Alguns usuários certamente vão dizer que demorou para acontecer. Fato é que órgãos de defesa do consumidor começaram a rosnar para grandes empresas dos setores de tecnologia e telecomunicações. Estão em pauta questionamentos sobre condutas que podem prejudicar os clientes.
Enquanto lá fora nós vemos as chamadas Big Tech fritando no Congresso dos Estados Unidos ou pagando multas bilionárias ao braço executivo da União Europeia, no Brasil ainda são tímidos os movimentos para frear marcas que, na concepção de alguns, fazem o que bem querem – sem limites.
Por ora, as ações se concentram em produtos recém-lançados ou em ofertas de serviços que tiram proveito de conceitos pouco explicados, distantes da realidade da população. A impressão é de que as coisas são feitas para deixar o cliente em dúvida. Sabemos que um consumidor que não sabe todos os elementos pode tomar uma decisão pior.
Tome como exemplo o caso da Apple, que no mundo quase inteiro decidiu retirar o carregador e o fone de ouvido da caixa da nova linha de iPhones – modelos com preço salgado, a partir de R$ 6.999 em território nacional. Foi um chororô nas redes sociais depois do evento que anunciou a novidade. O público não comprou a justificativa de que querem proteger o meio ambiente.
Pelo menos duas entidades não gostaram nada desta história. O Procon do Estado de São Paulo e a Secretaria Nacional do Consumidor solicitaram esclarecimentos à empresa da maçã. Com direito a todas as formalidades: envio de ofício e prazo para responder – normalmente envolvem o Departamento Jurídico.
Fontes ouvidas por mim disseram que são pequenas as chances de os órgãos de defesa do consumidor aplicarem alguma punição. Isto porque a empresa é muito clara em informar o que acompanha ou não o smartphone. Não haveria quebra de expectativa na relação de consumo, eles me disseram.
Um grande conhecedor deste mercado chegou a sugerir boicote aos produtos da maçã. Novamente, difícil imaginar que um usuário que tirou proveito do iPhone na última década abandone o produto por causa de um carregador de R$ 199.
Ainda assim, as incômodas perguntas foram endereçadas à companhia. Elas sinalizam que tem gente de olho e apta a agir em situações mais graves. Ao mostrarem serviço, as entidades também reafirmam a própria existência e abrem caminho para o recebimento de novas denúncias.
A temática do 5G também colocou o Procon-SP em rota de colisão com a Motorola e a Samsung. Ele quer saber quais produtos à venda no país são compatíveis com a próxima geração da internet.
Aqui cabe lembrar: o leilão fundamental para liberar novas radiofrequências de 5G está previsto para o segundo semestre de 2021. Até lá, o Brasil não terá a internet de quinta geração na sua potência máxima.
Em ofício à Claro, a entidade vai além: questiona também a cobertura, as limitações da rede e as autorizações dos órgãos competentes (oi, Anatel). A verdade é que o Procon-SP tenta desfazer uma confusão que ficou notória no material publicitário da operadora, que coloca as letras “5G” bem grandes. O consumidor desavisado fica achando que é o sucessor do 4G, quando na verdade é o 5G DSS, uma etapa intermediária até chegarmos ao aguardado leilão.
Os setores de tecnologia e telecomunicações são essenciais para que o país avance em educação, economia e cidadania digital. Foi-se o tempo em que vigorava a imagem de uma “terra sem lei”. Muito pelo contrário, há leis sim, que precisam ser respeitadas. Há também um amadurecimento do mercado, com consumidores que devem ser tratados com transparência e responsabilidade – por exigência legal.
No frigir dos ovos, estes questionamentos passam a men
Thássius Veloso é jornalista especializado em tecnologia, setor que cobre há dez anos. É editor do TechTudo e comentarista da CBN e da GloboNews. Entre em contato pelo email [email protected].
Confira as colunas anteriores
- Golpe do sorteio de streaming: seja mais esperto que os malandros
- O Pix vem aí para sepultar as tarifas de TED e DOC
- Agora é o pior momento para comprar celular
- A nova moda é ver vídeos com ritmo acelerado. Modernidade ou ansiedade?
- Deixe o Bluetooth do celular ligado. Ele pode salvar vidas.
- O pagamento por aproximação veio para ficar. Você já conhece?
- O apocalipse dos aplicativos está mais perto do que você imagina
>>> Veja o artigo completo no TechTudo
Mais Artigos...
- Free Fire: atualização de aniversário leva Hot Zone às ranqueadas
- Google Maps: aprenda como adicionar um lembrete de viagem
- Desafio 10 Years Challenge vira moda no Instagram; saiba como fazer
- Como funciona o Google Drive? Saiba tudo sobre serviço de armazenamento
- Como impedir que o Windows use a palavra 'atalho' ao criar ícones
- Como transformar fotos em pinturas com o Enlight 2 para iPhone
- Carcassonne e Ticket To Ride são os jogos grátis para PC na Epic Store
- WoW Classic: desenvolvedores dão detalhes sobre o novo game
- Circuito Desafiante 2020: horário e como assistir à final ao vivo
- Mira no CS:GO: dicas para melhorar crosshair e subir no rank do jogo
- Samsung Pay aceita pagamentos online em apps e lojas conveniadas
- Serasa online: sete serviços gratuitos para consultar no site
- Como apagar mensagens diretas (DMs) no Twitter
- Confira os melhores “macetes” de Pokémon Go
- Como funciona o modo de economia de energia do celular
- Mi Mix Fold: Xiaomi apresenta primeiro celular dobrável
- Promoção de apps e jogos na Amazon oferece grátis pacote de até R$235
- Como fazer vídeos profissionais no celular com o app FiLMiCPro
- App Bradesco fora do ar? Usuários reclamam que serviço não abre
- Como jogar Vainglory no PC