Mônica e a Guarda dos Coelhos é o mais novo título baseado nos quadrinhos mais famosos do Brasil. Disponível para Xbox One, PS4, Nintendo Switch e PC, o jogo coloca os principais personagens da Turma da Mônica em um game no estilo "Tower Defense" viciante e que privilegia o trabalho em equipe com um cooperativo local. Confira o review:
O retorno da turminha
Desde quando foi anunciado, o meu sentimento é de nostalgia. Não há como não relembrar clássicos jogos da Turma como Mônica no Castelo do Dragão e Mônica na Terra dos Monstros, ambos para os consoles dos anos 90 Master System e Mega Drive. Entretanto, ambos os títulos eram uma espécie de mod dos games da franquia Wonder Boy, ou seja, não eram um software desenvolvido do zero. Sendo assim, Mônica e a Guarda dos Coelhos pode ser considerado como o primeiro game de produção independente da franquia para um videogame.
Produzido pelos estúdios Mad Mimic, a proposta não é ser um jogo revolucionário com gráficos impressionantes e com uma jogabilidade complexa. Mas, sim, resgatar a essência dos títulos que ficaram popularizados nos ano 90, e que sempre privilegiaram a diversão no cooperativo local. Afinal, naquela época, multiplayer online só em filmes de ficção científica.
O objetivo do jogo também é bem simples. Embora não seja ir de uma ponta a outra do cenário, como nos jogos anteriores, ainda sim é fácil de ser entendido: você precisa evitar a invasão dos Monstros da Sujeira utilizando três tipos de coelhos, cada um com seus poderes: Sansão elimina as criaturas, Dalila deixa os inimigos mais lentos e Hércules faz com que fiquem paralisados por um determinado tempo.
Só que, antes de arremessá-los, é preciso preparar esses coelhos, utilizando recursos como pedra e pólvora. A partir daí você começa uma estratégia de otimizar seu tempo para criar os itens, preparar os canhões e atirar nas criaturas antes que as mesmas comecem a invadir o castelo. Se não bastasse, a cada nova fase elementos deixam as tarefas mais complexas, mudando a localização de itens, adicionando portais e paredes que precisam ser abertas.
Para completar, cada uma das missões requer até três tipos de tarefas, que vão desde usar apenas 10 tipos de um determinado coelho, até eliminar uma quantidade de inimigos de uma só vez. Todos esses elementos juntos criam algo desafiador, mas ao mesmo tempo divertido demais de ser completado. Só quem jogou sabe o quanto é gratificante completar uma tarefa depois de muito esforço com seus amigos.
Jogabilidade viciante que privilegia o trabalho em equipe
O multiplayer local, algo comum e quase uma obrigatoriedade entre os games das gerações passadas, vem andando rumo à extinção em diversos gêneros. Isso deve-se muito em conta ao avanço dos multiplayers online, cada vez mais robustos e com diversas opções de interação mesmo longe de seus amigos. Mônica e a Guarda dos Coelhos mostra que esse conceito ainda deve ser preservado, principalmente pela diversão que ele proporciona.
Sendo mais explícito, o game da Turminha até permite que apenas um jogador
Durante os testes, foi preciso mobilizar uma verdadeira equipe para que todas as tarefas fossem cumpridas atingindo os três objetivos. Enquanto no começo é apenas uma questão de usar dois jogadores, cada um cuidando de um lado, a medida com que você avança, quatro jogadores são essenciais para o sucesso, com dois cuidando exclusivamente dos canhões, um com os recursos e outro gerenciando a crise e auxiliando na estratégia do grupo.
Acreditem, é divertido demais a forma com que isso acontece. O desespero tomou conta de mim, mas de uma forma na qual muito jogos não conseguem nem chegar perto. Já sinto saudades de gritar com meus amigos pedindo mais "coelhos" e pólvora, enquanto meu coração acelera com a chegada de mais monstrinhos rumo a minha torre.
Entretanto, mesmo com uma pegada mais simples, ainda poderia haver espaço para uma mecânica a mais no jogo. Penso que um comando especial, como um pulo mais amplo, uma velocidade mais para produzir os itens ou até mesmo deixar o castelo mais resistente por um curto período, poderiam ser acrescido e dar mais diversão ao game.
Visual simples que não veio para impressionar
Hoje em dia, é comum ver jogos que prezam cada vez mais pelo realismo visual. Seja no trabalho de criação dos personagens, que exige uma captação das feições e de movimentos de atores de verdade, ou na criação de cenários. Porém, ainda há os jogos que deixam esse "complexo de realismo" de lado para focar seus esforços em outros quesitos, como o caso de Mônica e a Guarda dos Coelhos.
A primeira impressão é a de estar jogando um título de uma geração passada, graças aos personagens e detalhes dos cenários pixelizados. Porém, por mais que isso possa incomodar os gamers acostumados com gráficos realistas ou bem desenhados, é fácil se acostumar e entender a ideia da empresa: a simplicidade.
Em outras palavras, desde os primeiros minutos no game, tive a sensação de estar diante de um game com uma temática bem agradável. Nada de poluição visual na frente dos meus olhos, os elementos essenciais para a conclusão das tarefas são bem nítidos, assim como a movimentação dos personagens e inimigos.
Ao mesmo tempo, ficaria mais satisfeito em ver os personagens com traços mais nítidos em comparação aos seus desenhos originais do quadrinhos. Para um gamer que viu a Mônica usando o Sansão como espada nos seus games da era 8 e 16 bits, ainda fica no aguardo do dia em que verei o coelho de pelúcia "encaldido" (espero que ela não leia isso) rodopiando na tela.
Conclusão
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