EA Sports UFC 3 é o novo título da franquia de MMA para Xbox One e PS4. O jogo traz um cartel atualizado de lutadores, além de melhorias, modos de jogo inéditos e milhares de novos movimentos. Mas será que tudo isso justifica a aquisição da nova versão do título? Confira o nosso review completo:
Outro UFC? Mas já?
Já não é de hoje que as franquias de esportes da Eletronic Arts são conhecidas por contar com versões anuais de seus principais títulos. FIFA, NFL e NHL, por exemplo, recebem jogos a cada ano, tornando uma espécie de tradição os seus lançamentos. Já EA Sports UFC, mesmo se tratando de uma modalidade que não exige tantas atualizações - uma vez que não há times e elencos para serem integrados - começa a cair um pouco nessa onda.
O último título da franquia chegou ao mercado em março de 2016, pouco menos de dois anos atrás. Se por um lado o tempo entre os lançamentos é um período maior quando comparado aos outros jogos, ele também é motivo de questionamento por uma chegada tão precoce de um novo jogo da franquia de MMA.
Sendo assim, o que muitos se perguntam logo de cara é: quais as grandes mudanças da nova versão do jogo para EA Sports UFC 2? Na verdade, não são muitas, mas as que estão presentes justificam a aquisição do título mais recente. Ainda mais se você for um fã incondicional de MMA e acompanha regularmente os eventos do UFC.
A primeira delas é a adição de mais de 5 mil novos movimentos ao lutadores. Isso traz ao game um leque de golpes imenso, além de reproduzir de uma forma bem fiel muitos dos principais lutadores do evento. Em outras palavras, é possível acompanhar a movimentação única de Connor McGregor, os chutes frontais de Anderson Silva, as cotoveladas de Jon Jones, e por aí vai.
O problema é que esse capricho fica limitado a essas estrelas do evento. Não apenas a campeões e ex-campeões, mas aos lutadores que possuem uma boa popularidade mundial. Por exemplo, Rose Namajunas, mesmo sendo a atual campeã dos peso Palha, é uma atleta que "estourou" recentemente, portanto, seus movimentos no jogo não são tão personalizados assim, sendo os mesmos genéricos de boa parte das lutadoras de sua categoria.
Novos modos e a possibilidade de "apostar" nas lutas de verdade
Outra novidade que merece destaque são os novos modos de luta. O Modo Nocaute traz um interessante sistema onde vence aquele que realizar uma quantidade estabelecidas de nocautes primeiro que o seu adversário. O modo Trocação limita os combates a movimentos de socos e chutes, desabilitando todo tipo de queda. E o Confronto de Finalizações faz o inverso, desabilitando os golpes e tornando possível apenas movimentos de chão.
Uma outra interessante adição é a possibilidade de apostar nos resultados de lutas oficiais no modo Eventos Ao Vivo. Só que ao invés de dinheiro, você adquire pontos e moedas virtuais para o modo UFC Ultimate Team. Além disso, é possível jogar o card completo escolhendo um dos lutadores que estarão em ação, ou até mesmo simular todo o evento.
Novos movimentos e problemas antigos
Conforme citamos no começo do texto, a grande novidade de EA Sports UFC 3 f
A começar pela forma com que você precisa derrubar seu oponente. O game até busca dificultar o movimento, exigindo que o personagem tenha uma certa habilidade com quedas, além de uma combinação de vigor entre os lutadores. Mas, mesmo assim, boa parte delas são feita de uma forma bem irreal, principalmente na parte visual.
Uma vez no chão, os problemas só aumentam. A começar por um delay entre a execução dos comandos no joystick e a movimentação do personagem, tanto para defender como para avançar nos movimentos da luta no chão. Isso sem falar em algumas movimentações que no esporte de verdade são bem complexas de serem feitas, como a transição da posição "de costas para o chão" para a "mochilada no adversário".
