A realidade virtual tem sido apontada como uma das principais tecnologias para o futuro do entretenimento doméstico. No entanto, apesar do investimento pesado da indústria para a criação de novos dispositivos, os consumidores não estão dispostos a investir muito em kits de RV. Mas por que será que a tecnologia está demorando, além do previsto, pata deslanchar? Veja a seguir se vale investir em um equipamento de hardware voltado para realidade virtual, montar um PC específico ou mesmo comprar óculos para RV.
Custo
O custo de hardware para montar uma máquina voltada para realidade virtual ainda é caro, especialmente no Brasil. Para ter uma experiência completa é preciso ter um PC capaz de entregar um bom poder de processamento e, claro, uma placa de vídeo capaz de suportar os gráficos no ambiente em 360 graus.
O hardware recomendado pela maioria dos óculos de realidade virtual engloba o processador Intel Core i5-4590, 8 GB de RAM e a GTX 1060. Só esse conjunto, sem contar outros componentes como placa-mãe e sistema de refrigeramento, sai por volta de R$ 2.100. Um notebook pode ser ainda mais caro. O Lenovo Legion Y720, como GTX 1060 e processador i7-7700HQ, pode ser encontrado por aqui por cerca de R$ 6 mil.
Soma-se ao computador o preço do kit RV. O Oculus Rift custa US$ 399, em torno de R$ 1.399 sem os impostos. O HTC Vive custa US$ 599, quase R$ 2 mil em conversão direta. Já o Playstation VR, solução para o console da Sony, sai por US$ 299, cerca de R$ 980. Nenhum destes produtos é vendido oficialmente no Brasil.
Para tentar encorajar os consumidores, em outubro, o Facebook anunciou o Oculus Go. Ele é mais barato do que a versão Rift - US$ 199, cerca de R$ 650 - e funciona sem a necessidade de conectar a um computador ou smartphone.
Conteúdo
Outro fator que tem afastado as pessoas é a falta de conteúdo disponível atualmente. Apesar de já existir alguns games conhecidos como Dirty Rally, compatíveis com dispositivos de RV, os estúdios maiores estão demorando a apostar de vez em adaptações e novos games pensados para realidade virtual.
Fallout 4, Skyrim e Doom vão ganhar compatibilidade com equipamentos de realidade virtual, mas ainda é preciso mais conteúdo. A maioria, hoje, é de games indie pouco conhecidos.
Adaptação difícil
Além disso, jogar com um óculos de realidade virtual não é a mesma coisa de estar de frente com uma tela comum. Uma pesquisa da eMarketer mostrou que o receio de ter enjoos durante o uso é um dos motivos pelo qual as pessoas não tem tido interesse em investir na tecnologia. Alguns outros problemas podem ser sentidos com mais facilidade, como a fadiga ocular e dores de cabeça. Em 2015, um estudo já trabalhava em uma maneira de evitar o cansaço excessivo proporcionado pelo uso prolongado do equipamento.
Vale a pena
A verdade é que a tecnologia ainda não despontou como era esperado. Mesmo fora do país, onde o custo para o consumidor final é menor do que no Brasil, as pessoas não estão muito empolgadas. Isso se reflete em vendas baixas e, consequentemente, falta de interesse das grandes produtoras em criar conteúdo. A expectativa fica para os próximos anos, com a natural queda dos preços dos equipamentos.
Acessórios de realidade virtual têm sido mais bem aproveitado por outros projetos, fora do uso doméstico. Aqui no Brasil, por exemplo, o Oculus Rifit tem sido usado para tratar o medo de andar de avião, por exemplo.
Porém, para quem pretende testar a tecnologia, mesmo que de uma forma limitada, existem soluções mais baratas. Os headsets que utilizam celular são um tipo de equipamento básico que permite ao usuário sentir o gostinho da realidade virtual. Você pode conferir um lista com alguns modelos que custam menos de R$ 100.
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