A revelação dos preços e data de lançamento do PlayStation 5 (PS5) no Brasil na última quarta-feira (16), bem como a confirmação dos valores dos Xbox Series S e Xbox Series X na última segunda-feira (21) permite uma comparação abrangente entre os três consoles da nova geração. Parecidos em alguns aspectos, como processador e memória, os videogames da Sony e Microsoft também têm diferenças significativas em preço, performance gráfica e em recursos, como Wi-Fi 6 (802.11ax) e portas USB-C que aparecem apenas nos novos PlayStation. A seguir, confira o comparativo de ficha técnica e preços do trio que chega em novembro.
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Design
Os três consoles diferem bastante em dimensões e estilo. Series S é compacto e pesa 1,93 kg – a Microsoft afirma que o modelo de entrada é 60% menor do que o Series X – e traz linhas e acabamento que remetem ao estilo do Xbox One S: branco, com detalhes em preto.
Já o Xbox Series X tem um formato de paralelepípedo. Com cor escura, que lembra o One X, o Series X pesa 4,45 quilos. Assim como o irmão menor e mais barato, o top de linha da Microsoft pode ser usado tanto na vertical como na horizontal.
O PlayStation 5 tem um design em dois tons, com contraste mais destacado entre branco e preto, reforçado por um LED que realça contornos do console. Mais chamativo que os rivais, o PS5 é maior e pesa 3,9 quilos (na versão Digital) e 4,5 quilos na opção equipada com leitor de discos.
Processador
Os três consoles usam CPUs criadas pela AMD com a mesma arquitetura Zen2 e que apresentam especificações bem parecidas. Isso indica que a performance dos consoles em tarefas que são sensíveis ao desempenho do processador – aspectos de simulação dentro do jogo e processamento de rotinas da inteligência artificial dos inimigos são exemplos – devem se equiparar entre os três.
Nos números, quem leva vantagem é o Xbox Series X da Microsoft. O console apresenta um processador de oito núcleos e que oferece 16 threads (linhas de execução). Esse total significa que, na prática, o processador escolhido pela Microsoft pode se comportar como se tivesse na verdade 16 núcleos, dando conta de realizar 16 tarefas ao mesmo tempo.
Em termos de velocidades, o octa-core do Series X pode rodar em até 3,8 GHz, usando os oito núcleos físicos, ou atingir 3,6 GHz com as 16 linhas de execução ativadas. Já o Series S apresenta CPU com o mesmo perfil: octa-core de 16 threads que, no entanto, garante velocidades um pouquinho mais baixas: 3,6 GHz com oito núcleos e 3,4 GHz com as 16 threads.
Entre os dois modelos da Microsoft, é possível encaixar o PlayStation 5. A máquina da Sony usa um processador octa-core de 16 threads que trabalha em velocidades de até 3,5 GHz. Ao contrário dos novos Xbox, que garantem velocidades fixas, o PS5 pode variar essa velocidade para baixo em situações em que o processador não está submetido a alta demanda.
Placa de vídeo (GPU)
Assim como o processador, a placa de vídeo (ou processador gráfico) dos três consoles tem a mesma origem: trata-se de uma Radeon da AMD, fruto da arquitetura RDNA2, customizada pelos fabricantes para atender às suas necessidades. Isso significa a presença de tecnologias de ponta, como aceleração de efeitos por Ray Tracing, técnicas de reconstrução de imagem mais avançadas, etc. Assim como nos processadores, o componente mais poderoso está dentro do Series X.
O top de linha da Microsoft conta com um processador gráfico de 52 unidades computacionais. De uma forma simplificada, você pode compreender essas unidades computacionais como o números de núcleos de processamento da GPU. Ou seja: quanto mais, melhor, já que dá ao sistema a habilid
Além dos 52 núcleos, a GPU do Xbox Series X promete funcionar a uma velocidade fixa de 1,825 GHz. O resultado da combinação do total de núcleos e dessa velocidade é que o console da Microsoft garante uma performance computacional bruta de 12 TFLOPS.
O intermediário nessa briga é o PS5. O produto da Sony conta com uma placa gráfica que soma 36 unidades computacionais, capazes de rodar a uma velocidade máxima de 2,23 GHz. Como o console da Sony, ao contrário dos Xbox, pode variar essa velocidade para baixo quando a placa não está submetida a uma alta carga de trabalho, é possível dizer que a performance computacional bruta dos gráficos do PS5 pode chegar a 10,29 TFLOPS no melhor cenário.
Por fim, o Series S vem com uma placa gráfica menor e mais simples. São 20 unidades computacionais configuradas para operar em uma velocidade de 1,565 GHz, suficiente para uma performance máxima estimada em 4 TFLOPS.
TFLOPS, ou teraflops, são uma medida de capacidade bruta de processamento que mede a quantidade de trilhões de operações matemáticas usando números com vírgula que determinado processador pode realizar. Ou seja, 12 TFLOPS equivale dizer que o Series X pode calcular 12 trilhões de operações usando números quebrados por segundo, por exemplo. Não é em si um indicativo de como cada console irá se comportar em jogos, apenas indica sua capacidade bruta de processamento.
Memória
Em termos de memória RAM, a Microsoft criou um design um pouco diferente. Tanto o Series S como o Series X tem dois tipos de memórias em tamanhos e velocidades diferentes.
