Em alguns momentos da vida, morar de aluguel é a melhor opção, seja devido ao trabalho — como é o caso daqueles que precisam passar uma temporada em outra cidade — ou devido à situação econômica, quando as taxas de juros estão muito altas para fazer um financiamento imobiliário.
Em outras fases, viver no aluguel pode ser uma verdadeira tortura para grande parte das pessoas que sonha em ter a casa própria. No entanto, muitos daqueles que almejam sair do aluguel não conseguem realizar seu sonho por cometer erros comuns. Ainda que alguns destes erros aparentem ser insignificantes, eles acabam por impossibilitar a compra de sua casa própria.
Para resolver esse problema de uma vez por todas, elaboramos este guia completo para te ajudar a atingir essa sonhada meta: sair do aluguel. Aproveite!
Neste material, vamos falar sobre:
- Não ter um planejamento financeiro;
- Ter muitos gastos desnecessários;
- Ter medo de comprar um imóvel;
- Não achar que um imóvel é um bom investimento;
- Não saber suas opções de financiamento.
Não ter um planejamento financeiro
Sonhar, de fato, não custa nada. Mas comprar um imóvel sem planejamento custa sim — e, muitas das vezes, muito caro. Em casos extremos, a falta de planejamento pode até te levar a adiar momentaneamente seu sonho, perdendo o imóvel para seus credores. Portanto, o planejamento financeiro deve ser o primeiro passo para sair do aluguel, antes mesmo de você começar a sondar a casa ou apartamento que gostaria de ter.
Este passo é essencial para que você possa visualizar facilmente os seus gastos, eliminar dívidas, saber em que aspectos você pode economizar e até mesmo quanto da sua renda você poderá comprometer com o imóvel próprio. Então, para não pecar neste ponto, siga as dicas a seguir e procure sempre manter o seu planejamento financeiro bem atualizado.
1. Liste os seus gastos
Para poder fazer um bom planejamento financeiro, é preciso saber para onde você direciona cada real da sua renda mensal. Para isso, você precisa listar todos os seus gastos. Recomendamos que você utilize uma planilha eletrônica — ou mesmo um caderno — para identificar tudo o que gasta.
Coloque nesta lista desde os valores fixos, como valor do aluguel e compras parceladas, até projeções de valores variáveis, como conta de luz e gastos com lazer.
2. Racionalize os investimentos
Depois de identificar seus gastos, você precisa fazer uma análise da necessidade de cada um deles. Lembre-se de que, neste momento, algumas coisas podem ser de seu agrado mas devem ser suspensas até você atingir seu objetivo principal: sair do aluguel. Para facilitar isso, você pode usar a regra dos 50-15-35.
Segundo essa regra, 50% de sua renda deve ser direcionada para os gastos essenciais, como aluguel, alimentação, transporte e contas de luz, telefone, água e internet. Outros 15%, pelo menos, devem ser destinados às prioridades financeiras, como quitar dívidas e fazer uma poupança para a aquisição de um imóvel. Os 35% restantes de sua renda podem ser destinados à manutenção do seu estilo de vida, como lazer e assinaturas de serviços não essenciais.
Vale lembrar que se você estiver muito endividado precisará comprometer mais de 15% de sua renda com as prioridades financeiras, reduzindo tanto os gastos essenciais como os para lazer.
3. Defina metas
Apesar de ficar por último, este é um ponto crucial. Sem a definição de metas, você terá apenas feito uma análise do seu orçamento e dos gastos. Para concluir seu planejamento financeiro, você precisa estabelecer metas. Por exemplo: “em seis meses você quitará todas suas dívidas” ou “em dois anos você terá 30% do valor do imóvel que deseja para dar como entrada”.
Mas lembre-se de definir metas alcançáveis. Não há nada mais desmotivador que tentar dar passos maiores do que suas pernas e se descobrir incapaz de cumprir suas metas.
4. Extra: repense seu estilo de vida
Sair do aluguel demanda um investimento considerável na aquisição de um imóvel. Portanto, é preciso ter em mente que você precisará repensar o seu estilo de vida, como reduzir os gastos com lazer. Por vezes, uma simples redução da frequência com que vai ao cinema ou a quantidade de cafezinhos que você toma na padaria já representam uma mudança considerável que o ajudará a alcançar a sua independência.
