Se a gama Z da Sony pode ser equivalente à máxima qualidade que o dinheiro pode comprar no mundo Android, sem dúvida a geração Z3 encontra-se entre os seus smartphones favoritos. No entanto, desde Setembro de 2014 já um ano passou e, no que diz respeito aos smartphones, a tecnologia move-se à velocidade do vento.
Um ano depois, a Sony lança a geração Z5, pouco depois do relativo falhanço da problemática Z3+, amplamente prejudicada pelo sobreaquecimento do Snapdragon 810. Os Z5 recebem muita da estética e filosofia do Z3+, e chegam numa altura em que o Z3 base ainda tem muito sumo e continua um smartphone destacado.
Quão significativo é afinal o avanço entre as duas gerações de smartphones? Vamos comparar os dois pequenos Z3 Compact e Z5 Compact para descobrir.
As novidades do Z5 Compact
Por comparação ao seu antecessor, o Z5 Compact apresenta fundamentalmente incrementos significativos nas suas capacidades. O processador passa a ser o octa-core Qualcomm Snapdragon 810, que se possui uma velocidade de relógio inferior à do 801, tem obviamente mais capacidade para lidar com cargas elevadas de processamento.
Se a RAM se mantém nos 2GB, a verdade é que o Z5 apresenta chips LPDDR4 a 1600MHZ, face aos 933MHz da RAM LPDDR3 do Z3 Compact, significando, portanto, uma capacidade acrescida para tratamento de dados. No lado da memória ROM, os 32GB de armazenamento base são muito bem-vindos face aos 16GB do Z3.
Mais visível será a evolução a nível de câmaras. Se a de 20.7MP do Z3 Compact continua a ser das mais potentes no mercado, a sua câmara frontal de 2MP é definitivamente deixada para trás pelos 5MP da do Z5. Ligeiro boost também na câmara principal com 23MP e, claro, ópticas de elevada qualidade G Lens.
Z3 Compact vs Z5 Compact: a cosmética
O Z3 Compact é um smartphone extremamente esguio nas suas formas planas e rectilíneas, decididamente modernas. Graças à cintura de material plástico para amortecer as quedas que o rodeia, o Z3 parece incrivelmente fino.
Por comparação, o Z5 Compact parece notoriamente mais gorducho, envolto que está em laterais contínuas e sem quebras. No entanto, a linha de cintura é praticamente a mesma: os dois smartphones partilham as mesmas dimensões, com o Z5 a ser apenas 0.03mm mais espesso. O desenho do Z5 Compact parece pensado para maximizar o volume interior, sem grandes compromissos para o design, de modo a encaixar a potência extra do hardware.
Com o tempo habitua-mo-nos às suas laterais sem grandes interrupções que revelam alguns avanços em termos de engenharia. Ambos os equipamentos têm certificação IP 68 contra água, mas o Z5 Compact consegue-o sem a necessidade de esconder tudo atrás de uma porta com vedante. Em consequência, tanto o jack de 3,5mm quanto a porta micro USB se encontram à vista, esta última facilitando o carregamento do telemóvel e eliminando a usura expectável que se daria sempre que tivéssemos de levantar ou colocar a tampa que protege a porta no Z3.
Na traseira, ambos os smartphones são virtualmente indistintos, mas na lateral direita desaparece o já icónico botão prateado da Sony. É uma necessidade, já que o novo botão ovalizado incorpora o leitor de impressões digitais. Os restantes botões recebem uma ligeira mudança no seu posicionamento, tornando-se mais próximos.
O desenho do Z5 Premium é decididamente mais retilíneo, com cantos menos arredondados e, podemos dizer que leva algum tempo a que nos habituemos aos seus contornos. Acabam por nos conquistar em certa medida, no entanto, graças ao minimalismo. A traseira em vidro aveludado é sem dúvida uma marca da geração Z5 e mostra-se muito menos propensa a dedadas que o vidro brilhante do seu antecessor. Um ponto positivo, ainda que seja algo mais escorregadia.
