Cerveja e Big Data. Se você acha que esses mundos não têm nada a ver, está enganado. A solução desenvolvida pela startup criada por esses três rapazes do interior de São Paulo faz hoje com que essa grande cervejaria tenha um controle cada vez mais minucioso da qualidade da bebida produzida por aqui. Esta plataforma digital conecta sensores embarcados nas máquinas, coleta informações em tempo real e alerta, com antecedência, qualquer desvio que possa afetar a qualidade final da cerveja.
A busca por novas tecnologias providas por startups que possam inovar e, assim, melhorar os processos industriais e a qualidade do produto, começou há dois anos. Hoje já são quase duas dezenas de soluções trazidas por startups para dentro da linha de produção de bebidas.
Muitas startups estão invadindo a indústria. Segundo o último relatório do Panorama da Conexão Startup Indústria, lançado pela Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial, entre 408 indústrias pesquisadas, 22% já negociaram com startups e 21% delas estão se preparando para iniciar processos comerciais com startups. Um cenário positivo e inevitável para sobreviver em uma realidade tão competitiva.
A maioria das soluções, assim como a adotada pela cervejaria, se destina às linhas de produção. O objetivo é quase sempre o mesmo: evitar falhas e desperdícios. Softwares com sistemas de sensores, por exemplo, são capazes de monitorar a condição das máquinas, o que favorece a execução de manutenções preventivas, evita interrupções e garante um controle maior da qualidade do que é produzido.
Apesar da diferença de tamanho entre as empresas, o interessante é que a relação aqui é quase de igual para igual: esqueça o tradicional formato cliente-fornecedor. Indústria e startups convivem por meio da colaboração, participação e, claro, do aprendizado mútuo. E nessa parceria, enquanto a indústria caminha rumo à digitalização, startups crescem e animam o cenário do empreendedorismo nacional.
Como citamos em todos os capítulos da nossa série “Indústria 4.0”, também na relação com as startups, uma das principais barreiras para uma conexão ainda maior é cultural. Enquanto as jovens empresas baseadas em tecnologia não hesitam em arriscar tudo, a indústria sempre foi muito avessa ao risco. Assim, alguns segmentos preferem não mexer no que está funcionando. Mas, o risco
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