O TikTok, popular rede social de vídeos curtos disponível para Android e iPhone (iOS), é de propriedade da empresa chinesa ByteDance. A startup tem valor de mercado estimado em mais de US$ 75 bilhões, e está por trás do app que ultrapassou 2 bilhões de downloads nos últimos meses.
Ao longo do crescimento do TikTok, a empresa foi centro de diversas polêmicas, sobretudo em respeito a cibersegurança e privacidade. Conheça, na lista a seguir, um pouco mais sobre a trajetória da ByteDance e seus outros apps além do TikTok.
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1. Criação da ByteDance
A ByteDance é a empresa dona do TikTok, com valor de mercado estimado em mais de US$ 75 bilhões. A startup mais valiosa do mundo foi criada em 2012 pelo engenheiro de software Yiming Zhang, que permanece como CEO, e tem sede em Pequim, China.
A proposta da startup era desenvolver plataformas móveis com recursos de inteligência artificial. No ano de sua estreia, a ByteDance lançou dois apps de sucesso nessa linha: o aplicativo de piadas Neihan Duanzi, encerrado em 2018 por censura do governo chinês, e o agregador de notícias Toutiao, um dos mais populares do país até hoje.
O Douyin, versão chinesa do TikTok, foi lançado em 2016. Antes mesmo da aquisição do antigo Musical.ly, o app chinês de vídeos curtos já contava com mais de 100 milhões de usuários ativos e 1 bilhão de visualizações de vídeos diariamente.
2. Aquisição do TikTok
O Douyin funcionava de forma similar ao Musical.ly, app de dublagem lançado em 2014 e também de origem chinesa. O app da ByteDance, até então pouco conhecido no Brasil, também contava com vídeos de 15 segundos e era focado em música.
No ano seguinte ao lançamento do Douyin, em 2017, a ByteDance resolveu expandir o produto para o mercado ocidental, lançando uma versão internacional chamada TikTok. A startup anunciou a compra do Musical.ly, que já era muito popular entre adolescentes na época, com cerca de 200 milhões de usuários ativos.
Os valores da transação não foram oficialmente divulgados, mas estima-se que a aquisição tenha variado entre US$ 800 milhões e US$ 1 bilhão. Naquele ano, o valor de mercado da ByteDance era avaliado em US$ 20 bilhões — ou seja, a gigante quase quadruplicou desde então.
O Musical.ly ainda manteve o nome durante quase um ano. Em agosto de 2018, a companhia transformou o antigo aplicativo de dublagens no TikTok. Hoje, o aplicativo mais de 500 milhões de usuários ativos mensalmente em todo o globo e 41 milhões de usuários ativos por dia fora da China. Seu atual CEO é Kevin Mayer, que também desempenha a função de COO (diretor de operações) da ByteDance.
3. Outros apps da empresa
Conhecida na China como "fábrica de apps", a ByteDance tem um catálogo extenso de plataformas móveis. O site da empresa atualmente lista sete aplicativos, entre os quais estão o TikTok e sua versão chinesa, Douyin.
O já mencionado Toutiao, que reúne notícias e outros conteúdos usando inteligência artificial, continua entre os serviços mais populares da China, com 200 milhões de usuários ativos por mês. Outro destaque no país é o Xigua Video, plataforma de vídeos que inclui clipes longos.
Fora do mercado chinês, a ByteDance conta com o Helo, rede social popular na Índia; Lark, plataforma de trabalho colaborativo disponível no Japão e Cingapura; e o Babe, aplicativo de notícias e conteúdo líder na Indonésia.
4. Como o TikTok ganha dinheiro?
Com o TikTok, a forma de receita da ByteDance é por meio de compras no aplicativo. O
Para se ter uma ideia, apenas no mês de fevereiro de 2019, os usuários do mundo todo gastaram cerca de US$ 5,5 milhões comprando as moedas TikTok. Os dados são uma estimativa da consultoria Sensor Tower, uma vez que a ByteDance não divulga seus números oficialmente.
Na maioria dos outros apps da empresa, porém, a receita se dá principalmente por veiculação de propaganda. Usuários do Toutiao e mesmo do Douyin veem anúncios no feed de notícias e nos vídeos, pagos por outras empresas.
5. Polêmicas de privacidade
O TikTok já esteve envolvido em diversas polêmicas, principalmente em relação a privacidade. Um dos casos de maior destaque foi a ação coletiva movida em um tribunal da Califórnia, nos Estados Unidos, que acusava o app de estar coletando informações de usuários sem que eles soubessem e enviando-as para servidores na China.
A ação judicial foi motivada pela situação vivida por Misty Hong. Segundo a estudante universitária, ela assistiu a alguns vídeos no TikTok sem criar conta no serviço e, algum tempo depois, descobriu que o aplicativo havia criado um perfil para ela cuja senha era seu número de telefone. A plataforma ainda teria salvo os vídeos que ela editou no modo rascunho mas não publicou, assim como armazenou vários dados pessoais, informações biométricas e digitalização do rosto.
A empresa também é acusada de infringir a lei americana de proteção da privacidade das crianças online. Em fevereiro deste ano, a ByteDance chegou a pagar uma multa de US$ 5,7 milhões à Federal Trade Commission (FTC), agência de direito do consumidor dos Estados Unidos, por permitir que crianças menores de 13 anos usassem o então Musical.ly, que coletava nomes, endereços de e-mail e outras informações sem o consentimento dos seus pais.
Depois do episódio, a ByteDance restringiu funcionalidades para pessoas abaixo dos 13 anos e se comprometeu a tornar o ambiente do app seguro para essa faixa etária. Várias entidades apontam que o TikTok não está cumprindo sua promessa, uma vez que mantém online vídeos de crianças com 12 anos ou menos, contrariando um dos tópicos com os quais havia concordado.
As muitas queixas de privacidade foram o principal argumento para que o TikTok fosse banido da Índia no último dia 29. Além do antigo Musical.ly, o governo proibiu dezenas de outros apps chineses alegando preocupações com a segurança nacional. Em abril, o app de dublagem já havia sido retirado da versão indiana das lojas da Apple e Google por duas semanas.
Via ByteDance, Nikkei Asian Review, G1, CNBC, Business Insider, DMR, The New York Times e Sensor Tower
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