As evoluções
O ecrã
Ambos os smartphones possuem exatamente as mesmas dimensões de ecrã, com a mesma resolução de 720x1280p, e poderíamos pensar que, por isso, a qualidade de imagem é essencialmente a mesma. Seria sem dúvida verdade se nos limitássemos ao Android normal e os seus ícones e necessidades. Aí, não será de todo pelo ecrã que trocaremos o Z3 pelo irmão mais novo.
No entanto, as mais recentes iterações do Sony BRAVIA Engine e tecnologia X-Reality operam maravilhas. As fotografias e vídeos apresentados pelo Z5 Compact possuem cores mais vibrantes, além de contrastes mais profundos, com os objectos a ganharem um excelente recorte. No global, a experiência é notoriamente superior no Z5, mesmo que, sem vermos ambos os smartphones lado a lado não o adivinhássemos.
Um senão é que o ecrã do Z5 Compact tem menos tonalidades azuis. Em consequência, há um amarelar muito ligeiro dos brancos, que dá a vantagem ao Z3 quando olhamos para imagens com céu. Em jogos e outras aplicações, alguns gostarão porventura mais do ecrã do Z3 Compact. Esta apreciação é, no entanto, estética e subjectiva.
Os seus brancos mais puros geram gráficos mais vivos nos jogos, e é notório que ambos os ecrãs são excelentes na sua classe. No geral, pelo nosso apreço pela fotografia, não podemos deixar de louvar o modo como as imagens são apresentadas com excelente nitidez, algo que já havíamos notado no Z5 Premium, mas nos restantes conteúdos, o Xperia Z3 Compact ainda dá cartas.
A câmara
Ao compararmos as câmaras do Xperia Z5 Compact e do Z3 Compact, poderíamos menosprezar o aumento de resolução de 20.7MP para 23MP. O sensor do Z5 é, no entanto, uma peça de eletrónica muito especial: trata-se de um módulo multi-aspecto, que aproveita toda a sua largura, ou toda a sua altura, conforme optemos por formato 4:3 ou 16:9.
Tradicionalmente, os sensores têm um rácio de aspecto típico e a opção por outro formato significa abdicar de alguma da resolução. Com esta solução, a Sony consegue criar um módulo de imagem com uma resolução imbatível no mercado.
Mas há muito mais numa câmara fotográfica, que apenas o sensor. Há em particular a qualidade das ópticas ou os algoritmos de tratamento de imagem. Nestes dois campos, quando comparamos o Z5 Compact e o Z3 Compact, a qualidade está inquestionavelmente do lado do Z5.
A câmara do Z3 foi desde sempre das melhores no mercado, mas a do Z5 tem um melhor desempenho em contraluz, com menos reflexos e enevoados. Os detalhes acabam por ser igualmente mais refinados e melhor recortados no Z5, o suficiente para percebermos a melhoria sem grande esforço quando vemos as imagens com uma boa ampliação. De modo geral, a câmara do Z5 Compact dá cartas e deixa o autor globalmente mais agradado com a sua capacidade para captar detalhes e contrastes, mesmo se, analisada por si só, a câmara do Z3 seja das melhores para os padrões actuais.
Do lado do foco, a Sony proclama para a gama Z5 o foco mais rápido do mercado (em termos de telemóveis). Nota-se esta evolução em termos práticos? Sim. De facto, o Xperia Z5 Compact é mais rápido a focar em qualquer condição, com a tendência para a diferença aumentar em condições mais complexas, com menos luz ou movimentos mais difíceis de agarrar. São menos oportunidades perdidas e facilidade acrescida na hora de captarmos um momento fortuito.
A grande lacuna em ambos os telemóveis continua a ser a app de fotografia. A evolução é escassa e acaba por ser pouco intuitiva, deixando-nos a manejar demasiados comandos para conseguirmos controlar o resultado final em modo manual. A opção da Sony por funcionalidades mínimas, deixando ao utilizador a necessidade de fazer download de novas opções de disparo, ainda não nos convence.
Performance
Não é apenas um ano a separar Z5 Compact e Z3 Compact, mas também quatro núcleos extra no processador. O Snapdragon 801 está definitivamente ultrapassado face ao Snapdragon 810 e, mais uma vez, o grande argumento do Z5 Compact é manter a capacidade de processamento do seu irmão maior.
