A SEGA passou por altos e baixos em sua longa história. Do domínio da geração 16 bits até o fracasso do Dreamcast, pelo caminho, a empresa do Sonic criou uma legião de seguidores (sobretudo no Brasil), lançou diversas inovações e tendências, e deixou várias passagens curiosas como legado. Por isso, vale lembrar diversos casos que ficaram marcados na história dos videogames, como a rivalidade com a Nintendo e com a Sony, o lançamento inovador do Sonic 2 e a quase fusão com a Microsoft. Confira a seguir 10 curiosidades sobre a famosa empresa japonesa.

Local de nascimento: EUA

Apesar da Sega ter se consolidado como uma empresa japonesa, na verdade suas origens remontam ao Havaí. Em 1940, três norte-americanos fundaram uma fábrica de máquinas caça-níqueis em Honolulu chamada Standard Games. A ideia era fornecer esses produtos para entreter os militares dos EUA que lutavam a Segunda Guerra Mundial no Pacífico. Após o fim do conflito, a empresa passou a focar seus esforços no Japão, que agora era território ocupado pelos norte-americanos.

Com isso, a Standard Games mudou seu nome para Service Games (ou SEGA, para abreviar) e se estabeleceu em Tóquio. Ao longo dos anos, ela se fundiu com outras companhias, faliu, trocou de nome, foi comprada pelo conglomerado Gulf+Western, passou a produzir máquinas de pinball no Japão e, por fim, entrou no mercado de fliperamas. Até que, em 1984, a Gulf+Western decidiu vender a Sega para a firma japonesa CSK, que comandou a empresa durante seus anos de ouro.

O primeiro mascote

Sonic é, de longe, o personagem mais popular da Sega. Ele já estrelou desenhos animados, quadrinhos e em breve ganhará um filme live-action. Mas o porco-espinho azul não foi o primeiro mascote da empresa japonesa: quem ostentou esse título pela primeira vez foi uma navezinha com pernas com o curioso nome de Opa-Opa.

A estreia do personagem foi no game Fantasy Zone, lançado originalmente para arcades e portado para Master System. Porém, Opa-Opa não empolgou muito como mascote e acabou sendo substituído por Alex Kidd, que por ser uma figura humana tinha mais chances de rivalizar com o Mario da Nintendo. O reinado do menino-macaco durou até 1991, quando Sonic fez sua estreia no Mega Drive e se tornou o personagem-símbolo da Sega.

Sonic 2 e a tradição das terças-feiras

Falando no porco-espinho azul, foi graças ao Sonic 2 que nasceu a tradição de lançar grandes títulos de videogame às terças-feiras. Até então, não existia essa ideia de uma data definida para que os jogos começassem a ser vendidos nas lojas. Cada comerciante podia decidir quando colocaria os lançamentos nas prateleiras.

Com o sucesso do primeiro Sonic The Hedgehog, a Sega promoveu uma grande campanha para o lançamento da aguardada continuação. A empresa fez um enorme planejamento para fazer um inédito lançamento mundial do game (tirando o Japão, que recebeu o jogo três dias antes). A data escolhida foi 24 de novembro de 1992, uma terça-feira. Não foi um mero acaso: o slogan da campanha dizia “Sonic 2sday” (um trocadilho com Tuesday). O lançamento foi um sucesso e as terças-feiras nunca mais seriam as mesmas.

Óculos VR para Mega Drive

Antes do PSVR e outros óculos de realidade virtual chegarem ao mercado, a SEGA tinha planos de lançar um dispositivo semelhante para o Mega Drive. Chamado de SEGA VR, o acessório foi anunciado na CES de 1993, com lançamento previsto para o final do mesmo ano. A promessa era de um aparelho com visor de LCD com taxa de atualização de 100 Hz e sensor de movimento.

Porém, ainda na fase de testes, foi apontado que o SEGA VR causava dor de cabeça e náusea se usado por muito tempo, além de possíveis danos nos olhos. Esses mesmos pro

... blemas, aliás, estiveram presentes no concorrente Virtual Boy, da Nintendo. Com isso, a Sega cancelou o lançamento do VR para consoles, embora tenha usado a tecnologia em alguns fliperamas.

Brigas entre EUA e Japão

Além de ter que lutar contra o poderio da Nintendo em território norte-americano, a Sega dos EUA ainda tinha que resolver problemas internos com a SEGAdo Japão. As famosas propagandas que alfinetavam o Super NES, por exemplo, eram mal vistas pelos executivos nipônicos, mas como a Sega dos EUA tinha autonomia para tomar decisões, os anúncios ácidos continuaram.

Esse choque de filosofias entre as duas SEGAs teve um destino trágico ao fim da geração 16 bits. A Sega japonesa queria lançar o quanto antes um novo console, já que o Mega Drive tinha perdido a guerra contra a Big N no arquipélago. Já os norte-americanos queriam justamente estender a vida do console, um inegável sucesso de vendas. A solução para resolver esse impasse veio da SEGA dos EUA: criar um acessório que faria o Mega Drive rodar jogos em 32 bits. Assim nasceu o Sega 32X.

O que a SEGA norte-americana não sabia era que os japoneses já estavam com um novo console 32 bits em desenvolvimento, o Saturn. Para piorar, a data de lançamento do console no Japão seria um dia após o lançamento do 32X nos EUA, em 22 de novembro de 1994. Resultado disso foi que o 32X naufragou em vendas, perdeu apoio das desenvolvedoras e acabou sendo descontinuado alguns meses depois.

