Comprar uma placa-mãe é tarefa fundamental na hora de montar um novo PC. A peça é a base de todos os outros componentes de hardware, e vai variar de acordo com diversos aspectos, entre eles o processador utilizado, independente de for Intel ou AMD. Além disso, também é importante ficar de olho no suporte a recursos como overclock, ou até mesmo nas dimensões físicas, que podem indicar se um modelo vai ter determinadas tecnologias ou não. Pensando nisso, o TechTudo reuniu os principais pontos a serem observados na hora de escolher uma nova placa-mãe.

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Qual o tipo de processador?

A primeira preocupação que você precisa ter na hora de procurar uma placa é saber que tipo de processador você vai usar. Se você já tem uma CPU da Intel, ou vai comprar uma nova, precisará de placa-mãe compatível com os processadores da marca. O mesmo vale para AMD: uma placa feita para acompanhar processadores Ryzen não vai aceitar os Core i da Intel.

Depois de decidida a marca do processador, é preciso ter em mente a que geração ou família ele pertence porque isso vai decidir que tipo de soquete – o encaixe físico entre processador e placa – você precisa.

No momento, isso é mais simples com processadores da AMD, porque o único soquete em uso pela marca para os Ryzen e APUs (desde 2017) é o AM4. Se for seu caso, vale procurar diretamente por placas que tenham soquete tipo AM4.

Para chips Intel as coisas são um pouco mais complexas, já que a marca vive um período de transição: processadores de sexta, sétima, oitava e nona gerações encaixam em soquete LGA1151. Já modelos mais atuais, de décima geração, exigem o novo soquete LGA1200. Caso seu orçamento seja mais folgado, e você esteja de olho em produtos como Threadripper, da AMD, ou Core Extreme e Xeon, da Intel, os soquetes são, respectivamente, os TR4 e LGA2066.

Você faz questão de overclock?

Overclock é a prática na qual o usuário modifica parâmetros de operação do processador para que ele tenha acesso a mais energia e assim funcione mais rápido. O ônus do overclock está no risco de causar danos aos delicados circuitos internos do processador, além da reduçao de vida útil do componente.

Decidir se vai ou não fazer overclock é importante porque isso deve orientar sua busca a placas que ofereçam suporte à prática. Entre modelos para CPUs AMD, o overclock só é possível em placas-mãe mais caras.

Já no caso da Intel, o que restringe overclock é o modelo de processador. No entanto, é uma boa ideia pesquisar modelos de placas mais parrudos também para CPUs da marca. A razão está no fato de que placas-mãe gamer com foco em overclock trazem componentes eletrônicos de maior qualidade e durabilidade, como capacitadores e outros. Esse quesito é fundamental para que sua placa dê subsídios e estabilidade para o sistema em caso de overclock.

Mas, se você não faz questão de mexer com overclock, a boa notícia é que sua gama de opções aumenta, assim como caem os preços médios.

Qual chipset escolher

O chipset é um tipo de controlador responsável por uma série de funcionalidades da placa. O componente determina qual interface USB é suportada, tem impacto na quantidade de slots para placa de vídeo, interfaces para SSDs e HDs, entre outros exemplos. Como vimos anteriormente, chipsets para overclock também são mais caros.

A diferença entre modelos simples e opções mais caras dentro do portfólio de AMD e Intel está relacionada a pontos como número de portas USB suportadas, quantidade de slots PCIe x16 operando em 16 vias, número de portas SATA e questões relacionadas a configurações RAID. No fundo, é possível montar o um PC gamer podero

... so usando placa-mãe barata.

De uma forma geral, se seu PC gamer precisa apenas de uma placa de vídeo e de alguns drives para guardar seus dados, você pode cortar custos e escolher os chipsets de entrada de AMD e Intel. Do lado da Intel, são os H310, H370, Q370 e B370 para placas LGA1151 e H410, B460, H470 e Q470 nas LGA1200.

Um degrau acima, no caso da Intel, ficam os Z370 e Z470. Essas plataformas são mais equipadas e aparecem em placas top de linha do mercado gamer, suportanto ainda overclock com processadores compatíveis.