No console de entrada, o total é de 10 GB de GDDR6. Desses 10 GB, 2 GB são de baixa velocidade e trocam dados com o processador a uma velocidade máxima de 56 GB/s (gigabytes por segundo). Já os 8 GB restantes operam a velocidades mais altas de 224 GB/s
O Series X tem um total de 16 GB, mas também dividido. São 6 GB de GDDR6 de baixa velocidade – até 336 GB/s – e outros 10 GB de 560 GB/s. Cabe aos desenvolvedores equacionar o uso da memória para garantir que os arquivos e recursos necessários para a execução dos jogos sejam lidos em tempo.
Do lado da Sony, o design é mais convencional porque o total de memória opera sempre em uma mesma velocidade. No PS5, são 16 GB de GDDR6 capazes de trocarem 448 GB/s de dados com o processador e placa gráfica do console.
Essa relação de troca de dados entre os dois componentes é essencial em games porque, em geral, é na memória que texturas, elementos gráficos, modelos 3D (como personagens e objetos em cena) ficam antes de serem renderizados na sua tela. A RAM guarda tudo que o jogo pode precisar dentro dos próximos segundos de ação. É por isso que, quanto maior a capacidade e velocidade de transferência da memória, maior a desenvoltura do sistema na hora de reproduzir um jogo em uma resolução alta a uma performance estável.
Armazenamento
Um dos grandes diferenciais da nova geração de consoles está na oferta de SSDs embarcados de alta velocidade. Discos desse tipo são muito mais velozes do que os HDs convencionais usados nos consoles atuais porque organizam, gravam e leem informações armazenadas de forma completamente eletrônica. Em um disco rígido (HD) convencional, essa leitura se dá de forma eletromecânica, em velocidades que são mais de 100 vezes mais lentas.
Nesse quesito, a vantagem é toda da Sony. O PS5 vem de fábrica com um SSD inteiramente customizado de 825 GB de capacidade máxima. Essa unidade pode ler dados a uma velocidade de 5,5 GB/s em formato bruto, ou até 9 GB/s usando técnicas avançadas de compressão de dados suportadas pela Sony.
É uma velocidade tão alta que não há nada no mercado de PCs capaz de rivalizar com o console da Sony no momento. Outra comparação possível é com a atual geração: um disco rígido no PS4 e Xbox One dificilmente permite leitura a velocidades de 100 MB/s.
Além do SSD de fábrica, o console da Sony terá um slot NVMe, igual ao encontrado em PCs, para instalação de SSD extra como forma de aumentar a capacidade. A marca alerta, no entanto, para que apenas SSDs certificados pela Sony serão compatíveis com o PS5.
Do lado da Microsoft, a tecnologia é parecida, mas a performance um pouco inferior. Os dois modelos de Xbox prometem SSDs de 2,4 GB/s de velocidade para leitura de dados em formato bruto, ou 4,8 GB/s usando técnicas de compressão. A única diferença entre Series S e Series X no disco sólido de fábrica fica na capacidade. O Series S tem SSD de 512 GB, enquanto que o modelo mais caro vem com disco de 1 TB.
Assim como a Sony, a Microsoft irá permitir a instalação de SSD extra. No caso da Microsoft, o formato do acessório será proprietário e lembra um cartão de memória.
Recursos
As novas informações sobre os consoles confirmaram alguns detalhes extras entre ambos. Um dos que mais chama a atenção é o fato de que o PS5 terá suporte a Wi-Fi 6 (802.11ax) e Bluetooth 5.1, enquanto que os dois modelos de Xbox ainda oferecem apenas Wi-Fi 5 (802.11ac) e não contam com suporte a conexões Bluetooth (em contrapartida, a Microsoft oferece a tecnologia própria para conectar controles sem fio e acessórios ao console).
Outra diferença inusitada nas interfaces entre as plataformas rivais é a presença de USB-C no console da Sony, mas não no Xbox. Enquanto o PS5 tem duas USB Tipo A (uma delas SuperSpeed de 10 Gb/s) e duas USB-C (ambas SuperSpeed de 10 Gb/s), o console da Microsoft soma três USB no formato Tipo-A de 5 Gb/s
Outro destaque é de que apenas os Xbox contam com suporte a Dolby Atmos, para som de cinema, e Dolby Vision, formato concorrente ao HDR. De resto, em ambas as plataformas (considerando os três modelos), o consumidor encontra HDMI 2.1, que permite transmissão de vídeo até 8K.
Biblioteca de jogos
Os novos Xbox prometem um cardápio mais variado. Aproveitando o programa de compatibilidade com gerações mais antigas iniciado no Xbox One, os novos Series S e Series X irão rodar todos os jogos de Xbox e Xbox 360 que já são parte da iniciativa. Além disso, os dois consoles prometem rodar normalmente todos os jogos de Xbox One.
Do lado da Sony, o PS5 terá uma biblioteca menor. O console estreia no mercado com promessa de 99% de compatibilidade com o catálogo do PS4, além de, claro, ter acesso aos lançamentos da nova geração. Não há nenhuma informação sobre compatibilidade com games de PlayStation, PS2 e PS3 até o momento.
Preço
A Sony já confirmou os preços do PS5 no Brasil. Com lançamento previsto para 19 de novembro, e fase pré-venda já iniciada no mercado nacional, o PlayStation 5 sai por aqui a partir de R$ 4.499 para a unidade sem leitor de disco Blu-Ray. Quem preferir o drive para discos Blu-Ray UHD precisa pagar R$ 4.999 pelo console.
A Microsoft também já revelou seus planos para o mercado brasileiro. O Xbox Series X chega por R$ 4.999, enquanto o modelo mais modesto Xbox Series S sai por R$ 2.999. A empresa divulgou que os videogames desembarcam em território nacional em novembro, porém ainda não há uma data definida.
Via PlayStation Blog e Xbox
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