Tech Galaxy S8 e S8 Plus: testamos os celulares da Samsung com 'tela infinita'
O Galaxy S8 e o Galaxy S8 Plus estão entre nós. Depois de muitos (muitos mesmo!) vazamentos, finalmente a Samsung revelou ao mundo os celulares top de linha que chegam ao mercado com a chamada "tela infinita". A tela ocupa de uma ponta à outra do smartphone, o que no fim das contas resulta em uma experiência mais sofisticada de uso.
Estamos caminhando para um futuro em que o telefone celular basicamente se resumirá à tela com as informações que o usuário deseja consultar. No caso do S8 e S8 Plus, o display ocupa 83% da face do smartphone, com direito à tecnologia AMOLED que faz as imagens serem mais iluminadas e as cores, muito mais vibrantes.
Lançamento do Galaxy S8: saiba tudo, inclusive preço e especificações
Finalmente os sul-coreanos aboliram o modelo com tela plana (também chamada de flat). Lembra que no ano passado eles anunciaram um Galaxy S7 ainda com display reto e o Galaxy S7 Edge, aí sim com tela curva? Essa bagunça acabou: o que diferencia os dois modelos é puramente o tamanho, enquanto todo o resto permanece inalterado.
O Galaxy S8 tem display de 5,8 polegadas. Parece uma enormidade, mas há alguns truques para melhorar a pegada do dispositivo. A traseira também tem vidro curvado, por exemplo, em adição ao que se percebe logo de cara nas laterais curvadas. Com isso, o novo Galaxy fica mais ergonômico durante o uso.
Galaxy S8 Plus é o nome dado ao modelo com display maior, de 6,2 polegadas - este sim parece grande demais. Provavelmente os vendedores da Samsung vão indicá-lo para as pessoas que têm mãos maiores, enquanto o modelo tradicional será aquele considerado "pau para toda obra".
O fim do botão home como conhecemos
Pode reparar: os celulares da Samsung no seu bolso ou no de seus amigos possuem como marca registrada três botões físicos que ficam na área inferior da frente do telefone, logo abaixo da tela. Eles servem para abrir os aplicativos mais recentes, exibir a tela inicial ou voltar à atividade anterior. Tem sido assim faz muito tempo, com a Samsung resistindo aos botões virtuais que fazem exatamente as mesmas coisas.
Não mais no Galaxy S8. O botão home e os outros dois companheiros se tornaram digitais, numa decisão que serve para adicionar "mais tela" ao smartphone. A novidade faz sentido, pois não é necessário interagir com essas funcionalidades quando o usuário está assistindo a um vídeo da galeria de imagens, do YouTube ou do app da Netflix. As atividades multimídia serão mais imersivas, segundo a companhia.
Os novos botões virtuais funcionam exatamente conforme o esperado. No caso do home, porém, há um
O recurso lembra o novo botão home do iPhone 7, embora não seja tão preciso. Se o usuário estiver em alguma tela que, por qualquer razão, tenha escondido os três botões sempre presentes, bastará pressionar aquela área para retornar ao menu inicial. Ficou muito bem feito.
Te cuida, Siri
Falando em botões, a Samsung dedicou um especialmente à nova função batizada de Bixby. A assistente virtual controlada por voz tenta repetir aquilo que a Siri (Apple), Cortana (Microsoft), Alexa (Amazon) e Google Now (obviamente, Google) já realizam em outros modelos de telefone. O usuário fala comandos que são executados pelo dispositivo como num passe de mágica, embora com falhas ainda recorrentes.
Ainda há muito a melhorar nesse campo das assistentes virtuais. Por vezes elas não entendem o que dizemos ou não conseguem reproduzir orientações mais sofisticadas. A Bixby chega com a promessa de dar um passo à frente nesta seara. Por exemplo, tente dizer a ela "Envie as fotos mais recentes da viagem à Lisboa para a Carol no WhatsApp". De acordo com o diretor da Samsung brasileira, André Varga, no futuro será assim que a tecnologia vai funcionar. É uma possibilidade, portanto. Vale lembrar que a Bixby nem sequer entende o português no momento.
Algo mais concreto é o reconhecimento de imagens da assistente virtual. Abra o aplicativo da Bixby e aponte para um iPhone 6S, conforme fizemos. O software reconhece aquele produto e ainda oferece capinhas protetoras. Numa segunda tentativa, a tecnologia não foi esperta a ponto de reconhecer um gorro multicolorido. Em vez disso, entendeu que se tratava de um bicho de pelúcia, e na sequência ofereceu – diretamente da loja da Amazon – vários itens similares para comprar.
