As telas com bordas finas chegaram para valer. Presentes tanto em celulares premium quanto em intermediários, a tendência atual é criar smartphones com displays que cubram a parte da frontal inteira. Por isso, fabricantes chinesas como a Vivo e a Oppo surpreenderam ao adotar câmeras deslizantes nos lançamentos deste ano, deixando de lado o polêmico topete – recorte que abriga a câmera frontal e sensores – do iPhone X e LG G7.
Com displays que cobrem mais de 90% da superfície frontal, o Nex S e o Find X despertaram a curiosidade do mercado internacional ao trazer a tecnologia e fichas técnicas avançadas. Para explicar como essa novidade funciona, o TechTudo preparou uma matéria especial sobre o assunto. Confira nas linhas a seguir.
De um jeito inovador, esses smartphones escondem a câmera com recursos mecânicos. Isso é possível devido aos módulos que se deslocam conforme o uso. Tanto as bordas superior/inferior do Galaxy S9 quanto o recorte do Zenfone 5 (2018) ficam de lado, o que garante mais espaço para a tela.
No entanto, embora os lançamentos da Vivo (não confunda com a operadora brasileira) e Oppo tenham propostas similares, a tecnologia é aplicada de maneira diferente em cada um deles. O Vivo Nex esconde apenas a câmera frontal, que fica dentro do smartphone até ser ativada. Esse pequeno apetrecho aparece na parte superior do dispositivo ao ser impulsionado por um motor. Todo esse processo acontece em questão de segundos e é acionado com um toque na tela.
Testes foram elaborados para comprovar o funcionamento e a resistência da novidade. Segundo o canal JerryRigEverything, o sistema, além de bem resistente, não se fecha facilmente caso seja empurrado para dentro do celular. Outro destaque está na força utilizada pelo mecanismo, pois, mesmo que você segure o módulo ao trocar de câmera, ele é ocultado com pouca dificuldade.
Essa tecnologia possibilita uma tela de 6,59 polegadas que ocupa 91,24% da frente do aparelho. Além disso, o celular tem leitor de impressões digitais embutido no display, câmera traseira dupla (12 e 5 MP) e 8 MP para selfies. A ficha técnica inclui processador Snapdragon 845, memória RAM de 8 GB, armazenamento de 128 GB ou 256 GB, e bateria de 4.000 mAh. Os preços começam em 4.498 yuans, cerca de R$ 2.600 em conversão direta.
Do outro lado, o Find X da Oppo tem mais ousadia. Em vez de ocultar apenas a câmera frontal, o módulo abriga também a câmera traseira. A mecânica funciona de forma similar: tudo acontece com ajuda de um motor centralizado em torno de duas hastes, que empurram os componentes para fora do dispositivo. Depois disso, é só fotografar normalmente.
O celular da Oppo não conta com leitor de impressões digitais e utiliza a biometria por reconhecimento facial para autenticação de senhas e desbloqueio do dispositivo. Por isso, o mecanismo acaba se tornando um item essencial no dia a dia do usuário.
Nele estão as bordas quase inexistentes, com painel de 6,4 polegadas que cobre 92,25% da parte frontal. Outro ponto interessante é a câmera traseira dupla (20 e 16 MP) e a resolução de 25 MP para selfies. Por fim, o Find X tem processador Snapdragon 845, memória RAM de 8 GB, armazenamento de 256 GB e bateria de 3.730 mAh, por 999 euros (cerca de R$ 4.500 em conversão direta).
Possíveis problemas
Embora a tecnologia seja futurista e uma alternativa ao polêmico recorte, existem dúvidas a respeito da manutenção do smartphone. Entre os pontos negativos está a maior vulnerabilidade quanto à água, poeira e afins, o que pode, inclusive, causar mau funcionamento dos mecanismos. Além disso, o uso de capinhas pode se tornar dificultoso, já que o celular requer uma certa flexibilidade para locomover os componentes.
Outra possível questão está relacionada ao consumo de energia, que pode ser ainda maior no caso do Find X, uma vez que a câmera frontal deve ser acionada toda vez que o smartphone for utilizado.
A fabricante garante que o mecanismo pode ser acionado 300 mil vezes sem problemas, contra 50 mil do Nex S. Os números foram testados em laboratório.
Com informações: The Verge (1 e 2), MyFixGuide.com (1 e 2), GSMArena, Android Authority (1 e 2), JerryRigEverything (1 e 2) e Gizmochina
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