O Super Nintendo foi um grande sucesso. Lançado em 1991, o videogame vendeu 49,1 milhões de unidades no mundo todo. O console de 16 bits da Nintendo, apesar de sua popularidade, é cercado de curiosidades pouco conhecidas, como o seu modelo arcade Nintendo Super System e a ligação de sua criação com a empresa Sega. No texto a seguir, o TechTudo listou dez fatos estranhos e misteriosos sobre o Super Nintendo.
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1. Censura
A Nintendo é bastante cautelosa com o tipo de conteúdo que tolera em suas plataformas – em especial, em seus jogos desenvolvidos internamente. As primeiras manifestações dessa postura mais comportada apareceram justamente no Super Nintendo. Na época, seu rival Mega Drive apostava em um conteúdo maduro e sem filtros, enquanto as versões de games para SNES precisavam ser adaptadas.
Em jogos da série Mortal Kombat, por exemplo, era necessário que o sangue fosse removido e substituído por “suor” na tela. Além disso, RPGs que continham bebidas alcoólicas não podiam incentivar o consumo em excesso, tampouco mostrar personagens bêbados. Já Super Castlevania IV, por sua vez, apareceu no ocidente com a remoção de seu conteúdo que abordava religiões, o que descaracterizou o jogo.
2. Super Nintendo Mouse
Jogar em consoles atuais utilizando um mouse é algo que interessa o público que busca de vantagens competitivas em jogos de tiro. O suporte ao periférico, no entanto, tem apoio no mínimo reticente por parte da Sony, da Microsoft e até mesmo da própria Nintendo. Por conta disso, é curioso lembrar que, em sua época, o Super Nintendo contava com um mouse exclusivo.
O periférico surgiu como complemento para jogar Mario Paint no console, mas também era compatível com alguns outros jogos. O mouse tinha dois botões, com acionamento de sensores por bolinha, e vinha até com mousepad. Como era vendido com o jogo, o item é relativamente raro e bastante procurado por colecionadores.
3. Caos no lançamento
O lançamento do Super Nintendo no Japão, em 1991, foi um enorme sucesso comercial, embalado por uma campanha de marketing bem sucedida. Isso fez do sucessor do console (Famicon, por lá) um produto extremamente aguardado pelo público.
Essa grande expectativa, no entanto, contribuiu para o caos. O lançamento do Super Nintendo foi tão caótico, com confusões em lojas, shoppings e enormes engarrafamentos, que o próprio governo japonês precisou intervir. Foi decretado que, dali em diante, lançamentos de consoles só poderiam ocorrer por lá durante os finais de semana.
4. Yakuza de olho
Essa demanda gigantesca pelo console também atiçou o interesse do crime organizado. A Yakuza, máfia japonesa, se organizou em ações para roubar carregamentos do console, na intenção de comercializa-lo ilegalmente depois. Isso, na verdade, não é muito diferente do que tem acontecido atualmente com PlayStation 5 (PS5) e placas de vídeo de última geração.
No caso da Nintendo, a solução para mitigar o sucesso dos criminosos nos roubos do console foi aplicar um alto grau de sigilo sobre as operações logísticas. Além disso, a empresa investiu bastante em segurança, com vigilância nos centros de distribuição e nos veículos usados para transporte do Super Nintendo.
5. Nintendo PlayStation
O Super Nintendo PlayStation é uma página conhecida da história da fabricante japonesa. Interessada em oferecer suporte a CDs no SNES, a Nintendo entrou em contato com a Sony para desenvolver um acessório que levasse essa capacidade ao console.
Rapidamente, uma enorme crise eclodiu em torno do projeto,
A parceria, embora tumultuosa, durou tempo suficiente para que algo entre 200 e 300 protótipos do PlayStation para Super Nintendo fossem produzidos. Desses, apenas uma unidade parece ter sobrevivido. Posta em leilão no ano passado, esse exemplar, que sequer funciona direito, foi vendido pelo valor astronômico de US$ 1 milhão.
