Huh? Intel vai desistir dos CPUs para se concentrar noutras coisas! – Todos nós já sabemos que a Intel não está a ter um ano de 2019 muito feliz… Contudo, acho que falo por todos quando digo que o CEO Bob Swan teve um discurso que ninguém no mundo da tecnologia esperaria. Afinal de contas, o CEO da Intel revelou que segundo a nova estratégia da Intel, é preciso esquecer o domínio no mercado de processadores. Ora leia:

“Temos de tentar destruir a mentalidade de que temos de ter 90% da quota de mercado de CPUs na nossa empresa”.

Huh? Intel vai desistir do mercado de CPUs para se concentrar noutras coisas! Acho que nem a AMD estava à espera disto!

Portanto, segundo Swan, esta mentalidade foi o que meteu a Intel nas dificuldades de produção atuais. Assim, a partir de agora, o grande objetivo da gigante azul será ter 30% de todo o mercado de micro-processadores!

“Chegamos todos os dias ao trabalho de manhã, com a expectativa de nos próximos anos conseguirmos ter um papel cada vez maior na vida dos nossos consumidores! E aqui não estamos apenas a falar de CPUs. Temos de pensar nos GPUs, na AI e FPGAs. Significa pegar em todas estas tecnologias, e criar produtos que tragam soluções para os problemas do dia a dia.”

Muito resumidamente, a Intel vai baixar o foco no mundo dos processadores para apostar noutros mercados emergentes que na verdade podem muito bem ser o futuro da indústria.

Caso não saiba, a Intel já anda a experimentar outros segmentos há alguns anos, como podemos ver pela memória Optane que teve um sucesso moderado. Pelo projeto de desenvolvimento de modems que acabou vendido à Apple (com muitos milhões perdidos pelo caminho.) Além disto, temos também uma nova aventura no mundo das placas gráficas que ainda não sabemos bem o que vai dar.



O CEO da Intel culpa a Lei de Moore pelas dificuldades da empresa nos últimos anos

“O problema começou com a Lei de Moore. Duplicar o número de transistores de 2 em 2 anos é a regra. Que claro, tem funcionado durante muito muito tempo. Mas com a passagem dos 40nm para os 22 e depois dos 14nm para os 10, decidimos que a física está a ficar cada vez mais complexa, por isso tivemos de arranjar novas soluções.”

“A passagem dos 22nm para os 14nm não equivaleu ao dobro da densidade mas sim 2.4. Dito isto, apesar de ter sido difícil, conseguimos cumprir a missão! Por isso, na passagem para os 10nm tentámos um multiplicador de 2.7x.”

Em suma, o CEO da Intel afirma que a empresa quis fazer um salto maior que a perna, o que resultou nos problemas que tão bem conhecemos hoje em dia. E que pelos vistos, também resultou numa mudança bastante significativa nos planos da empresa para o futuro.


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