Em Hitman 3, o Agente 47 volta aos videogames para finalizar a saga atual da franquia, “World of Assassination”. Neste terceiro capítulo, o protagonista deve enfrentar a Providence, uma poderosa organização do mundo do crime. Para isso, se alia ao seu amigo Lucas Grey e à sua chefe, Diana Burnwood. Sem mudar a gameplay, o novo título segue a mesma fórmula dos jogos anteriores, mas no melhor desempenho visto até hoje. Veja, no review a seguir, tudo o que achamos de Hitman 3 aqui na análise do TechTudo.
O jogo está disponível para PlayStation 4 (PS4), PlayStation 5 (PS5), Xbox One, Xbox Series X/S e PC. Vale dizer, portanto, que a versão testada pelo TechTudo foi a de PS4.
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A conclusão de uma trilogia
Hitman 3, como capítulo final de uma trilogia, apresenta um enredo já bem avançado, e, por isso, para iniciá-lo, é recomendável já ter jogado os games anteriores. Embora apresente uma recapitulação dos eventos ocorridos em Hitman 1 e 2, a apresentação deixa muito a desejar por ser pouco imersiva, exibindo apenas um texto com narração em tela preta. A história do jogo, no entanto, é fácil de ser acompanhada.
O enredo do novo game se desenrola por meio de uma pista do jogo anterior. Edward “A Constante”, após ceder uma informação para 47 e seus aliados derrubarem os principais sócios da Providence, acaba ocupando o vácuo de poder deixado por eles. Por isso, se torna o novo alvo do Agente. Ele acredita que, usando a estratégia certa, conseguirá vencer o assassino.
Todo o clima da história segue como em um filme de espionagem, muito frio, profissional e um pouco difícil de se envolver. Não há muita emoção, até mesmo em momentos que se esperaria dos personagens alguma demonstração a mais de dor. Isso não chega a ser um defeito, já que, em um game com o clima de Hitman, é natural que os personagem envolvidos reajam às situações com frieza.
Eliminar um alvo de muitas maneiras
A campanha de Hitman 3 consiste em seis fases no total. Apesar de inicialmente não parecer muito, o jogador pode passar bastante tempo em cada uma delas. Após completar uma fase no modo campanha, é liberada uma modalidade livre, em que o usuário pode retornar às fases para tentar uma performance melhor e experimentar algumas novidades.
As fases têm dezenas de desafios, que envolvem realizar certas ações ou matar alvos de maneiras específicas para ganhar mais pontos de experiência. Quanto mais o jogador "dominar" cada fase, mais opções são liberadas – entre elas, novos pontos de entrada e disfarces já estabelecidos. Isso ajuda a deixar as fases sempre com uma sensação inovadora e diferente.
Para garantir que os jogadores não fiquem perdidos nesse mar de opções, existem as "histórias", que funcionam como caminhos predeterminados que podem ser seguidos para realizar um assassinato fora do comum. É possível descobrir essas histórias ocasionalmente, ouvindo conversas de personagens pelo cenário. Se o usuário preferir, pode não utilizar esses guias para descobri-las por conta própria.
Há três níveis de dificuldade diferentes, que realmente funcionam bem e mudam o ritmo do jogo. Na Casual, dificuldade mais voltada para a diversão, é permitido cometer muitos erros, como, por exemplo, eliminar seus alvos de forma desajeitada e dar cabo de testemunhas com força bruta. Já no modo Professional, o desafio é mais justo: alguns erros são permitidos, mas o usuário precisa ficar atento aos detalhes da execução de seu plano. Enquanto isso, o Master é para jogadores que querem mais imersão, sem ganhar auxílio visual do game.
Todas as fases e "histórias" são bem criativas e realm
Há uma fase específica que traz um mistério de assassinato, em que o Agente 47 pode se disfarçar de detetive para resolvê-lo. Ela faz grandes referências aos livros de Agatha Christie. Já o final do jogo é um pouco mais linear do que o restante das etapas, mas também surpreende pela sua ambientação e conclusão.
