A Intel revelou o desenvolvimento de um processador que busca imitar a forma como o cérebro humano funcionado. Chamado de Loihi, o chip é composto por 130 mil “neurônios”, de acordo com a própria fabricante. A ideia é que ele seja usado em estudos e pesquisas voltadas para a evolução da inteligência artificial.

De acordo com a Intel, o Loihi deve ser capaz de aprender sozinho, encontrando respostas e criando conhecimento necessário para livrar-se de tarefas – assim como você.

Novo processador da Intel tem neurônios e sinapses em vez de núcleos e transistores (Foto: Divulgação/Intel)

Compostos dos tais 130 mil neurônios eletrônicos, por sua vez ligados uns aos outros por 130 milhões de sinapses, módulos neuromórficos do processador terão estruturas programáveis que permitirão a adaptação do conjunto a cada nova tarefa realizada.

Esse mecanismo é possível porque o Loihi não funciona de forma binária – tradicionalmente, uma CPU interpreta conjuntos de 0 e 1. O chip é capaz de atribuir pesos a cada instrução de forma que os dados que são processados pela máquina sejam filtrados de acordo com a relevância.

A intenção da Intel é investigar novos designs de processadores que possam oferecer maior eficiência em aplicações como a inteligência artificial. Por conta disso, o Loihi se distingue de uma CPU convencional por empregar um modelo de funcionamento que foge dos mecanismos tradicionais pelos quais um processador opera.

Hoje, para resolver um problema ou realizar uma instrução qualquer, processadores resolvem uma grande quantidade de taref

... as numa ordem pré-estabelecida, sempre uma de cada vez.

Com o Loihi, a Intel procura criar um modelo de processador que seja capaz de quebrar esse funcionamento sequencial, operando de forma similar ao cérebro, dando espaço para que várias instruções sejam realizadas ao mesmo tempo.

Aplicações

A Intel deu alguns exemplos de situações em esse tipo de tecnologia pode ser aplicada no futuro. Um equipamento médico com um processador similar ao Loihi poderia determinar, de forma autonôma, qual é o ritmo cardíaco saudável de um paciente. Com essa informação em mãos, o equipamento seria capaz de reconhecer sozinho quando o coração passasse a bater rápido ou devagar demais.

Antes desse cenário, no entanto, o Loihi deverá ser destinado a institutos de pesquisa e universidades pelo mundo ao longo de 2018. A ideia é que pesquisadores utilizem o Loihi em seus trabalhos e amadureçam a tecnologia da inteligência artificial com o chip.

Chips neuromórficos

Os chamados processadores neuromórficos, modelados de acordo com o funcionamento ideal do cérebro humano, não são uma novidade. Entretanto, ao longo dos anos, nenhuma das tentativas de criar um computador capaz de aprender e de operar de forma mais distante do padão binário das máquinas comuns rendeu um processador que fosse mais eficiente do que os convencionais.

Em 2016, a IBM chamou alguma atenção com a criação do DeepNorth: o processador conta com 1 bilhão de neurônios e 256 milhões de sinapses.

Via: Intel e The Verge

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