Deadly Premonition, Pathologic e Yume Nikki são exemplos de jogos com histórias que fogem do comum, misturam elementos sobrenaturais e bizarros. Os games podem, inclusive, deixar o jogador completamente perdido ao fim da narrativa, ou no mínimo com mais perguntas do que respostas. Na lista abaixo, o TechTudo selecionou esses e outros exemplos de títulos em que a história, premissa e gameplay resultam em uma composição que escapa das normas e, em alguns casos, até rendem intermináveis discussões de fãs por anos e anos na Internet.
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1. The Path
The Path é um jogo indie de terror de 2008, produzido pela Tale of Tales, com uma estética mais artística. Ele conta a história de seis garotas que se perdem em uma floresta e acabam atacadas por lobos. O game, que não chegou a ser um grande sucesso comercial, acabou gerando polêmica em virtude das interpretações que a narrativa, contada de forma abstrata, deixa em aberto.
Enquanto para alguns The Path é uma metáfora sobre o crescimento de cada um, para outros o jogo permite a interpretação de que, na verdade, a história é sobre meninas que acabam caindo nas mãos de predadores sexuais. A possível conotação ainda é reforçada pelas imagens de violência.
2. Yume Nikki
A premissa de Yume Nikki, jogo gratuito de 2005 para PCs, é a seguinte: você controla uma garota que nunca sai do seu quarto. A personagem tem sonhos bastante estranhos e confusos, cheios de simbolismo e elementos que parecem desconexos. À primeira vista, o jogo não conta uma história e só nos instantes finais faz menções a elementos que permitem ao jogador extrair algum sentido da experiência.
Com gráficos retrô, mesmo para a época, Yume Nikki acabou gerando vários fãs que ainda hoje exploram as referências do jogo. Jogadores discutem suas teorias e descobertas na Internet, e tentam desvendar o sentido real da história.
3. Deadly Premonition
Lançado em 2010 para Xbox 360 e PlayStation 3, Deadly Premonition tem elementos de sobrevivência e investigação misturados com uma história de suspense e terror. Geralmente comparado com a série Twin Peaks da TV, o jogo desenvolve em torno de Francis York Morgan, um agente do FBI com esquizofrenia e que tem um amigo imaginário com quem vive discutindo o cinema dos anos 1980. Outro desfecho da história envolve realidades paralelas.
O título ganhou ares mais cult com o passar dos anos, especialmente por conta da história estranha e difícil de acompanhar, combinada ao gameplay ousado, com personagens seguindo ciclos reais de 24 horas e um mundo aberto em escala. Apesar disso, Deadly Premonition não foi um grande sucesso no lançamento e tem até hoje o recorde no Guiness de “jogo de sobrevivência mais polêmico entre a crítica”. Em nosso review, o jogo ficou nota 4.
4. The Typing of The Dead
O título da Sega foi lançado para PCs e Dreamcast em 2000 com a premissa simples de horda de zumbis. A diferença é que, em vez de armas, sua forma de combater os mortos vivos era o teclado: o jogador precisa digitar com correção e agilidade palavras e frases para combater os zumbis em uma Veneza infectada. Typing of The Dead ganharia ainda um relançamento em 2013.
Como é um derivado do arcade – basicamente uma modificação em cima de The House of The Dead 2 de 1998 e que usava uma pistola – o jogo é bastante raso em história. O jogador controla dois agentes enviados para combater zumbis que aparecem em Veneza, depois que uma experiência de um banqueiro/cientista que quer dominar o mundo dá errado. O título tem três finais diferentes que são ativados dependendo de opções de diálogo no último chefão.
5. Pathologic
De origem russa, Pathologic é um jogo para PCs que surgiu em 2005 e aposta em uma estética mais artística. A história envolve uma doença misteriosa que atinge os moradores de uma pequena vila russa. O jogador, que pode escolher entre três personagens diferentes, precisa sobreviver, além de investigar a origem da doença.
Colocando assim, o RPG russo pode parecer mais um jogo convencional – porém, a particularidade é que a história é observada de pontos de vista diferentes, dependendo do personagem escolhido. Além disso, a natureza das quests que precisam ser concluídas em tempo também acabam gerando uma experiência única a cada jogada.
