Far Cry 5 é o mais recente título da famosa franquia FPS da Ubisoft. O game, que foi lançado para PS4, Xbox One e PC, trouxe uma campanha que envolvia fanáticos religiosos controlados pelo vilão Joseph Seed. E, para quem adquiriu o Season Pass, o jogo se expande em três DLCs, entre eles a divertida trama: Perdido em Marte. Mas será que vale a pena? Confira a nossa análise:
Um enredo surreal e repleto de exageros
Uma das características dos DLCs de Far Cry são os seus enredos exagerados. Para quem não sabe, o terceiro capítulo da franquia trouxe a expansão Blood Dragon, que é considerada por muitos como uma das expansões mais icônicas de todos os tempos. Isso porque unia os elementos que consagraram Far Cry 3, junto a uma história totalmente insana e divertida, com direito a dinossauros e um visual retrô dos anos 80.
Perdido em Marte traz um pouco dessa pegada. A começar pelo enredo, onde você controla o piloto Nick Rye, um dos coadjuvantes da história principal de Far Cry 5. Ele precisa resgatar o atrapalhado Hurk, que partiu em uma missão em Marte para ajudar uma inteligência artificial chamada de Anne.
A todo momento o jogador se depara com diálogos divertidíssimos entre Nick e Hurk. Que vão desde detalhes das partes do corpo do desbocado espalhadas por Marte, até os bastidores da turnê da sua antiga banda que contava com atividades um tanto exóticas. Isso amplia o clima "pastelão" do DLC e ajuda a entreter os jogadores em meio a missões quase sempre com a mesma finalidade.
Eliminando marcianos e explorando o planeta
Engana-se quem acha que Perdido em Marte traz uma trama mais complexa. Como citado no começo do texto, a sua finalidade é eliminar as criaturas e salvar uma espécie de Siri Espacial, na qual Hurk se apaixonou e confia nela a todo momento.
Com isso, suas missões são basicamente restituir a energia de bases desativadas e destruir colônias de marcianos. Essas, por sua vez, contam com Rainhas, que são inimigos mais complexos, mas que não necessitam de uma estratégia mais elaborada ou algo parecido para serem eliminadas. Tudo isso em um mapa que pode ser considerado grande para um DLC. Pena que faltam elementos que motivam o jogador a explora-lo mais, como baús de itens ou algo parecido.
Também há eventos paralelos, como recuperar peças do corpo de Hurk, recolher bilhetes (que funcionam como peças colecionáveis) e as missões de corridas aéreas. Embora essas atividades não sejam obrigatórias, é necessário concluí-las para fazer 100% do jogo. Estima-se que para concluir todas essas tarefas o jogador precise de cerca de 8 a 10 horas, o que é bastante para uma expansão.
Novas armas e uma forma diferente de se locomover
Por se passar totalmente em Marte, a jogabilidade traz grandes mudanças para se adaptar aos efeitos atmosféricos do planeta vermelho. Por exemplo, o seu salto agora alcança uma distância maior, assim como há a possibilidade de alcançar superfícies mais altas usando o seu jetpack. Isso influencia diretamente no combate, onde por muitas vezes é melhor sair voando do que correndo das enormes criaturas que são mais rápidas do que você.
O sistema de armas também traz novidades. Embora o armamento contra os marcianos mantenha o estilo de pistolas, fuzís, metralhadoras e escopetas, elas carregam algumas particularidades, como raios que imobilizam os marcianos ou uma força que os empurra para trás.
E também há espaço para algumas bizarrices. Entre os artefatos, há uma espécie de bactéria que faz com que os marcianos briguem entre si, e uma galinha virtual que atrai as criaturas e explode em seguida. Para completar, há uma luva energizada que serve para golpear e nocautear os monstros. Tudo carregando o bom e velho exagero dos DLCs de Far Cry.
Uma boa ambientação do planeta vermelho
O visual de Perdido em Marte foge bastante do que foi apresentado em Far Cry 5. A grande diferença é uma ambientação totalmente nova, mostrando que - ao contrário do que foi feito com Blood Dragon - o DLC não é apenas um pedaço do mapa modificado.
O cenário pode parecer repetitivo em alguns momentos, já que é basicamente composto por bases espaciais semi destruídas, cavernas de alienígenas, e montanhas desérticas - mas convenhamos, não há muita diversidade em Marte. Mas ainda sim ele agrada na maneira como leva a franquia para uma temática que jamais foi explorada.
Em nossos testes, encontramos alguns deslizes na parte visual. Além de falhas na composição de alguns elementos do cenários, principalmente nas bases espaciais. Há também alguns pedaços do cenário sem um capricho maior, mostrando montanhas com gráficos chapados e sem muitos detalhes.
Vale a pena?
Se você é fã da franquia, Perdido em Marte é uma excelente ampliação do universo de Far Cry 5 mesmo de uma forma limitada. Apostando em um enredo tão exagerado quanto em Blood Dragon, e uma jogabilidade diferenciada, a expansão faz com que você gaste muitas horas eliminando marcianos, restaurando bases espaciais e caçando partes do corpo de Hurk. Tudo isso ao som de muito rock and roll e diálogos repletos de palavrões e piadas de mal gosto.
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