O Final Fantasy 12 The Zodiac Age retorna agora, mais de 10 anos depois, com gráficos em alta definição e outras novidades no PS4. Quando Final Fantasy 12 foi lançado, no PS2, em 2006, causou certa estranheza por ser o primeiro título principal da série (e offline) a mudar completamente seu sistema de combate. O game, porém, foi elogiado justamente por conta de sua ousadia, ao apresentar lutas quase que em tempo real. Além disso, o jogo agradou pelo mundo gigantesco para exploração e a novidade de poder “programar” seus aliados durante a partida. Veja, na análise a seguir, o que mudou e como ficou a remasterização do clássico.
De volta a Ivalice
Na história, nenhuma mudança. O Final Fantasy 12 continua tão bom quanto gostávamos na época em que saiu pela primeira vez. O jogo é centrado em Vaan, jovem que se envolve em uma história de rebelião e traições, ao lado de seu grupo de amigos – e aliados – na luta contra o império. Quem já jogou o original, vai se sentir em casa, quem está jogando pela primeira vez, será surpreendido a cada cena.
O jogo ainda se passa no mundo de Ivalice, o mesmo de Final Fantasy Tactics, e conta a história da luta entre os impérios de Archada e Rozarria. É neste cenário que Vaan e seu grupo são pegos de surpresa e o jogador assume o comando. Apesar da premissa bem simples, Final Fantasy 12 tem uma das histórias mais densas e complexas de toda a série em seu desenvolvimento. Além disso, terminar Final Fantasy 12 vai demorar umas boas horas, talvez semanas, se o jogador se dedicar muito – não só pela natureza
O visual “repaginado”
O Final Fantasy 12 The Zodiac Age ganhou visual repaginado e caprichado. O jogo é um “remaster”, e não um remake completo. Ainda é possível reparar que se trata de um game de PS2, mas relançado com gráficos mais bonitos. Alguns modelos dos personagens ainda possuem detalhes “quadradões” nas mãos e pés, por exemplo, além do cabelo, praticamente em forma de textura. Mas não pense que o jogo está feio.
Praticamente todas as texturas foram refeitas do zero e tiveram sua resolução aumentada. Isso se traduz em imagens mais claras em cada canto do jogo: cenários, armaduras de personagens, armas e, claro, nas criaturas imensas que aparecem ao longo da saga. Os efeitos de luz também foram refeitos e outros foram adicionados. Assim, temos magias com muito mais destaque visual e modelos de personagem mais valorizados.
Porém, não foi só o visual de Final Fantasy 12 que ganhou um novo trabalho. A parte sonora também foi refeita do zero. A primeira grande novidade é a possibilidade de jogar com dublagem em inglês ou japonês. Já a trilha sonora pode ser selecionada entre a original e a inédita, gravada com orquestra. Fica ainda melhor: os jogadores podem optar entre jogar com qualquer dos idiomas ou tipo de trilha sonora, em tempo real, mudando no menu do game. Isso tudo transmitido com qualidade de som 7.1 – o que permite mais clareza nos sons e falas. O capricho da Square Enix em todos esses pontos é claro, pois ela sabe que estamos diante de um dos jogos mais queridos da série.
Conteúdo jogável
Se em termos técnicos, Final Fantasy 12 The Zodiac Age representa grande evolução para um relançamento, no quesito jogabilidade ele se destaca de forma ainda maior. A principal delas é o sistema que dá nome ao relançamento: o Zodiac Job System. Nele, o jogador precisa definir uma classe para seu personagem, também de forma parecida com o que acontece em Final Fantasy Tactics.
O sistema não é 100% inédito. Ele apareceu no relançamento original do jogo, em 2007, mas ficou exclusivo do Japão. Pela primeira vez, os jogadores ocidentais podem conferir de perto como o sistema funciona. O Zodiac Job System é simples, mas ao mesmo tempo altamente estratégico: cada personagem pode escolher sua classe por meio de um “license board”, ou um quadro de licenças. O "license board" deixa utilizar equipamentos únicos e pré-definidos – e evolui de acordo com o nível de cada um, permitindo desbloquear mais habilidades.
Na versão japonesa, era possível definir apenas um job para cada personagem e o game não permitia mudar mais tarde. Neste relançamento em alta definição, o jogador pode ir além e dar uma segunda classe a cada um de seus heróis. Isso abre o leque de opções e deixa variar as estratégias, como criar um especialista em magia de cura e, ao mesmo tempo, atacante excepcional. Ou seja, a opção é mais uma prova de que este relançamento não é apenas uma “versão de luxo desnecessária”, mas sim um trabalho cuidadoso.
O modo Trials é outra novidade de respeito. São 100 desafios, cada um com um nível crescente, que apresenta lutas contra as mais variadas criaturas do mundo de Final Fantasy 12. As batalhas são variadas e incluem grupos de monstros e chefões únicos, que já foram encontrados na história ou não. Este modo oferece surpresas, além de boas recompensas para quem vencer cada desafio, que varia entre dinheiro e itens raros para ajudar na progressão do enredo.
Por fim, mas não menos importante, Final Fantasy 12 The Zodiac Age tem outras melhorias técnicas, como um mapa que pode ser sobreposto na tela para facilitar a exploração – similar aos games da série Diablo. Há ainda o “speed boost”, que faz com que a velocidade do jogo fique dobrada e mais rápida. O recurso é primordial para quem já jogou tudo e está aproveitando por uma segunda vez, para “platinar” ou qualquer outro objetivo extra.
O Final Fantasy 12 The Zodiac Age traz de volta aquele que é considerado um dos melhores “Final Fantasy” e não é por um acaso. O game, que já era bom e bonito no original, fica ainda melhor neste “pacote recheado”, para fãs ou novatos.
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