Normalmente, ter muito de alguma coisa é considerado espetacular! Mas aqui não estamos a falar de batatas fritas no prato, ou de Euros na conta bancária… Estamos a falar de núcleos e threads nos nossos processadores. Afinal de contas, sabia que é possível ter ‘cores’ a mais?
(Especial) Sabia que é possível ter núcleos a mais no processador do nosso PC!?
Portanto, é provável que já tenha reparado no aumento massivo de núcleos físicos nos processadores desktop nos últimos meses. Ao fim ao cabo, a AMD já meteu a Intel no bolso ao apresentar o Ryzen 9 3950X com uns impressionantes 16 núcleos e 32 threads, um simples processador pensado para o mercado de consumo tradicional. (Nem sequer vamos falar dos processadores Threadripper ou EPYC, que já andam a brincar aos 64 núcleos e 128 threads)
Dito isto, ter mais núcleos e threads de processamento dá quase sempre um bom ‘boost’ em aplicações multi-thread como situações de rendering e afins. Contudo, também temos o outro lado da moeda, em que ter mais núcleos pode mesmo resultar numa baixa de performance!
Como é que mais núcleos pode ser igual a menos performance?
No fundo, é algo bastante simples de perceber… Afinal, quantos mais núcleos implementarmos num processador, mais energia vamos ter de enviar para cada um deles. O que por sua vez, irá dar origem a mais calor que terá de ser dissipado. Assim, visto que os núcleos estão localizados num espaço extremamente pequeno, as fabricantes acabam por ter problemas em resolver a questão do calor e TDP.
Portanto, de forma a evitar o calor e consumo de energia, vai ser necessário baixar a frequência base e ‘boost’. Aliás, é exatamente por isto que temos a tal frequência ‘Boost’, visto que é no fundo uma maneira de chegar a níveis de performance mais altos, enquanto a temperatura assim o permite.
Se por acaso usa o seu computador para aplicações que dão primazia à performance single-thread, talvez seja boa ideia esquecer o número de núcleos! (Exemplo: Os jogos!)
De forma bem curiosa, um processador de 18 núcleos Extreme Noob Killer, pode realmente ser mais lento que um processador mais barato e menos apetrechado!
É que além do problema do calor e consumo de energia, com muitos núcleos no mesmo processador, temos também o problema do acesso à memória do sistema. Visto que quando temos muitos núcleos, estes têm de ser separados em ‘pacotes’, que por sua vez terão acesso ao seu próprio controlador de memória, e chips de memória.
O que pode causar problemas graves quando usamos programas pesados, devido ao atraso que os núcleos poderão apresentar entre si. Bem… Mais ou menos, as fabricantes têm isto em conta, por isso, cada controlador de memória já está pronto a lidar com a situação… Apresentando uma pequena baixa de performance como resultado de toda a organização.
Ter mais núcleos não significa obrigatoriamente mais performance!
Se por acaso pensa que a AMD apenas chegou ao mundo dos 6 ou 8 cores com os processadores Ryzen… Está muito enganado!
É que a antiga arquitetura FX Bulldozer também tinha uma contagem de núcleos muito interessante. Contudo, ficou sempre atrás de todas as ofertas da Intel, que eram compostas por processadores Dual Core e Quad Core.
Bem, a arquitetura Bulldozer não é realmente o melhor exemplo, visto que era um bocado aldrabada. (Cada núcleo equivalia na realidade a 1/2 núcleo). Ainda assim, o que interessa perceber é que nem sempre mais é igual a melhor.
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