dizer que os smartphones não passam necessariamente por todos os testes que são realizados nos armamentos, por exemplo. O que se sabe é que a testagem leva em consideração resistência a quedas, umidade e temperatura. A exemplo disso, o recém-lançado LG Velvet foi um dos celulares submetidos à avaliação. Ele passou por 26 testes de queda da altura de 1,22 metro e continuou funcionando.
O Galaxy XCover Pro, da Samsung, também chegou a passar por 22 etapas. Ele foi examinado sob temperatura de aproximadamente 71 °C, sofreu exposição à radiação solar, imersão na água, exposição à chuva, poeira e até mesmo névoa salina.
Os testes são realizados tanto em laboratório, quanto em ambientes externos, para simular situações próximas da realidade. Dentre a gama de avaliações ainda estão os testes de altitude, de baixa temperatura, choque térmico, chuva com vento, umidade, resistência à água e poeira, vibração, queda em trânsito e alta temperatura. Cada um dos processos têm uma nomenclatura, como por exemplo o teste de choque térmico, que leva o nome de “método 503.5”, dentro dos padrões MIL-STD 810G.
Significa que o smartphone é inquebrável?
Não. Ao reproduzirem as avaliações em laboratórios próprios, algumas fabricantes podem deixar de examinar a resistência da maneira ideal. Desse modo, por mais que haja a declaração de certficação militar, o celular pode vir a ceder em situações extremas.
Na prática, isso significa que ao cair numa poça, por exemplo, o celular pode vir a apresentar alguns defeitos posteriormente. Essa situação foi percebida pelo especializado Android Authority. Os analistas detectaram que um dos botões do Doogee S90, celular com resistência militar, deixou de funcionar ao entrar em contato com uma pequena quantidade de água quando caiu no chão.
Há limites de temperatura?
Os testes podem chegar até 71 °C, como já foi executado em 2019. Por examinar o desempenho em condições reais, as avaliações levam em consideração as temperaturas das regiões, mesmo quando
A umidade é um fator atrelado a temperatura e, por isso, também é considerada na hora de testar a durabilidade. As condições climáticas reproduzidas também levam em consideração ambientes quentes e secos.
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Quem inventou a certificação?
A certificação foi criada pelo Departamento de Segurança dos Estados Unidos para testar armamentos, peças para veículos, embarcações marítimas e aeronaves que poderão ser utilizadas pelos militares. Os testes abrangem muitos segmentos, inclusive os eletrônicos, cujo padrão utilizado é o MIL-STD-461F. Estas avaliações oficiais podem precisar de um investimento de cerca US$ 25.000 (R$ 138.800 no câmbio de hoje) para serem realizadas e as provas são feitas dentro de aproximadamente duas semanas.
A resistência militar não é uma característica própria para smartphones ou tablets, mas sim um teste com grande abrangência para avaliar o desempenho e a durabilidade de aparelhos que precisam entregar o máximo de eficiência, mesmo em situações extremas. A certificação utilizada nos smartphones teve sua primeira versão introduzida em 1962. Com o passar dos anos, foi modificada para atender a novas demandas.
Resistência militar é o mesmo que proteção IP?
A resistência militar é uma certificação diferente da IP. A sigla em inglês que significa Ingress Protection (IP) é um indicativo de proteção contra água e outros líquidos, assim como poeira e outras impurezas. Estas duas letras geralmente vêm acompanhadas por outros dois números, sendo o primeiro de 0 a 6 e o segundo de 0 a 9. Esses dígitos revelam o grau de resistência do smartphone em relação aos elementos água e poeira.
Os que apresentam o número 1, por exemplo, resistem à sólidos com 50 mm de diâmetro, enquanto aqueles que trazem o número máximo, ou seja, o 6, são totalmente resistentes à poeira. No caso da resistência à água, quando apresenta o número 9, o aparelho aguenta imersão de até 1 metro.
Já a resistência militar testa outros quesitos. Também entram na avaliação as condições mais extremas, como é o caso do teste com gelo, névoa e radiação solar. Os testes que são realizados sob condições proporcionadas no laboratório podem reproduzir situações muito extremas, diferente daquelas examinadas e garantidas pela certificação oferecida pelo IP. Tanto é que os dois certificados podem ser encontrados em um só telefone. Assim como é possível que um smartphone tenha apenas um dos certificados.
Com informações de Android Authority e Department of Defensetest Method Standard
>>> Veja o artigo completo no TechTudo
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