E para completar a tragédia, o momento de finalizar ou de defender uma finalização ainda continua sendo uma confusão. Na prática, você precisa usar os direcionais dos joysticks para escapar das investidas de seu oponente, ou evitar que seus adversário fuja caso esteja buscando terminar a luta. Mas na teoria é uma confusão de direções onde prevalece mais a sorte do que a técnica para completar o movimento ou anula-lo. É um problema que se arrasta desde a primeira versão e que precisa urgentemente evoluir para títulos futuros.
Reproduzindo o UFC na sua casa
O visual de EA Sports UFC 3 trouxe uma tímida evolução. Mas isso não é chega a ser um ponto negativo. Uma vez que desde o título anterior, o game já chamava atenção pelo realismo visual durante os combates, reproduzindo de uma forma muito fiel uma transmissão oficial completa do maior evento de MMA do planeta.
Sendo assim, mesmo sem ter muito o que mexer, o novo game ainda soube evoluir seus gráficos, principalmente nas inúmeras animações. No Modo Carreira, por exemplo, elas aparecem em praticamente todo o seu percurso rumo ao cinturão do UFC, reproduzindo de uma forma fiel entrevistas, encaradas e até mesmo outros eventos pré e pós-luta.
A parte sonora do jogo segue a tendência. Desde o som dos golpes desferidos, até os gritos de "Uh vai morrer!" da torcida brasileira, o jogo também reproduz com qualidade todas as emoções da luta, fazendo com que você se sinta dentro do octógono. Ficou faltando apenas as vozes do UFC no Brasil, como por exemplo, do narrador Rhoodes Lima e dos comentaristas Luciano Andrade, Carlão Barreto e Kyra Grace, do canal Combate.
O Ultimate Team do UFC
Mesmo se tratando de um esporte individual, desde a versão anterior do jogo, a EA arrumou uma forma de colocar seu popular modo de cartas na franquia de MMA. Aqui, é preciso montar o seu time para encarar uma série de desafios e campeonatos. Você pode fazer isso utilizando lutadores desconhecidos - personalizados pelo próprio jogador - ou investir e dar a sorte de encontrar alguns astros do UFC para complementar seu elenco.
Nos primeiros momentos, o modo traz elementos que o tornam divertido, como limitar os golpes de seus lutadores à cartas nos quais possuem. Mas, a medida com que você avança, é nítida a sensação de que é preciso comprar mais e mais cartas. E como o dinheiro virtual é escasso, a alternativa é apelar para o dinheiro real - uma polêmica na qual a produtora adora se envolver.
Modo carreira focado em tretas e evolução de habilidades
Já o Modo Carreira, é de longe o que recebeu mais melhorias. Como falado anteriormente, há uma série de animações que trazem um elemento a mais ao jogo, além de valorizarem o seu personagem como um astro fora do octógono.
Ainda sobre os elementos extras, agora é possível moldar a personalidade de seu lutador. Ou seja, é possível criar um atleta que não se envolve com polêmicas e preza pela harmonia, ou criar um verdadeiro pupilo de Sonnen e McGregor, se tornando uma metralhadora de provocações para promover as suas lutas.
Para isso, é preciso saber dosar o tempo que você gasta treinando e a parte em que você precisa se auto promover. Tudo isso é auxiliado por um interessante sistema de redes sociais que fazem com que você crie uma rivalidade com lutadores que podem vir a serem seus oponentes muito em breve.
De resto, o sistema de evolução mantém a mesma mecânica. Você precisa optar por quais habilidades seus personagem irá se especializar, sendo por exemplo, muito bom na trocação, mas fraco na luta no chão, e vice-versa. O nível de dificuldade é cruel, e mesmo optando por uma carreira mais fácil, seus lutadores não pegaram leve com você.
Conclusão
EA Sports UFC 3 continua sendo um jogo que traz uma reprodução incrível do maior evento de MMA do planeta. Apostando em um novo leque de movimento e investindo em novos modos, mesmo com problemas antigos relacionados a quedas e movimentação no chão, o jogo justifica o investimento. Mesmo que, para muitos, ainda seja cedo para uma nova versão. Indispensável para fãs de MMA e para aqueles que querem fazer da sua casa uma arena do UFC.
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