O Brasil pode não ser o país mais conhecido por investir em tecnologia, mas daqui já surgiram vários inventores que criaram serviços e produtos que o mundo inteiro usa. O maior exemplo é o avião, criado por Santos Dumont. Outras criações tech populares e brasileiras são o tocador de fita cassete portátil, o identificador de chamadas (Bina) e até placa eletrônica de substituição do futebol. Além disso, redes sociais conhecidas mundialmente, como o Instagram e o Facebook, também possuem dedos de conterrâneos.
Pensando nisso, o TechTudo produziu uma lista com as principais invenções que contam com a participação de brasileiros. Na seleção, também estão projetos como a máquina de escrever, chuveiro elétrico, o rádio e a urna eletrônica.
1. Instagram
O Instagram tem em seu corpo de fundadores um brasileiro. Nascido em São Paulo, Mike Krieger teve participação fundamental no sucesso do aplicativo, que, atualmente, conta com mais de 800 milhões de usuários ativos por mês. Especialista em software, Krieger conheceu Kevin Systrom em Stanford. Systrom já tinha uma base de um aplicativo baseado em geolocalização, mas o layout era confuso – o brasileiro ficou responsável por achar uma solução mais amigável. Em 2010, o Instagram estreou na App Store. A partir disso, todos conhecem a história: uma
2. Facebook
Eduardo Saverin é o brasileiro cofundador do Facebook. Colega de faculdade de Mark Zuckerberg, Saverin participou dos primeiros anos da rede social. Graduado em economia, ele foi um dos primeiros investidores e tinha o papel de organizar as finanças do Facebook, quando a empresa ainda estava em estágio inicial. Demitido em 2005, um ano depois do lançamento do site, Saverin levou cerca de 5% das ações. Após a abertura de capital da empresa, a estimativa é de que o brasileiro tenha faturado na casa do bilhão de dólares.
3. Avião
Alberto Santos Dumont é um dos maiores inventores brasileiros. Seu projeto mais reconhecido é o 14-bis, protótipo que ganhou o céu de Paris em 1906. O brasileiro é considerado um dos pais da aviação. Na época, já existiam outros veículos planadores, mas o que fez o 14-bis especial foi a capacidade de decolar e aterrisar sem a necessidade de equipamentos externos – apenas com a força do motor. Além disso, ele também introduziu o controle dos ailerons – feito com cordas presas nos ombros do piloto no 14-bis – para dar direção ao veículo no ar.
A título de curiosidade: uma cratera na Lua é chamada de Santos-Dumont. A homenagem foi feita pela IAU (União Astronômica Internacional, na sigla em inglês) em 1976.
4. Identificador de chamadas
O Bina, sistema identificador de chamadas, também é outro invento nacional. O mineiro Nélio José Nicolai desenvolveu a tecnologia entre 1970 e 1980, mas só foi pedir o registro da patente em 1992. A ideia inicial era de um pequeno modem que fazia a conversão do sinal analógico em digital e, assim, revelava o número de quem estava ligando. Atualmente, este dispositivo externo quase não existe, mas a base por trás está presente nos smartphones e nos telefones modernos.
Nicolai morreu em 2017 sem conseguir colher os louros de sua invenção, por conta de uma disputa judicial com as operadoras. Um grego e um japonês, que teriam criado um sistema semelhante antes do brasileiro, disputam o posto de inventores do identificador de chamadas. Em 1996, o mineiro recebeu uma medalha da Organização Mundial de Propriedade Intelectual.
5. Placa eletrônica de substituição
Neymar, Ronaldinho Gaúcho e Adriano Imperador: três brasileiros no futebol que o mundo inteiro conhece. E Carlos Eduardo Lamboglia? Esse cearense pode não ter feito nenhum gol pela seleção, mas deu uma grande contribuição para o esporte. Trata-se da placa eletrônica de substituição, aquele letreiro luminoso que o quarto árbitro usa para indicar qual jogador deve entrar e sair do campo. A placa foi patenteada em 1996. Em 1998, foi usada pela primeira vez na Copa do Mundo da França.
6. Reprodutor de áudio portátil
Você conhece o Walkman. E o Stereobelt? O aparelho inventado pelo germano-brasileiro Andreas Pavel foi o primeiro tocador de fita cassete portátil. O modelo tinha até duas saídas para fone de ouvido, podendo, assim, ser usado por duas pessoas ao mesmo tempo. O dispositivo foi criado em São Paulo em 1976 e teve o pedido de patente aceito em 1978. Pavel chegou a apresentar o protótipo para a Sony, mas a empresa negou iniciar a produção. Pouco tempo depois, a japonesa lançou o Walkman com várias características do Stereobelt. Após travar 20 anos de batalha judicial com a Sony, o inventor brasileiro venceu o processo em 2004 e fechou um acordo milionário com a empresa.
7. Máquina de escrever
Poucas pessoas sabem, mas um padre brasileiro criou um equipamento precursor da máquina de escrever. Em 1861, Francisco João de Azevedo expôs um modelo, chamado de máquina taquigráfica, em uma feira de inovações no Recife – a primeira versão de uma máquina de escrever comercial só começaria a ser produzida em série em 1873. O equipamento, semelhante a um piano, tinha 16 teclas que combinadas formariam todas as letras do alfabeto. Pelo invento, o padre recebeu uma medalha de ouro de D. Pedro II.
8. Coração artificial
Muito antes da impressora 3D, um engenheiro brasileiro desenvolveu um dos primeiros corações mecânicos do mundo. Criado em 2000 por Aron de Andrade, do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (SP), o órgão artificial trazia como vantagem funcionar em conjunto com o coração de verdade, evitando cirurgias complexas. Desta forma, o invento dava mais chance de vida para pacientes à espera de um transplante. O coração artificial trazia em sua composição plástico, válvulas em metal e pesava cerca de 700 g.
9. Urna eletrônica
Em 2016, a urna eletrônica fez 20 anos. O Brasil foi um dos criadores do equipamento para coletar votos de forma digital – tecnologia que tem sido referência para alguns países. O primeiro grande teste foi em 1996, mas o desenvolvimento começou um pouco antes, no final dos anos 80. Com a proposta de evitar fraudes, outra vantagem da nossa urna é a rapidez na apuração. A tecnologia foi desenvolvida por técnicos ligados ao TSE. Hoje, a fabricação fica por conta de empresas licitadas, sob a supervisão do órgão.
10. Chuveiro elétrico
O chuveiro elétrico é outra invenção brasileira. O primeiro modelo deste tipo foi criado por Francisco Canhos Navarro, em 1927, em uma pequena oficina na cidade de Jaú, no interior de São Paulo. Antes, para ter banho quente, era preciso uma engenhoca cara a gás ou à lenha. Chico Canhos, como ficou conhecido, evoluiu o produto, desenvolvendo também um chuveiro com chave seletora para diferentes temperaturas.
O problema é que ele não deu tanta importância à patente, pedindo o registro apenas em 1943, quando empresas maiores já fabricavam o produto. Em uma entrevista antes de morrer em 1988, Chico Canhos disse que seu agente tinha relação com uma concorrente e não fez os procedimentos corretos para pedir o registro. Nos anos 50, a Lorenzetti conseguiu a patente.
11. LUA
O Brasil também tem uma linguagem de programação 100% nacional. O LUA, criado dentro da PUC-Rio, foi lançado oficialmente em 1994. A principal característica está na adaptabilidade, podendo ser usado em conjunto com outros tipos de código como O C e o C++. Entre os softwares que contam com uma parte produzida em LUA estão aplicações famosas como o Photoshop Lightroom e games como World of Warcraft.
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