A indústria de assistência médica, que desenvolve aparelhos e soluções que ajudam médicos e pacientes em hospitais e centros de saúde, gera uma quantidade enorme de informações a partir de exames e diagnósticos em todo o mundo. Em mesa redonda realizada durante o congresso sobre software SAP Sapphire Now, em Orlando, nos Estados Unidos, especialistas falaram sobre como estes dados podem ser utilizados para, no futuro, mudar a forma como as pessoas cuidam da sua saúde.
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O principal tema da discussão foi como dominar um número tão grande de informações médicas que são geradas a todo momento e transformar isso em algo útil para doutores e pacientes. Se utilizados de maneira efetiva, os dados podem vir a ajudar pessoas doentes a saberem exatamente qual tratamento procurar, o melhor lugar e a melhor hora, até por meio de seus smartphones ou relógios, por exemplo.
Para Rich Ross, diretor de operações da CancerLinQ, plataforma que ajuda médicos no tratamento contra o câncer, é bem possível pensar que no futuro as pessoas terão informações relevantes em seus dispositivos eletrônicos para ajudar para auxiliar em casos de enfermidades. "É possível imaginar que um dia os dispositivos wearables possam estar mais inteligentes e trazer não só dados sobre sinais vitais e exercícios físicos, mas também informações clínicas que possam ajudar em tratamentos", disse.
Porém, por tratar de um grande número de informações e demandar um processamento muito grande de dados, este tipo de pesquisa pode ser difícil de tirar do papel. Pelo menos é o que propõe Vijay Venkatesan, executivo da organização de saúde sem fins lucrativos Sutter Health, que afirma que as conversas sobre banco de dados médicos são muito limitadas ao meio acadêmico, enquanto deveriam focar mais nas ações e nos doentes. "O que eu venho encorajando é que se tenha ideias a partir destes dados. Pensar em como isso pode ter um impacto positivo para o paciente", disse.
Ainda de acordo com Venkatesen, é preciso entender que o corpo humano é um grande gerador de dados de saúde para então se pensar nas melhores formas de coletar tais informações e usá-las com big data. Segundo ele, até mesmo a atual mania de se postar tudo no Facebook pode ser útil para gerar novos conhecimentos médicos. "Estas informações poderão ajudar um indivíduo a ter o tratamento certo, no lugar certo, na hora certa", afirmou Venkatesan.
Usando estes dados para a criação de um banco, é possível que no futuro pessoas possam se prevenir de problemas de saúde usando informações que outros transmitiram anteriormente. "É questão de pacientes estarem gerando informações para outros pacientes", contou Jeff Young, analista de informações da Univ
A coleta destas informações médicas também são importantes para a criação de estudos sobre doenças e sintomas, que podem ser compartilhados com hospitais, centros de pesquisas e universidades a fim de entender causas específicas. O grande desafio, porém, é superar a barreira da privacidade e da segurança, já que existe uma relação confidencial entre médicos e seus pacientes.
Ultrapassados os obstáculos, é possível ver que o futuro reserva boas soluções em questões de saúde e tratamento. Com a grande quantidade de dados que são gerados todos os dias por médicos, pacientes e pesquisas, é possível que em alguns anos o conhecimento seja usado não só para tratar de casos pessoais, mas para gerar um banco de informações que possa ser compartilhado por todos.
*O repórter viajou a Orlando a convite da SAP
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