Com o lançamento do Galaxy Note 7, na última terça-feira (2), a Samsung trouxe ao Brasil seu primeiro smartphone com scanner de íris. A tecnologia faz parte do leque de recursos biométricos, assim como o reconhecimento facial e o sensor de impressões digitais, e pode ser empregada para dar mais segurança aos donos do aparelho, assim como maior conveniência.
Testamos o Galaxy Note 7, o celular da Samsung com scanner de íris
Outros celulares já contam com leitor de íris, como o Fujitsu Arrows NX F-04G, o Nubia Prague S da ZTE, e os Nokia Lumia 950 e 950 XL. Então por que você precisa de um leitor de íris no seu telefone? Reunimos algumas informações para que você entenda melhor como a tecnologia funciona, quais são as limitações e as vantagens desse tipo de biometria.
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Como surgiu o scanner de íris?
O primeiro smartphone do mundo a contar com a tecnologia de reconhecimento de íris foi o Arrows NX F-04G, apresentado em 2015 numa parceria da Fujitsu com a operadora de telefonia japonesa NTT DoCoMo. O celular roda o sistema Android e utiliza a biometria para pagamentos (método semelhante ao Apple Pay e Samsung Pay), assim como o desbloqueio da tela principal.
O telefone ficou restrito ao mercado asiático, mas abriu as portas para outras empresas experimentarem o recurso. Outros exemplos são os Lumia 950 e 950 XL, que ainda não chegaram às lojas nacionais, mas já foram homologados pela Anatel e têm previsão de chegada “em breve” no site da Microsoft brasileira. Rodando Windows 10 Mobile, o HP Elite X3 foi apresentado na feira de celulares de Barcelona, a MWC.
Como funciona o sensor biométrico
A íris faz parte do globo ocular, a parte colorida do olho. Ela é uma estrutura bastante complexa e que traz um padrão formado aleatoriamente durante o período de gestação. Seu desenho não segue um código genético, o que faz com que cada pessoa tenha uma íris única – mesmo se forem irmãos gêmeos. Além disso, a íris permanece inalterada durante toda a vida do usuário.
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O sensor biométrico registra uma cópia da imagem da íris, como se fosse uma fotografia, que fica armazenada na memória do celular. Sempre que acionado, o recurso irá escanear os olhos da pessoa para comparar com o padrão salvo previamente pelo usuário.
Esse tipo de biometria pode ser usado para fornecer maior segurança ao conteúdo armazenado no seu celular, se empregado no bloqueio de tela e aplicativos. O Galaxy Note 7, por exemplo, permite a integração da tecnologia com o Samsung Pay. No smartphone também tem uma pasta supersegura que é protegida pelo scanner de íris.
Segurança e limitações
O reconhecimento de íris é considerado mais seguro do que aquele feito com as impressões digitais, pela razão comentada anteriormente: a singularidade. Além disso, a leitura de impressões digitais, por mais popular que tenha se tornado entre smartphones, tem falhas comprovadas cientificamente.
Alguns sensores evoluíram o suficiente para contornar limitações iniciais, mas ainda existem pontos a serem melhorados. Segundo o engenheiro da computação e informação Renan Bernardo Valadão, a leitura de íris é comprometida no escuro completo. Entretanto, equipamentos mais recentes conseguem fazer o escaneamento com pouca luz.
Valadão lembra de outro fator importante: a dilatação da pupila, causada por alguma emoção. “Ela influencia e não chega a inviabilizar a leitura, mas pode gerar alguns erros na detecção. Equipamentos modernos já conseguem ignorar as dilatações. Entretanto, danos maiores no olho podem afetar ou até inviabilizar”, explica.
Para as pessoas que usam óculos, uma boa notícia: sensores mais recentes conseguem fazer a identificação biométrica através das lentes, mesmo se você estiver usando óculos escuros. Contudo, a imagem padrão deve ser feita sem o uso de acessórios. Segundo o gerente de produto da Samsung, Renato Citrini, o uso de lentes coloridas pode prejudicar a leitura, pois elas mascaram a íris.
Praticidade e tempo de resposta
Parte dos consumidores tem dúvidas quanto à praticidade do scanner de íris. O fato de ter que aproximar o celular do rosto e encontrar o ângulo certo para desbloquear a tela, por exemplo, pode soar um pouco desconfortável para quem está acostumado a apenas encostar no sensor de digitais.
Entretanto, em algumas situações, desbloquear o telefone sem precisar encostar no dispositivo pode ser uma opção interessante. Mesmo os leitores de digitais mais avançados encontram problemas com a oleosidade das mãos ou em ambientes como praias e piscinas. Em regiões mais frias, a dificuldade é ainda maior: o uso de luvas convencionais impossibilita a leitura e o usuário precisa retirar o acessório se quiser desbloquear o telefone pelo método biométrico. Com o reconhecimento de íris, esses problemas são resolvidos.
O scanner de íris é mais um método de segurança para o usuário, que, ao menos por enquanto, pode usar outras formas de desbloquear o celular – como senhas e sensor de impressão digital. Os nossos testes comprovaram que ao menos a novidade é rápida: no Galaxy Note 7, o desbloqueio com leitor de íris foi feito em menos de um segundo.
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