A robótica ganha cada vez mais espaço em escolas, cursos técnicos e universidades no Brasil. Equipes formadas por alunos do ensino público e privado conquistam prêmios em campeonatos internacionais e colocam em prática o que antes ficavam restrito às salas de aula. O interesse crescente pela área pode estar relacionado tanto às batalhas de robôs quanto a possibilidade de colocar a mão na massa para construir equipamentos de última geração.
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A liga de robótica do Brasil, conhecida como RoboCore, reúne 548 grupos de todas as regiões do país. A maioria dos times já participa de competições e acumula supermáquinas em seus laboratórios. Atualmente, a número 1 do ranking é a RioBotz, equipe da Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro (PUC-Rio), que conta com 99 membros e 33 robôs. Em seguida, estão a ThundeRatz, da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo (Poli-USP), de São Paulo, e a Uai!rrior, da Universidade Federal de Itajubá (Unifei), Minas Gerais.
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Cada equipe tem autonomia e define o seu foco de trabalho, que pode ser desde a produção de robôs menores até modelos mais potentes, geralmente campeões em batalhas que mais lembram o famoso "UFC", torneio de artes marciais mistas. Para bancar todos os gastos, que variam de R$ 1 mil (um robô inseto), até US$ 40 mil (cerca de R$ 125 mil) em máquinas de combate, os times recebem patrocínios de suas instituições de ensino, além de empresas privadas.
O trabalho dos grupos pode ser colocado à prova, na prática, com a criação de aparelhos antibomba e de resgate, ou até mesmo para a indústria automotiva e petroquímica. No panorama atual, as criações dessas equipes aproveitam as batalhas de robôs para fazer delas vitrines para desenvolvimento e venda da tecnologia a outras especialidades.
Batalhas e competições
No Brasil, os campeonatos mais importantes são o Winter Challenge e o Summer Challenge, abertos para equipes particulares e filiadas a instituições de ensino, e o Ultimate Robot Combat, que é uma das atrações da Campus Party, evento de tecnologia e inovação que reúne público universitário em diferentes regiões do país.
No âmbito internacional, as competições têm parcerias com grandes canais de TV e chegam a oferecer produções dignas de Hollywood. Entre as principais disputas estão a BattleBots, a Robogames, conhecida como a olimpíada mundial de
Nesses campeonatos, as batalhas são divididas em diferentes categorias, entre elas sumô, hóquei e combate. Nas competições de sumô, como o próprio nome já diz, o objetivo é empurrar o adversário para fora do ringue. Para isso, as equipes trabalham com equipamentos de 25g a 3kg, controlados de forma autônoma ou por rádio-controle.
No hóquei, o formato também é semelhante ao utilizado com pessoas: são dois times, cada um com três robôs. O objetivo é marcar gols na zona de pontuação do outro grupo. As partidas duram cinco minutos e, nessa modalidade, o trabalho em equipe é testado principalmente na habilidade com o "joypad", já que cada piloto controla um robô.
Na categoria combate é onde acontece o verdadeiro UFC de robôs. Martelos super resistentes, peças que soltam fogo e tambores com alta velocidade são utilizados para destruir o robô adversário em até três minutos. Nesse caso, as batalhas são divididas em classes de peso.
Uma curiosidade nos combates é que, mesmo que as batalhas funcionem em forma de luta, as equipes podem competir com mais de uma máquina dentro do ringue. Sejam elas dois robôs, um robô e um drone, entre outras combinações - desde que a soma dos pesos não ultrapasse o limite estabelecido na categoria.
Em algumas modalidades, completar o objetivo proposto é um desafio em si. É o caso do Trekking, cujo vencedor é o robô que encontrar três cones em um campo de futebol. Porém, eles precisam ser achados em ordem, em, no máximo, 15 minutos. Assim que o desafio for completado é preciso emitir um sinal luminoso. Nessa categoria só participam máquinas autônomas, ou seja, aquelas programadas previamente por seus criadores, e muitas sequer conseguem localizar os alvos a tempo.
Equipe júnior
Os grandes eventos e batalhas têm como público-participante principal equipes de faculdades e cursos técnicos. Contudo, isso não tira a chance de grupos com integrantes mais jovens se destacarem nas competições. No sumô, por exemplo, há uma sub-categoria especial para participantes com menos de 18 anos, alunos de ensino fundamental e médio. Além disso, uma das modalidades dos eventos é o “desafio inteligente”, criado exclusivamente para essa faixa.
A categoria recebe apenas robôs autônomos e a competição acontece da seguinte maneira: um labirinto e três tentativas, que não ultrapassem dez minutos, para sair dele. Vence a máquina que completar o desafio mais rápido. O módulo é um incentivo para crianças e adolescentes serem introduzidos na robótica desde cedo e fomentar o interesse pela ciência.
Por dentro das equipes
A partir do dia 13 de dezembro você confere no TechTudo um especial de robótica com as principais equipes do país. Neste mês, vamos contar como funciona o trabalho da RioBotz, time da PUC-Rio, e da MinervaBots, da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). As reportagens serão acompanhadas futuramente de visitas a escolas, cursos técnicos e faculdades de outros estados e regiões do Brasil.
Durante esse período será possível conhecer de perto o movimento para a inclusão da robótica na educação. São passos que acompanham uma tendência global, instituições de diversos lugares do mundo reconhecem a necessidade iminente de ambientar as futuras gerações na ciência e possibilitar uma evolução na criação de robôs.
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