Ter muitos gastos desnecessários
Economizar é uma estratégia mágica para realizar qualquer sonho se você não tiver centenas de milhares de reais no banco. Mas, ao fazer o seu planejamento financeiro e repensar o seu estilo de vida, será tranquilamente possível identificar os gastos que são essenciais e os que são supérfluos, ou seja, desnecessários. E, se são desnecessários, você pode viver sem eles.
O problema é que grande parte das pessoas não se policia. Aí, o dinheiro escoa pelos dedos instantes depois recebê-lo nas mãos. Por exemplo, imagine uma pessoa que gosta de café e faz questão tomar dois expressos na padaria da esquina do trabalho em vez de tomar o café da empresa. Se cada um custar R$ 3, ao final de um ano essa pessoa terá gasto 1.584 reais só com cafezinhos. Ou seja, o que parece muito pouco no dia a dia pode representar uma quantia suficiente até para quitar algumas parcelas de um financiamento.
E essa história não para no cafezinho. A seguir, confira alguns hábitos que te impedem de economizar dinheiro com gastos desnecessários.
1. Não comparar preços
Algumas pessoas acham bobeira dedicar um tempinho para pesquisar preços. No entanto, qualquer um pode comprovar que a variação de preços pode ser astronômica em lojas que estão, muitas vezes, localizadas numa mesma rua ou shopping. Logo, pagar o dobro por um produto só porque não dedicou um tempinho a pesquisar preços mais em conta é um dos mestres dos gastos desnecessários.
2. Não aproveitar descontos oferecidos
Seja estudante ou titular de assinatura de revistas, muitas pessoas têm direito a descontos oferecidos por empresas mas não usufruem deles. Então, se você é cliente de empresas de telefonia móvel, TV paga ou assina algum tipo de serviço, como revistas e jornais, fique atento aos chamados clubes de descontos. Você pode estar perdendo descontos interessantes em diversas lojas e serviços, como cinemas ou sites de e-commerce.
3. Deixar para comprar só quando precisar
Apesar de parecer contraditório, deixar para comprar alguma coisa só quando estiver precisando daquilo pode gerar um gasto desnecessário. Afinal, quantas ofertas você deixa de aproveitar só porque não precisa daquilo naquele momento? Economizar é também saber eliminar gastos desnecessários ao aprender a comprar bem. Para ilustrar: imagine o quanto os pais economizariam se, no decorrer do ano, já comprassem o material escolar dos filhos para o próximo ano?
Ter medo de comprar um imóvel
Todo ser humano é movido por desejos e medos. Algumas vezes, desejamos muito algo e, por isso, o fazemos. Outras vezes, tememos tanto uma consequência, que optamos por uma solução alternativa. Do mesmo modo, muitas pessoas têm o sonho de sair do aluguel, mas temem não conseguir quitar os vencimentos do imóvel adquirido.
Porém, se fizer um planejamento financeiro detalhado e definir metas consistentes, você será capaz de realizar qualquer sonho. Pode até demorar um pouco mais do que você gostaria, mas certamente será possível realizá-lo com sucesso. E o melhor: sem riscos de perder o imóvel ou de não ser poder arcar com sua manutenção.
Então, organize-se para que seus passos não sejam em falso e você possa resolver possíveis pendências financeiras, economizar recursos e concretizar seus planos de sair do aluguel e morar no seu próprio apartamento ou casa. Além disso, pesquise bastante sobre a construtora responsável pelo imóvel. Isso te dará ainda mais segurança para completar esse importante passo de sua vida.
Não achar que um imóvel é um bom investimento
Seja por uma reportagem na TV ou pela instabilidade da economia, crer que comprar um imóvel não é um bom investimento é um dos piores erros de quem quer sair do aluguel. Para ilustrar bem isso, acompanhe a seguinte linha de raciocínio: quanto maiores forem a densidade demográfica, a expectativa de vida das pessoas e a taxa de natalidade de uma região, maior será a busca por imóveis. Com isso, maiores serão os valores dos aluguéis e de compra/venda de casas e apartamentos.
O exemplo acima já é vivenciado pelos moradores de cidades superpopulosas, como Dhaka (Bangladesh), Delhi (Índia), Seul (Coreia do Sul), Tóquio (Japão) e Nova Iorque (Estados Unidos). Todas estas cidades, lá em 2011, já tinham uma densidade populacional maior que 10 habitantes por metro quadrado. Com isso, o valor do m² fica cada vez mais caro e os imóveis cada vez menores.
