O "robô cachorro" Spot, da Boston Dynamics, ficou famoso na Internet por conta de uma série de vídeos que mostram suas ações e agora está disponível para comprar. Com preço sugerido de US$ 74.500, aproximadamente R$ 400 mil, em conversão direta, sem impostos, o modelo já inspirou um episódio de série da Netflix e também participa da luta contra o coronavírus de diferentes maneiras.
Além disso, o equipamento também foi parte de uma discussão sobre maus tratos e ética no tratamento de robôs humanóides ou inspirados em animais. Confira abaixo mais detalhes sobre essas e outras curiosidades do robô cachorro da Boston Dynamics.
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Já está à venda
O Spot é o primeiro robô que a Boston Dynamics coloca a venda em 28 anos. Por US$ 74.500 é possível levar o “cachorro” para casa, embora, na prática, a aplicação do equipamento esteja mais voltada ao uso industrial. A Boston Dynamics descreve o Spot como “um robô quadrupede estável e dinamicamente equilibrado que pode navegar terrenos desconhecidos, sem estrutura ou antagônicos com facilidade”.
Na prática, o Spot é apenas um robô capaz de se locomover com facilidade e manter o equilíbrio, servindo como uma plataforma estável para capturar vídeos com a câmera que está embutida em sua estrutura. Cabe ao comprador criar rotinas, software e acessórios que tornem a plataforma útil em seu cenário de uso.
Luta contra o coronavírus
Antes de entrar em comercialização, o Spot acabou envolvido no combate à Covid-19. Uma unidade do robô foi adaptada pela Boston Dynamics para realizar os processos de triagem de casos suspeitos da doença em um hospital de Boston, nos Estados Unidos.
Equipado com um tablet e uma câmera, o Spot serve como intermediário no processo de diagnóstico remoto de pacientes suspeitos de terem contraído o coronavírus. Dessa forma, o Spot contribui para diminuição dos riscos para os profissionais da área da saúde, que podem interagir com os pacientes à distância por meio de vídeo.
Maus tratos?
Vídeos de profissionais da Boston Dynamics chutando o robô, para demonstrar sua estabilidade e capacidade de recuperar o equilíbrio com facilidade, abriram uma polêmica na Internet: é ético chutar um robô que, embora não seja um ser vivo, apresenta características que o aproximam de um? A discussão é interessante, e especialistas em inteligência artificial e direitos dos animais concordam em alguns pontos.
Um deles é de que, embora as imagens sejam incômodas durante esses testes, a ação só poderia ser considerada antiética caso o robô sentisse alguma dor. Além disso, as violações de direitos dos animais são um problema muito maior e mais frequente, merecendo o foco da discussão. De qualquer forma, a "maldade" dos técnicos com seus projetos virou sátira em um vídeo que questiona esse processo de forma bem humorada.
Inspirou episódio de Black Mirror
O episódio Metalhead, da quarta temporada de Black Mirror, mostra um cenário em que robôs, muito parecidos com o Spot, caçam sobreviventes de forma implacável. Charlie Brooker, criador da série, disse em entrevista para a Entertainment Weekly que a ideia “surgiu de vídeos da Boston Dyamics misturados com o que acontece no filme ‘Até o Fim’”.
"Caçar pessoas" é uma realidade que parece mais distante, mas usar o Spot para controlar o público em tempos de distanciamento social é uma realidade em Cingapura. Na cidade-estado, o Spot é usado como patrulheiro que se aproxima e avisa pedestres para manterem a distância uns dos outros nas ruas e parques da cidade.
Contr
A ideia de usar o robô como um tipo de dispositivo policial não é exclusividade da série Black Mirror. Em 2019, o departamento de polícia do estado de Massachusetts realizou um programa de testes em 2019 para adoção do robô em operações de segurança. A conclusão, no entanto, é de que a plataforma ainda não é adequada para o uso policial.
O resultado da análise, que acabou vazando na Internet, mostra que as autoridades pretendiam envolver o robô em ações do esquadrão antibombas. No entanto, o Spot mostrou desempenho irregular nas atividades do programa de testes.
Via Boston Dynamics, Daily Express, Ars Technica, The Verge (1 e 2), Washington Post, CNN
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