6. Catherine
Bastante conhecido, Catherine surgiu em 2011 para PS3 e Xbox 360 e conta a história de um sujeito atormentado por sonhos e pesadelos que surgem da sua necessidade de se confrontar com responsabilidades, amadurecimento e sentimentos. Com gameplay desafiador, o jogo apresenta quebra-cabeças e desafios que se passam ao longo dos sonhos do personagem.
A abordagem de temas maduros, a temática erótica e a história que desemboc no sobrenatural são traços que tornam a criação da Atlus um jogo difícil de resumir. Catherine cultiva uma geração de fãs e isso explica a resiliência do título, que ganhou relançamentos para PS4, PC, PS Vita e Nintendo Switch.
7. The Void
Da Ice-Pick Lodge, mesmo estúdio por trás de Pathologic, The Void surgiu em 2009 para PCs e coloca o jogador como um alma perdida em um vácuo entre vida e morte. No mundo praticamente monocromático de The Void, a cor é um tipo de moeda, mas também de medidor de energia. Você pode gastá-la e cedê-la a outros personagens, mas ao fazer pode acabar morrendo. Entretanto, não abrir mão da cor o impede de progredir no jogo.
Há ainda personagens – as Sisters – que são mulheres que pedem cor em troca de ajudá-lo. Ceder a elas irrita os Brothers, que irão atacá-lo caso você ceda cor às irmãs. A narrativa não indica em nenhum momento se há um lado bom nessa história toda e o jogo está aberto a interpretação do jogador.
8. Fahrenheit
Criado pela Quantic Dream (de Heavy Rain e Detroit: Become Human), Fahrenheit chegou ao PS2, Xbox e PC em 2005. O jogo, assim como os sucessos mais recentes do estúdio francês, aposta em uma narrativa imersiva e na ideia de filme interativo. O título conta uma história de assassinato sob a ótica de vários personagens e se desenrola em um desfecho que envolve zumbis, sobrenatural e até alienígenas.
Embora interessante por conter as origens dos jogos de maior sucesso da produtora, Fahrenheit está longe de ter a mesma qualidade dos títulos mais recentes da Quantic Dream. Além das limitações do hardware da época, a história confusa é uma das razões pelas quais o jogo não tem o mesmo apelo que outras produções do estúdio.
9. Stalin vs. Martians
Stalin vs. Martians é um jogo de estratégia em tempo real para PCs lançado em 2009 em que o jogador controla o ditador soviético em uma guerra contra marcianos. Como em qualquer game do gênero, a tarefa do jogador é enviar forças de combate para enfrentar os invasores e conceber abordagens estratégicas para o conflito. O usuário deve administrar recursos e tirar proveito de potenciais de suas forças, além de características do terreno.
O título não foi muito bem recebido e críticas pela baixa qualidade da produção acabaram encorajando sua remoção das lojas pouco tempo depois. Os desenvolvedores prometeram que iriam consertar os problemas e introduzir uma versão aprimorada do jogo, mas esse relançamento nunca ocorreu.
10. Dear Esther
O jogo em primeira pessoa envolve a exploração de uma ilha abandonada e pode significar várias coisas para diferentes jogadores. A princípio, entende-se que você controla um homem que relembra Esther, sua esposa presumidamente falecida em um acidente de carro. Com tons sóbrios, trilha sonora bastante melancólica e uma narrativa bastante triste, Dear Esther é o tipo de game que pode parecer aborrecido para alguns, mas tocar fundo nas emoções de outros.
Em Dear Esther, você explora uma ilha deserta e, aos poucos, ouve fragmentos da leitura de trechos de uma carta pelo personagem principal. Como os trechos apresentados podem mudar e são escolhidos aleatoriamente, cada nova jogada pode revelar traços novos da história e permitir compreender melhor o que aconteceu com Esther e a situação emocional do personagem. Bastante denso, o jogo nasceu como MOD de Half Life 2 e hoje está disponível para PCs, PS4 e Xbox One, além de smartphones.
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