SEGA esnobou a Sony

Outro caso em que a Sega do Japão e dos EUA bateram cabeça foi com uma aproximação da Sony para fabricarem um novo console em conjunto. Em 1991, a Nintendo tinha fechado um acordo com a Sony para criar um leitor de CDs para o Super NES. Só que, de última hora, a Nintendo mudou os planos e se aliou à holandesa Philips.

Com a tecnologia em mãos, a Sony procurou a Sega em busca de uma parceria — sobretudo agora que eles tinham um inimigo em comum. A SEGA dos EUA gostou da ideia e as duas empresas lançaram alguns jogos para o SEGA CD, como Night Trap. Com objetivos parecidos, o próximo passo seria fazer um novo console, mas o então presidente da Sega do Japão, Hayao Nakayama, barrou a ideia. A justificativa dele era que a Sony “não tinha experiência com hardware”.

Sem o apoio das duas maiores empresas de videogame da época, a solução da Sony foi tentar voo solo, lançando o Playstation em dezembro de 1994 no Japão. A aposta deu certo e em poucos meses o console se tornou um sucesso de vendas.

Saturn: tiro saiu pela culatra

Após o fiasco do 32X, a Sega dos EUA apostava as fichas no seu novo console, o Saturn. O lançamento estava previsto para setembro de 1995, apenas alguns dias antes do rival Playstation. Com isso em mente, a empresa decidiu fazer uma jogada ousada.

Em maio de 1995, durante conferência da SEGA na E3, o presidente da filial dos EUA, Tom Kalinski, anunciou o lançamento do SEGA Saturn para aquele mesmo dia, sob o preço de US$ 399 (cerca de R$ 1,5 mil). A ideia era justamente provocar um grande alarde pegando todo mundo de surpresa. Só que horas depois, durante a conferência da Sony na mesma E3, o então diretor de desenvolvimento do PlayStation, Steve Race, subiu ao palco, se aproximou do microfone e apenas disse: “US$ 299” (cerca de R$ 1,1 mil). O breve anúncio levou a plateia ao delírio e foi um banho de água fria na Sega.

Se a jogada surpresa não causou o impacto que se esperava, ela ainda criou uma série de problemas para a empresa. O estoque de Sega Saturn não atendia toda a demanda, então apenas as grandes redes receberam as primeiras levas, o que deixou o resto dos varejistas furiosos. Além disso, havia poucos títulos disponíveis no lançamento já que o prazo era curto demais. Sem decolar nas vendas e com opções escassas de games, a produção do Saturn foi encerrada em 1998.

Segagaga: a curiosa homenagem à Sega

Um dos últimos jogos financiados pela SEGA japonesa para o Dreamcast foi o bizarro RGP Segagaga. No game, o jogador controla um jovem que precisa salvar a empresa da falência e da destruição causada por um rival. Em uma trama absurda e recheada de non-sense, ele encontra diversos personagens antigos da empresa, funcionários fazendo hora extra e uma estranha aparição do ator Ralph Macchio, de Karatê Kid.

A história por trás de Segagaga também é bastante curiosa, já que o diretor Tez Okano ficou dois anos desenvolvendo o jogo em segredo. Quando completou, em 2001, a SEGA tinha acabado de anunciar que descontinuaria o Dreamcast e que deixaria o mercado de consoles. Ao apresentar o projeto, ele foi imediatamente aprovado para ser lançado, já que a empresa considerou que não tinha muito a perder (nem financeiramente, nem na questão de imagem).

Bill Gates dono da Sega?

No período mais turbulento da empresa japonesa, a Microsoft chegou a cogitar comprar a Sega para entrar no mercado de games. A informação foi confirmada em 2013 por Joachim Kempin, então vice-presidente da Microsoft. As duas empresas já tinham uma relação bastante próxima, tanto que a empresa de Bill Gates programou o sistema operacional do Dreamcast. Porém, o próprio Gates achou que os títulos da Sega não teriam força suficiente para desbancar o Playstation 2 da Sony e decidiu seguir com o projeto Xbox.

Curiosamente, em 2000 também circulou rumores de que a Nintendo queria adquirir a SEGA, algo que soaria no mínimo irônico para quem vivenciou o período de rivalidade nos anos 90. No dia seguinte, o presidente da Nintendo na época, Hiroshi Yamauchi, veio a público e disse que tudo não passava de boatos infundados.

Resort, time de beisebol e pachinko

Em 2003, a SEGA acabou se fundindo com a Sammy Corporation, uma empresa japonesa famosa por fabricar máquinas de pachinko (uma espécie de caça-níquel com elementos de pinball). Sob o nome de SEGA Sammy, hoje a companhia é um grande conglomerado que opera em diversos segmentos, como resorts, brinquedos e, claro, videogames e pachinko.

Além de lançar jogos da SEGA, o conglomerado ainda controla os estúdios Atlus (Persona e Catherine), Relic (antiga THQ Canadá) e Sports Interactive (da série Football Manager). Fora isso, a Sega Sammy é dona do estúdio de animação TMS Entertainment e administra um time de beisebol que joga nos campeonatos amadores do Japão.

Via Sega Retro, Kotaku, Business Insider e IGN



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