A ideia por trás disso é trazer informações daquilo que a pessoa está vendo, mas não deseja pesquisar por meio de texto no Google. Há momentos em que a gente não sabe descrever o que está vendo, e a Bixby pode ajudar neste sentido.
A inteligência artificial é um pilar fundamental do funcionamento da assistente virtual. Agora que o recurso chegará ao mercado, é esperado que os sistemas da Samsung fiquem mais bem treinados para reconhecer imagens do nosso cotidiano. Por ora, ainda não é uma funcionalidade certeira. Há muito espaço para melhorias.
As especificações de sempre
Reparou que este texto até agora quase não falou da ficha técnica do Galaxy S8? Acontece que os smartphones premium já funcionam muito bem e trazem o suprassumo da indústria da mobilidade. Já é assim faz dois ou três anos. Algumas especificações acabaram recebendo um papel coadjuvante. De toda forma, aposto que você tem dúvidas, então vamos a elas.
Neste lançamento, por exemplo, a câmera principal continua com 12 megapixels. Deve ser a mesma do Galaxy S7, do ano passado, porém com atualizações. O consumidor pode esperar fotos espetaculares e um excelente desempenho em ambientes de baixa luminosidade, tal qual na geração anterior.
O Galaxy S7 e o iPhone 7 Plus competiram cabeça a cabeça para ver quem levava o título de celular com a melhor câmera de 2016, pois qualquer das opções é formidável. O S8 deve seguir essa mesma lógica.
Quem gosta de selfies tem um motivo a mais para desembolsar a grana pedida neste smartphone: a câmera frontal pulou de 5 para 8 megapixels. Ainda não foi possível testar a fundo o componente supostamente mais parrudo, e por isso vamos deixar o veredito para o review final do S8 e S8 Plus. A perspectiva é boa.
O processador é um octa-core da marca Exynos, pertencente à Samsung. Os mais aficionados por tecnologia devem estar se perguntando como fica a questão do processador Snapdragon 835, fornecido pela Qualcomm. Eis a resposta oficial: este modelo será usado exclusivamente no mercado americano.
Os sul-coreanos repetiram a mesma memória RAM de 4 GB usada no ano passado. A funcionalidade de recarga rápida marca presença novamente, com promessa de entregar cinco horas de bateria após 15 minutos de permanência do telefone na tomada. Eis aí uma função que faz muita falta ao iPhone.
A tela enorme fez com que o leitor de impressões digitais se mudasse para a parte de trás do telefone. Donos de modelos de outras fabricantes já se queixaram da ergonomia ruim dessa construção industrial, mas trata-se de uma tendência e as pessoas terão que se acostumar a colocar o dedo atrás do smartphone top de linha para desbloqueá-lo.
O Galaxy S8 traz outras tecnologias de proteção das informações do usuário a partir da biometria: reconhecimento facial e scanner de íris, este último similar ao do Galaxy Note 7, modelo do ano passado que será lembrado por muito tempo como um dos maiores fiascos do setor de tecnologia.
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Resumo da ópera
Trocando em miúdos, o Galaxy S8 tem o que há de mais moderno em tecnologia para dispositivos móveis. A tela é enorme, brilhante, confortável de usar. O design é elegante, ergonômico, com o diferencial da tela curva, que passa a ser uma marca registrada da linha S da Samsung. O hardware é poderoso e o software recebeu melhorias para comportar os novos botões virtuais.
Para completar, o Android 7.0 Nougat recebeu um tema visual também sofisticado, com belos ícones e tipografias. Resta saber qual será seu desempenho do TouchWiz, um problema visto em gerações anteriores de smartphones da principal concorrente da Apple.
Ao menos nas primeiras impressões não há o que criticar no Galaxy S8. Não há falhas aparentes, apesar de estar certo de que o teste mais completo irá desnudar problemas. Ele chega ao mercado para bater de frente com o suposto iPhone 8, é bem verdade, mas no momento precisa se preocupar com o LG G6. O smartphone da LG também tem tela gigante (sem curvas) e cantos arredondados. Algumas pessoas até diriam que os dois telefones se parecem.
O Galaxy S8 tem preço a partir de US$ 720 nos Estados Unidos, o que dá por volta de R$ 2.245. Não é preciso ter bola de cristal para dizer que vai custar bem mais do que isso no Brasil. Quando ele chega ao mercado nacional? Ainda não se sabe, mas o país é visto como prioritário por executivos da Samsung. Lojistas americanos vão recebê-lo a partir de 21 de abril.
A reportagem viajou para os Estados Unidos a convite da Samsung
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