Sabe qual o modelo da sua placa-mãe atual? Veja como descobrir:

No caso da AMD, os chipsets de custo-benefício são A320, B350 e B450, dos quais apenas o primeiro não oferece overclock. Outro detalhe é que nem todos as placas com esses chipsets podem ser compatíveis com os Ryzen de terceira geração (A320 e B350 não têm suporte para processadores Ryzen de quarta geração). Quem deseja uma placa-mãe mais equipada pode ter chipsets AMD mais completos nos modelos X370 e X470.

Para ter suporte à quarta geração dos Ryzen já pode colocar na lista de compras placas que usem as novas edições das plataformas da AMD: os chipsets A520 em versões de entrada, B550 nas intermediárias e o X570 nas top de linha.

Quantidade de slots para memória e placas

No geral, placas-mãe terão quatro slots de memória RAM, permitindo com tranquilidade a configuração de sistemas com 16 GB, quantidade suficiente para jogos no momento, além de permitir ainda upgrades futuros. Placas menores, tipo mini-ITX, sacrificam slots por conta do espaço reduzido e podem ter apenas dois. Já opções maiores para o segmento HEDT podem chegar a oito.

Se você está montando um PC do zero, uma boa ideia no momento é ficar de olho em placas que já ofereçam PCIe 4.0 para instalar placa de vídeo. Mais recente, a quarta geração do barramento PCIe pode garantir que sua placa se mantenha atual por anos após a compra. Do ponto de vista de armazenamento, o PCIe 4.0 também se faz necessário porque permite o uso de SSDs de altíssima velocidade.

Outro aspecto é a quantidade de interfaces PCIe. Se você só precisa instalar uma placa de vídeo, não tem mistério: virtualmente 100% das placas-mãe no mercado atendem a esse critério. Mas, se forem necessários slots para hardware extra, como uma placa de captura ou aceleradora profissional de som, por exemplo, pode ser o caso de pesquisar com mais calma placas com mais slots PCIe disponíveis.

Dimensões, portas e interfaces

Placas-mãe podem variar bastante em dimensões físicas: quem pretende criar um PC compacto, para deixar na sala ou não tomar muito espaço, tende a escolher modelos tipo mini-ITX ou mATX. Compactas, elas reduzem bastante o volume tomado pelo computador, mas podem sacrificar recursos como número e variedade de interfaces para atingir o tamanho menor.

Em termos de portas, é importante ficar de olho na quantidade, já que há placas com 10 ou mais USBs, mas também nas gerações. Hoje, o padrão USB mais rápido é o 3.1 Gen2, que garante velocidades de até 10 Gb/s. Pode ser uma boa ideia garantir que sua placa tenha algumas dessas portas, mas também antigas USB 2.0 em que você pode conectar mouse e teclado sem nenhuma perda de performance.

Entradas USB-C também são desejáveis, e, se compatíveis com 3.1 Gen2, melhor ainda. Essas portas vão permitir conectar celulares e novos acessórios para aproveitar maior velocidade de carregamento e transferência. Há ainda placas top de linha com portas Thunderbolt 3, característica que pode ser relevante para usuários mais exigentes.

De resto, verifique se a porta Ethernet oferecida é padrão Gigabit, mais rápido, ou Fast Ethernet. Há modelos de placas com Wi-Fi integrado, mas lembre-se que isso não é regra e vale a pena consultar a ficha técnica de cada modelo em caso de dúvida. E, caso a placa não tenha Wi-Fi integrado, você terá que sacrificar um slot para instalar uma placa periférica de rede.

Preços

Placas-mãe são importantes, e isso não significa necessariamente gastar muito dinheiro para ter um PC poderoso, já que é possível ter uma unidade mais simples, abrindo mão de luxos, mas sem perder as principais qualidades para montar um bom computador.

No mercado nacional, há opçoes com chipset H110 da Intel, usado em modelos de entrada e compatível com processadores de sexta a nona gerações, por preços na faixa dos R$ 450. O mesmo vale para o chipset A320 da AMD, mas, caso seu chip seja de terceira geração, vale ficar de olho se a peça funciona com o chip. Placas com H310 para Intel e B360 para AMD também aparecem com preços interessantes, e opções melhores giram na casa dos R$ 600.

Já placas top de linha, com componentes eletrônicos de maior qualidade, suporte a overclock e recursos avançados, são mais caras. Há modelos com chipsets variados que podem começar na faixa dos R$ 1.100 e chegar fácil nos R$ 1.500.

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