A Apple liberou nesta quarta-feira (15) a aguardada função de eletrocardiograma para o Apple Watch no Brasil. A tecnologia é reconhecida por oferecer ferramentas para registrar os batimentos cardíacos diretamente no pulso dos usuários. O recurso também se tornou conhecido por identificar doenças do coração e salvar vidas ao redor do mundo.

Os donos do Apple Watch 4 e Apple Watch 5 podem usar o recurso após baixarem a atualização para watchOS 6.2.8 liberada nesta tarde. A Anvisa já havia dado o sinal verde para a função em maio, mas era necessário que a empresa liberasse um update para que os brasileiros pudessem ativá-la. Apesar da aprovação, o órgão ressalta que a tecnologia deve servir apenas em caráter complementar, ou seja, não substitui os exames médicos.

A principal característica da função é alertar os usuários sobre batimentos cardíacos atípicos. Ela é bastante usada para identificar sinais de fibrilação atrial, uma arritmia que pode até mesmo causar derrame. Para fazer uma varredura, é preciso que o usuário tenha mais de 22 anos e esteja com o Apple Watch 4 ou Apple Watch 5 conectado a um iPhone com iOS 13.6, também liberado nesta quarta-feira (15).

Para acionar o procedimento, basta colocar o dedo por 30 segundos na Coroa Digital (disco lateral do relógio). Depois disso, o smartwatch poderá identificar condições como ritmo sinusal, frequência cardíaca alta ou baixa. Porém, a Apple deixa claro que não é possível detectar ataques cardíacos, pressão alta ou colesterol alto.

O relógio ainda permite que o usuário descreva sintomas para dar um resultado com maior precisão. As versões mais recentes contam com eletrodos na parte de trás do dispositivo que são usados para fornecer o eletrocardiograma. A Apple usa serviços de localização para bloquear o eletrocardiograma em determinadas regiões, mas é possível ativar o recurso no exterior para usar em países bloqueados.

O recurso pode ser útil para avisar com antecedência de pessoas que podem estar correndo risco de vida. Isto aconteceu com o publicitário brasileiro Jorge Freire, que descobriu um ritmo cardíaco irregular por causa de um alerta do Apple Watch. O proprietário do blog Nerd Pai foi avisado pelo relógio inteligente que estava com 140 BPM (batimentos por minuto) por mais de dez minutos. Ele foi até o hospital e foi confirmado o quadro de taquicardia.

A publicação de Jorge que viralizou no Facebook dizia que não teria sido possível identificar a condição se não fosse o smartwatch. De acordo com o depoimento, ele estava apenas andando e não sentia nenhum sintoma. O caso chegou a repercutir no alto escalão da Apple e o CEO da Apple, Tim Cook, respondeu o e-mail do publicitário agradecendo o relato.

“Posso dizer que o Apple Watch 5 me salvou. Não estava sentindo nada e poderia ter ficado com essa taquicardia por horas. E o resultado disso, bem, você já sabe...”, afirmou.

O Apple Watch também tem outras funções úteis relacionadas à saúde, como é o caso da detecção de queda grave. A ferramenta identifica caso o usuário tenha caído de uma altura considerável e emite um alerta. É possível selecionar que está tudo bem,

... mas caso não haja resposta, o relógio aciona os serviços de emergência. A função fica ativada de forma nativa para pessoas de mais de 65 anos, mas é possível ligar o recurso manualmente nas configurações do aparelho.

A procura por smartwatches ao redor do mundo aumentou significantemente no primeiro trimestre de 2020. As vendas de smartwatches registraram um aumento de 12% mesmo em meio à pandemia da Covid-19. Apesar de levar a medalha de ouro no ranking de relógios comercializados, a Apple teve queda de 13% nas remessas.



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