Borderlands 3 é o novo jogo de tiro em primeira pessoa da 2K Games. Desenvolvido pela Gearbox para PC (com exclusividade temporária na Epic Store), PlayStation 4 e Xbox One, o jogo resgata as mecânicas de loot incessante e elementos de RPG que consagraram a série, desta vez no maior jogo já visto em toda a franquia, com toneladas de missões e itens para coletar. Confira o review completo com todos os prós e contras da nova aventura:
Familiar até demais
Quando o primeiro jogo da franquia Borderlands foi lançado em 2009, a ideia de misturar ação incessante com as mecânicas de loot vistas em RPG como Diablo era bem inovadora, o que serviu para destacar a nova franquia da Gearbox e conquistar milhões de fãs pelo planeta. Suas sequências, Borderlands 2 e The Pre-Sequel expandiram suas ideias básicas e tornaram a experiência cada vez mais rica e complexa, a mesma tática adotada por Borderlands 3.
O problema é que agora, em 2019, a ideia de misturar tiroteios e loot já foi abraçadas por diversas outras marcas de peso, como Destiny, e já não impressiona mais como novidade. Com isso, resta para o novo Borderlands tentar oferecer uma nova e cativante história que, agora, apresenta as gêmeas Calypso como principais antagonistas. Como o jogo começa em Pandora, as primeiras horas são excessivamente familiares para fãs de longa data, embora seja difícil imaginar que algum jogador fique incomodado ao reencontrar o sempre hilário Claptrap logo de cara.
Boa variedade de inimigos e cenários
Para quebrar um pouco a sensação de familiaridade, Borderlands 3 apresenta novas áreas após poucas horas de jogo, com novos planetas e um hub central inédito, o Santuário. A sensação de participar de uma grande jornada pela galáxia é um grato sopro de diversidade, especialmente porque os novos mapas tiram proveito dos controles mais leves, soltos e verticalizados, com combates que exigem mais movimentação do que nunca. Agora é possível deslizar em direção às coberturas, o que aproxima seu gameplay das sólidas mecânicas vistas nos jogos de tiro da Respawn Entertainment, de Titanfall 2 e Apex Legends.
Com a variedade de mapas, aumenta também a diversidade de inimigos. Dos pântanos de Eden-6 ao vasto ambiente urbano da megalópole Promethea, cada área possui seus próprios perigos, ameaças ambientais e tecnologias. Isso ajuda as mais de 30 horas de campanha principal a passar voando em ótimo ritmo, especialmente porque os 4 heróis principais jogáveis também possuem seus próprios poderes e atrativos.
Assim que você começa um novo save em Borderlands 3 é obrigado a escolher entre quatro personagens, sendo que cada um deles possui três árvores de habilidade distintas. Amara é uma Siren que pode atacar vários inimigos de uma vez com seus poderes psíquicos, o gigante FL4K fica em contato com a natureza e consegue assumir o controle de animais selvagens, Zane é um mercenário capaz de criar clones para servir de isca aos inimigos, além de mandar um pequeno robô voador atacar em seu lugar, e Moze é talvez a mais divertida de todas, já que pode invocar um robô de batalha. Vale a pena experimentar todos até descobrir qual herói mais combina com seu estilo de jogo.
Loot sem precedentes
A 2K divulgou Borderlands 3 colocando sua fartura de armas como carro-chefe do marketing, ostentando mais de um bilhão de armas ao longo da campanha. De fato, nunca se viu tanto loot quanto aqui, onde há itens para todos os gostos. De balas teleguiadas a pequenos cérebros ambulantes que explodem ao menor contato com inimigos, passando por escudos regeneráveis e bolas de fogo e gelo, é possível jogar centenas de horas sem ver tudo que o jogo tem a oferecer no departamento de exterminar inimigos.
O design do jogo incentiva diretamente o jogador a trocar de armas o tempo todo, mais ou menos como acontece em
Melhor no multiplayer
Exatamente como aconteceu nos Borderlands anteriores, o novo jogo é muito mais divertido quando jogado ao lado de até outros três amigos simultaneamente. A própria curva de dificuldade do game funciona melhor no multiplayer, com desafios mais justos e melhor balanceados do que os do single player, no qual é preciso se auto reviver matando um inimigo durante uma breve janela de tempo de sobrevida. Reviver aliados é muito mais empolgante, e garante batalhas mais memoráveis.
Os jogadores também podem customizar seus heróis com acessórios, roupas e até cabeças diferentes, o que torna a experiência mais pessoal e imersiva. Ainda é possível jogar online como nos títulos anteriores, com os jogadores competindo por loot entre si, mas Borderlands 3 mudou o padrão para uma cooperação mais real, com compartilhamento de melhorias. Com isso, ficou mais agradável jogar online com estranhos sem comunicação, já que os jogadores não ficam mais tentando sabotar uns aos outros em busca dos melhores itens exclusivos.
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Tecnicamente frustrante
Tanto nos consoles como nos computadores, o desempenho de Borderlands 3 não figura entre os melhores vistos na geração. A direção de arte e identidade visual da série, embora ainda bem características, já parecem um tanto datadas. Há quedas ocasionais de frames durante a ação, texturas que estouram em momentos inoportunos, e até alguns bugs dentro das missões, o que pode ser resolvido em patches posteriores mas, por enquanto, prejudicam o ritmo das partidas.
A dublagem continua muito boa e, pela primeira vez na franquia, o game está legendado para português brasileiro. Só é uma pena que a tradução seja vinculada ao idioma do seu sistema, e não selecionada manualmente em menus internos. Embora o senso de humor do jogo seja bem adolescente e escatológico, o que não vai agradar a todos, os fãs de longa data certamente vão adorar ver as piadinhas do jogo traduzidas para o nosso idioma.
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