Nokia e BlackBerry são duas empresas que fizeram sucesso no mercado de celulares nos anos 2000. Ambas ficaram famosas pelas inovações, mas desapareceram do mercado durante um tempo, com o domínio de marcas como Apple, Samsung e Motorola. Em 2017, no entanto, as duas companhias anunciaram seus retornos e novos aparelhos.

A volta das marcas pode ser explicada pelas empresas que estão por trás das duas fabricantes. Em 2016, a Nokia vendeu os direitos de usar seu nome para a HMD Global, enquanto a BlackBerry fez o mesmo com a TCL Communication. Conheça abaixo um pouco da história das empresas por trás do retorno de Nokia e BlackBerry.

HMD Global Oy: a dona da Nokia

Em 2016, a Microsoft vendeu a divisão de celulares, uma remanescente da antiga Nokia e que ainda usava a marca Lumia. Assim, ela se desfez inclusive das fábricas. O que restou da Nokia foi apenas a marca e é nesse momento que entra a HMD Global Oy. Pouca gente sabe, mas a empresa, que também é finlandesa, foi criada justamente com o objetivo de reviver a famosa companhia de telefones.

O processo começou ainda em maio de 2016. Inicialmente, a HMD adquiriu os direitos para produzir feature phones, aqueles telefones mais básicos, que não são inteligentes. Em dezembro do mesmo ano, a empresa anunciou a finalização do acordo. A partir desse momento, a Nokia passou a pertencer à HMD Global. A companhia pode estampar a marca em seus produtos durante dez anos.

HMD Global anunciou a volta do Nokia 3310 na MWC 2017 (Foto: Thássius Veloso/TechTudo)

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A equipe que lidera HMD Global é formada por ex-executivos da Nokia. Como é uma empresa recente, ela teve dois CEOs até agora. Arto Nummela comandou a HMD até o último dia 19, quando anunciou sua saída da empresa. Então, Florian Seiche, que foi co-fundador da HTC e também trabalhou na divisão de celulares da Microsoft, assumiu o cargo.

Fundada para criar a nova geração de smartphones, tablets e feature phones Nokia, a HMD pretende dar continuidade à história da icônica marca. No entanto, a companhia apenas projeta os telefones – ou seja, não os produz. A tarefa de manufaturá-los fica com a Foxconn, a maior fabricante de componentes de celulares o mundo – a mesma que produz o iPhone.

O primeiro lançamento da empresa aconteceu em dezembro de 2016, mas não foi nada grandioso. O anúncio foi uma recriação do celular Nokia 150. Em fevereiro deste ano, após muitos rumores em torno dos aparelhos, a HMD aproveitou a feira mobile MWC para lançar uma nova edição do clássico Nokia 3310 e os smartphones Nokia 3, Nokia 5 e Nokia 6. Ainda para este ano, é esperado um celular premium, provavelmente, o Nokia 8.

Nokia 6, Nokia 5 e Nokia 3 são os smartphones da marca para 2017 (Foto: Divulgação/Nokia)

Recentemente, no dia 9 de julho, a HMD anunciou a retomada da parceria entre a Nokia e a marca de lente Zeiss. As empresas prometem trazer inovações para as câmeras dos próximos celulares Nokia. Além disso, no último dia 27, a Microsoft transferiu mais de 500 patentes para HMD. Provavelmente, poderemos ver nos próximos alguns recursos dos antigos Nokia.

TCL Communication - A dona da BlackBerry

A BlackBerry também anunciou seu retorno ao mercado de celulares em 2017. A empresa por trás da novidade é a TCL Communication. A companhia foi criada em março de 1999, em Hong Kong na China, como uma subsidiária da TCL Corporation, que fabrica eletrônicos, como televisões, refrigeradores e celulares.

A TCL Communication é a responsável pela parte mobile da TCL. Hoje, ela é a dona das marcas BlackBerry, Alcatel e TCL Mobile. A empresa está presente em mais de 160 países e é considerada uma das 10 maiores fabricantes de celulares no mundo. A TCL Corporation é comandada por Mr. Li Dongsheng, seu fundador.

KeyONE é o próximo celular da BlackBerry a chegar no Brasil (Foto: Melissa Cruz Cossetti/TechTudo)

Em setembro de 2016, a companhia canadense BlackBerry anunciou que iria parar de fabricar seus próprios celulares para se concentrar no desenvolvimento de softwares. Em dezembro do mesmo ano, a empresa anunciou que os direitos de usar a marca seriam da TCL, algo bem parecido com o que aconteceu entre a HMD Global e a Nokia.

A partir desse momento, a empresa chinesa passou a desenhar, produzir, vender e oferecer suporte aos aparelhos móveis com a marca BlackBerry. Por sua vez, a BlackBerry continuou fornecendo softwares e soluções de segurança para que a TCL faça a distribuição deles para os aparelhos. Vale ressaltar que o acordo não se aplica aos seguintes países: Índia, Sri Lanka, Nepal, Bangladesh and Indonésia.

BlackBerry KEYone traz teclado QWERTY, clássico da marca (Foto: Thássius Veloso/TechTudo)

Vale lembrar que a BlackBerry já tinha feito uma parceria com a Alcatel em julho de 2016, quando anunciou o celular DTEK50. O smartphone foi produzido pela empresa que a TCL comanda e se parecia com um clone do Idol 4. O diferencial era o fato de ser o smartphone Android “mais seguro do mundo”, segundo a companhia.

Em fevereiro de 2017, também durante a MWC, a BlackBerry lançou seu primeiro smartphone produzido pela TCL. O telefone tem como destaque o teclado QWERTY físico, uma marca dos telefones BlackBerry. A versão brasileira do aparelho será trubinada com memória RAM de 4 GB e armazenamento de 64 GB. Seu preço será de R$ 3.500 e o lançamento está previsto para outubro.

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