6. Super Nintendo arcade
O Nintendo Super System é uma criação bem rara. Funciona como uma versão arcade do console doméstico, desenvolvida pela Nintendo para demonstrar as capacidades do seu produto em fliperamas. Assim como máquinas arcade convencionais, ele precisava de fichas e podia vir com apenas um jogo, ou então com suporte a mais de um título.
O curioso é que o Nintendo Super System não tinha uma seleção muito caprichada de games. Além de clássicos como Super Mario World e F-Zero, a plataforma podia rodar jogos de menor sucesso, como Act Raiser, NCAA Basketball, Lethal Weapon e The Adams Family. Assim como outros elementos de baixa produção da história dos videogames, o Super System é um item de colecionador.
7. Primeiras versões eram compatíveis com o NES
No começo do desenvolvimento do Super Nintendo, a intenção era de que o console fosse capaz de rodar nativamente jogos de NES, para que consumidores que tinham uma biblioteca de títulos da plataforma pudessem continuar curtindo seus jogos na nova plataforma. Para cortar custos, porém, a Nintendo decidiu cortar a funcionalidade.
A discussão da retrocompatibilidade entre novos consoles e modelos antigos está em evidência mesmo hoje. Enquanto a Sony, por exemplo, oferece suporte integral ao PlayStation 4 (PS4) no PlayStation 5 (PS5), a Microsoft incentiva o seu sistema de aprimoramentos, que permite ao Xbox mais atual rodar games do primeiro console da família, lançado em 2001.
A Nintendo, por sua vez, com o Nintendo Switch, rompeu uma tradição de oferecer suporte a gerações antigas de seus consoles, em um movimento que lembra as restrições do Super Nintendo sobre retrocompatibilidade.
8. Nintendo achava que o NES era suficiente
O Nintendinho dos anos 1980 tinha sido tão bem sucedido que a Nintendo o via como um objeto tão atemporal quanto o Walkman ou o videocassete. Na época, embora anualmente saíssem modelos novos dos produtos em questão, quem já possuía um modelo não via muita razão para comprar um novo. Isso ocorria porque as funcionalidades e a experiência de uso não divergiam, persistindo mais ou menos como as mesmas.
Na visão dos executivos japoneses, o mesmo raciocínio valia para o NES: o console bastava em si mesmo, e os esforços da Nintendo deviam ser concentrados em produzir novas gerações de games para a plataforma. Entretanto, em 1989, a Sega estrearia o Mega Drive, com um hardware mais robusto.
Ele ganharia espaço rapidamente no mercado, enfatizando a defasagem do NES e forçando a Nintendo a romper a inércia e tirar o Super Nintendo do papel. Isso explica porque o Super chegou quase dois anos depois do Mega Drive ao mercado.
9. Super Comboy na Coreia do Sul
Quando tentou lançar o SNES na Coreia do Sul, a Nintendo se deparou com uma situação inusitada: seu produto era basicamente ilegal no mercado deles. Isso acontecia por causa de uma lei aprovada durante a Segunda Guerra Mundial e que proibia a importação de produtos japoneses no país.
A Nintendo, no entanto, conseguiu driblar a restrição, nacionalizando o Super Nintendo em parceria com a divisão de eletrônicos da Hyundai. Por conta disso, na Coreia do Sul, o Super Nintendo seria rebatizado para Super Comboy, além de fabricado integralmente em território sul-coreano.
10. TV com Super Nintendo embutido
É possível se, caso você pudesse, seria a favor de comprar uma TV que viesse com o console embutido. A medida salvaria espaço e teria potencial até de ser mais barata. Era mais ou menos essa a ideia por trás da SF-1 SNES TV da Sharp: o televisor vinha com um Super Nintendo completo embutido, com direito a entrada para cartucho e portas para conectar controles.
O televisor foi produzido em 14 e 21 polegadas e chegou apenas ao mercado japonês, como uma sucessora direta da C1, também da Sharp, que vinha com um Nintendinho embutido nos anos 1980. Como trazia os dois produtos em um só, limitava a profusão de cabos pela sala e, além de economizar espaço, tinha sua qualidade de imagem elogiada.
Com informações de GameRant, WhatCulture, TheGamer e Uproxx
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