Acoplado a 2GB de RAM, o Snapdragon 810 tem uma grande capacidade de aceleração. No quotidiano, com ambos os dispositivos actualmente na mesma versão do Android, a diferença não se faz notar de todo. Em qualquer caso, a resposta do sistema é mais do que aceitável, mas a capacidade superior do Z5 Compact faz-se notar quando começamos a puxar pelo telemóvel com aplicações pesadas e jogos.
Neste ponto, a capacidade extra do Snapdragon 810 significa que o Z5 Compact tem menos tendência para aquecer que o Z3. Ou, pelo menos, possui um desenho que parece mais do que suficiente para resolver os famigerados problemas de sobreaquecimento do 810. Por comparação, quando o utilizador é mais exigente, o Z3 Compact é o primeiro a mostrar sinais de estar no limite. Infelizmente, isto não é dizer que o Z5 Compact não aquece apreciavelmente após utilização intensiva.
Menos positivo é o facto de, nesta fase, o Z5 ainda não ter obtido o Android Marshmallow, e com isso a Sony poderia aproveitar para repensar um pouco a sua interface. Este é um factor que contribui sempre para o branding das marcas, mas uma interface mais leve não faria mal nenhum.
Do lado da bateria, o Z5 Compact traz-nos 2,700mAh, meros 100mAh acima do Z3. A grande questão é quanto durará esta nova bateria, face a um processador mais potente e sedento de energia. No entanto, graças à capacidade extra do 810, na utilização quotidiana o processador acaba por funcionar em níveis energéticos mais baixos e a duração de bateria do Z5 Compact é soberba. No entanto, o ponto mais fundamental é que, com a tecnologia Quick Charge 2.0, a bateria do Z5 Compact carrega notoriamente mais depressa, com 10 minutos a darem-nos mais de 25% de bateria.
Conclusão
Desde o Z1 que a versão Compact do topo de gama da Sony consegue afirmar-se no mundo dos telemóveis como um dos mais poderosos smartphones compactos do mercado. O que a Sony faz não é menos de extraordinário, ao conseguir meter o essencial do Z5 num pacote bem mais compacto que será atraente para muitos utilizadores. O Z5 Compact, afinal, cabe facilmente em qualquer bolso ou mão, e com uma bateria a chegar bem para 2 dias, é um telemóvel muito interessante para utilização intensiva numa altura em que muitos smartphones não aguentam um dia sequer. Com a sua capacidade de carregamento rápido, é praticamente impossível ficarmos sem bateria no Z5 Compact.
O único capítulo onde podemos confessar-nos algo desiludidos é na manutenção de um ecrã de 720p, em vez de full HD, com o preço que tem o Z5 Compact. No entanto, com as iterações mais recentes das tecnologias Triluminos, Bravia Engine 2 e X-Reality, o ecrã do Z5 Compact é soberbo quando mostra conteúdo multimédia e supera o do Z3 Compact nestes aspectos. Apesar destes pontos positivos, a gama Compact necessita, a curto prazo, de um ecrã FHD capaz de aproveitar as capacidades do hardware.
Não podemos menosprezar a engenharia que entra em colocar estas especificações num ecrã de 4.6 polegadas. Há menos espaço para os componentes, logo menos espaço para dissipação do calor gerado pela utilização normal, e um maior risco de problemas sistémicos. A Sony conseguiu, no entanto, criar um smartphone bem mais poderoso que o seu antecessor, mantendo o essencial das dimensões e sem problemas acrescidos. É certo que o desenho simplificado do Z5 Compact tem, à primeira vista, um ar menos distinto, mas também é verdade que significa maior espaço interno, sem comprometer as dimensões gerais.
O grande problema para o Z5 Compact é, obviamente, o Z3 Compact que, se nos parece em boa parte ultrapassado, continua, mesmo hoje, a ser um smartphone soberbo e muitos dos seus utilizadores poderão não se sentir inteiramente compelidos a actualizar.
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