E essa tendência não está restrita às cidades de outros países. Já em 2015, foi lançado, em São Paulo, um empreendimento com apartamentos de apenas 14 m², custando cerca de 90 mil reais cada. Para ter uma ideia, 14 m² é, aproximadamente, o tamanho de uma van!
Portanto, direcionar suas economias para a aquisição de um imóvel é sim um bom investimento. E, em tempos de crise, fica muito mais fácil negociar a compra e diminuir a margem de lucro de quem vende o bem. Além destas facilidades, é preciso lembrar que muito raramente um imóvel sofre desvalorização por motivos não externos, como o aumento de violência na região. Pelo contrário, o valor venal do bem só tende a aumentar. Ou seja, com o passar do tempo, conforme a família vai aumentando e os filhos se mudando, você poderá optar por vender o imóvel, comprar um menor e ainda ficar com um dinheirinho para investir, viajar ou quitar débitos.
Não saber suas opções de financiamento
Não é incomum encontrar pessoas que sonham em sair do aluguel mas acham que isso só é possível fazendo economia por anos para juntar uma quantia para pagar à vista — ou ganhando na loteria! No entanto, o mercado imobiliário tem se inovado constantemente para facilitar a aquisição de imóveis e, assim, fazer a economia do setor girar.
Exatamente por isso que relatamos que um dos maiores erros de quem quer sair do aluguel é desconhecer as opções para adquirir um imóvel. Para resolver este ponto de uma vez por todas, vamos listar as principais opções de financiamento e possibilidades para a compra de uma casa ou apartamento. Confira.
1. Financiamento pela Caixa Econômica Federal
Uma das formas mais populares de adquirir a casa própria é a partir da Caixa Econômica Federal. Por ter juros mais baixos, adotar políticas atreladas aos programas sociais do Governo Federal, como o “Minha Casa, Minha Vida“, mas restringir o acesso ao crédito conforme o perfil do interessado, trata-se da opção mais atraente para quem tem uma faixa de renda baixa.
Os interessados adquirem o financiamento com possibilidade de mudar imediatamente para o imóvel e têm longos prazos para quitar seus débitos.
2. Financiamento bancário comum
Para aproveitar este tipo de financiamento para a compra de um imóvel, além do planejamento financeiro, é preciso muita pesquisa e análise das propostas. Isso porque, apesar de ter certa regulamentação pelo Banco Central, as instituições financeiras são livres para oferecerem cláusulas contratuais específicas com condições especiais para suas ofertas.
Por isso, é importante fazer a cotação com diversos bancos e comparar todos os pontos positivos e negativos, não focando apenas no valor das prestações e nas taxas praticadas pela instituição.
3. Financiamento direto com a construtora
Modalidade muito comum para comprar um imóvel na planta, o financiamento realizado diretamente com a construtora pode ser a melhor alternativa em tempos de crise. Isso porque as empresas desejam movimentar seu caixa e vender seus empreendimentos o mais rápido possível.
Assim, o consumidor pode encontrar diversas facilidades nas formas de entrada e de pagamento, e até adicionais gratuitos, como itens de acabamento e decoração. Outro ponto interessante é que, normalmente, os novos prédios vêm equipados com estruturas modernas e que proporcionam economia, além de vasta opção de lazer.
4. Consórcio imobiliário
O consórcio de imóveis tem se tornado o queridinho de quem deseja investir em imóveis ou comprar a casa própria. Por não exigir entradas e ter parcelas fixas, sem a incidência de juros, é a forma de investir mais recomendada para quem não tem pressa para mudar. Isso porque quem adquire uma cota de consórcio pode tanto ser contemplado com a carta de crédito logo no primeiro mês como apenas no término do pagamento do plano.
Conclusão
Como você pôde ver no decorrer deste material, sair do aluguel não é um sonho inalcançável. No entanto, é preciso muito planejamento das finanças e força de vontade para não se deixar influenciar pelos apelos consumistas do mercado e acabar desequilibrando o orçamento.
Portanto, faça o planejamento financeiro da sua renda, corte os gastos desnecessários e estude bem as propostas e empresas responsáveis para você não ter receio de investir em um imóvel. Fazendo tudo isso e seguindo as dicas relacionadas aqui, você perceberá que existem diversas possibilidades para concretizar o sonho da casa própria e entenderá que ter uma casa ou apartamento é um ótimo investimento!
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