Holo. Completo, por inteiro. Em 1971, a invenção da holografia rendeu o Prêmio Nobel de Física ao engenheiro húngaro Dennis Gabor. Mas a descoberta do método de gravação de imagens tridimensionais a laser aconteceu muito antes; em 1948. Hoje, quase 70 anos depois, a indústria da tecnologia óptica quebra a cabeça e faz inúmeros testes para tentar reproduzir a ilusão 3D nas diferentes telas que nos cercam todos os dias, seja em uma TV ou um smartphone

Esqueça qualquer comparação com o fracassado 3D das televisões. Enquanto o efeito tridimensional visto com a ajuda de óculos especiais era um vídeo fixo que causava dor de cabeça em muita gente, a holografia envolve um elemento que deixa nosso cérebro mais à vontade: as nuances de paralaxe; traduzindo: a possibilidade de mudanças de perspectiva sobre uma mesma imagem.

Recentemente, a RED, uma empresa mundialmente conhecida por suas câmeras profissionais usadas em estúdios de cinema, anunciou um smartphone de mil e duzentos dólares com uma misteriosa tela holográfica. O display usa diversas camadas de LCD que permitem que um mesmo objeto seja visto de duas formas diferentes com cada olho, o que gera um efeito “como se fosse” um holograma.

Até hoje, tentativas de reproduzir imagens holográficas em vídeo – como o show do rapper Tupac, morto em 1996, e até do astro Michael Jackson – deram muito o que falar e agradaram bastante o público. Mas para quem entende da tecnologia, especialmente de holograma, faltava alguma coisa...

Diversas empresas já têm protótipos de telas holográficas. Mas o desafio de reproduzir na tela da TV ou do smartphone uma imagem 3D com alta definição e o tal “paralaxe” continua. Por enquanto, a melhor solução seria rastrear os olhos de quem assiste e, dependendo da posição do espectador, exibir uma imagem diferente. Essa técnica já está em teste e, sim, cria o efeito holograma desejado...

Essa é a solução mais próxima de se tornar comercial. O celular que a gente mencionou no início da reportagem inclusive caminha nessa direção. Mas é interessante pensar também que nada impede que o “efeito holograma” transforme completamente nossa TV, por exemplo.

Se a reprodução e exibição de imagens holográficas ainda só existem em caráter experimental, o outro lado dessa história – a captação das imagens - está bastante evoluído graças a câmeras especiais, chamadas de “light-field” ou “câmeras de campo de luz”. Enquanto uma câmera tradicional registra apenas a intensidade da luz, as câmeras “light-field” são capazes de gravar toda luz emitida

... em uma cena – além de sua intensidade, também sua direção.

Definitivamente, é uma tecnologia que precisa de tempo para amadurecer. O professor apostou em cinco anos para se tornar realidade. Uma coisa é certa: se o 3D não pegou por diversos motivos, as telas com efeito holográfico serão um 3D bastante evoluído e melhorado – se algum dia realmente chegarem às nossas salas de casa.



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