O melhor no que ele faz
No início de cada fase, o jogador recebe objetivos, além de alvos que precisam ser eliminados e, às vezes, alguma ação a mais que precisa ser realizada. Após completar o que for solicitado, é preciso, ainda, sair do local em segurança, o que também pode ser feito de várias maneiras diferentes.
A principal habilidade do Agente 47, além de eliminar seus alvos, está em sua capacidade de se infiltrar. A grande mecânica de "stealth" no game é não ser visto mesmo quando se está em plena luz do dia. Para isso, é preciso usar disfarces que garantam acesso a locais restritos no mapa. Cada um desses disfarces permite chegar um pouco mais perto do seu alvo.
Os disfarces têm um certo elemento de pedra, papel ou tesoura, já que alguns uniformes dão acesso a certas áreas, mas não a outras. Não há nenhum disfarce definitivo que, uma vez encontrado, dê acesso total à fase. Além disso, sempre há personagens que podem perceber o Agente 47 mesmo disfarçado. Portanto, se for fingir ser um segurança, saiba que o chefe do setor saberá que você não é um funcionário dele.
Todo esse jogo de aproximação é apenas um passo, já que, depois de tudo isso, ainda é preciso eliminar o alvo de fato. A parte mais difícil de todas é pegá-los quando estão sozinhos, sem seguranças. Isso exige um pouco de paciência e criatividade do jogador, que deve criar uma situação vantajosa para ganhar.
Sem tiroteios
A série Hitman sempre teve jogos voltados para stealth, mas, apesar disso, é possível ainda encontrar armas durante as fases. Um problema um pouco sério do game é que o seu sistema de tiro é terrível, lembrando um pouco os defeitos da jogabilidade encontrados em um outro título publicado pela Square Enix, Shadow of the Tomb Raider. Para se ter ideia, o controle do armamento é tão ruim que é mais fácil matar alguém arremessando um chifre de unicórnio do que disparando um fuzil de assalto.
Vale ressaltar, no entanto, que atirar não é uma parte central do game e que, em uma partida normal, o jogador sequer deve tocar em uma arma para vencer. Ainda assim, não é muito agradável que a jogabilidade de tiro apresente tantas dificuldades, caso em alguma situação este momento se faça necessário.
Gráficos e som
Visualmente, Hitman 3 é um jogo bem bonito. Há grandes cenários abertos e detalhados, com multidões de personagens para se mesclar e belos efeitos de iluminação. O tom sóbrio adotado evita que as cores sejam muito chamativas, além de dar um ar mais realista ao game. Os personagens são bem modelados, embora às vezes tenham um olhar vidrado, de bonecos. O Agente 47 possui uma grande quantidade de animações diferentes para todas as formas que consegue eliminar seus alvos.
A física "ragdoll" do jogo, que cuida do movimento de corpo dos personagens inconscientes, tem alguns problemas. Os corpos apresentam as tradicionais tremedeiras já usuais à técnica utilizada pela desenvolvedora, o que quebra um pouco a imersão do game. Em outros jogos, este problema parece muito menor, mas, em Hitman 3, a forma como o jogador lida com outros personagens é grande parte do game.
A parte sonora é competente, mas não chega a apresentar nada de excepcional durante o jogo. As músicas acompanham bem a ação e são normalmente suaves ao fundo. Os efeitos sonoros também fazem seu trabalho, e a dublagem é de boa qualidade, com destaque especial à voz fria do Agente 47. Infelizmente, o jogo não tem a opção de português do Brasil, nem mesmo para legendas em nosso idioma.
Conclusão
Hitman 3 é um bom final para a nova saga do Agente 47, com talvez um pouco menos de emoção do que seria esperado para uma conclusão. Há alguns defeitos, mas eles soam pequenos se comparados ao contexto inteiro do jogo, que oferece bastante diversidade. A criatividade das histórias e das fases permite que jogadores revisitem o game constantemente, sempre descobrindo algo novo. Decididamente, para usuários que já conheçam a série e para aqueles que desejam conhecê-la, Hitman 3 vale a pena ser jogado.
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