Existem mais de 13 milhões de arquivos maliciosos feitos para infectar celulares com Android. E eles representam 99% dos vírus desenvolvidos para smartphones. Os dados alarmantes foram apresentados, na última quinta-feira (26), por um dos maiores especialistas de segurança em internet do planeta, Eugene Kaspersky, CEO da Kaspersky Lab. Ainda segundo o russo, a solução parece óbvia: “Smartphones precisam ser protegidos, assim como os computadores”.
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Em entrevista exclusiva ao TechTudo, durante a 5ª Conferência Latino-americana de Analistas de Segurança, em Santiago, no Chile, Kaspersky explicou que atitudes simples podem fazer toda a diferença na hora de proteger os dispositivos móveis. “As pessoas não se preocupavam em proteger seus computadores 20 anos atrás. O mesmo se vê hoje com os smartphones. Mas, quando algo grave acontecer, todos mudarão de ideia”, alerta.
A situação “grave” pode se dar a qualquer momento. Afinal, cerca de 325 mil arquivos maliciosos são criados todos os dias. Os principais alvos são os sistemas operacionais com maior número de usuários: Windows e Android. Atualmente, existem 237 milhões de arquivos maliciosos para o sistema da Microsofte mais de 13 milhões para o sistema móvel do Google.
A diferença é que, segundo Kaspersky, as pessoas ainda não se deram conta de que os smartphones também precisam de medidas preventivas. “As empresas de segurança na internet estão desenvolvendo novas tecnologias, novas barreiras, novos níveis de proteção. Mas isso é algo que não depende das companhias, depende dos consumidores. Se você fosse um fazendeiro, seria o responsável por garantir a segurança da sua fazenda. O mesmo acontece com o seu dispositivo pessoal.”
“Paranóicos, mas no bom sentido”
Para Kaspersky, a forma mais eficiente de manter as pessoas seguras é por meio da educação. “Nós temos que ser mais paranóicos”, diz Karspersky, “mas no bom sentido”. Afinal, segundo ele, ataques a bancos online ou via aplicativos, roubo de dados privados, ransomwares que sequestram computadores, botnets que usam a pessoa para fazer outras vítimas, e até o crime organizado, que agora contrata engenheiros e usa a tecnologia para dar suporte a suas ações, são ameaças para os usuários.
“Não basta que as empresas de segurança conheçam essas situações e criem proteção contra elas, as pessoas precisam estar conscientes dos riscos”, explica.
“O próximo ataque pode ser em uma smart TV”
Para Kaspersky, a Internet das Coisas é, na verdade, a “Internet das Ameaças”. Isso porque, partir do momento em que os dispositivos da casa estiverem conectados, haverá malwares voltados para eles. As smart TVs, por exemplo, podem receber o botão “comprar” e, assim, despertar a atenção dos criminosos.
“A pergunta é: ‘É possível pegar dinheiro dos usuários com este golpe?’, ‘É possível coletar dados das pessoas hackeando este aparelho?. Se a resposta for sim, então, haverá ataques”. “No futuro os cibercriminosos vão sequestrar a geladeira e pedir dinheiro para liberar a comida”, brincou Kaspersky.
*A jornalista viajou a convite da Kaspersky Lab
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