God of War marca o retorno de uma das franquias mais famosas do mudo dos jogos. Exclusivo para PS4, o título traz de volta Kratos que, agora em uma versão mais velha, precisa lidar com a paternidade e antigos problemas que ressurgem do passado. Confira o review completo:
"O Senhor da Guerra não gosta de crianças"
Desde que foi anunciado, o novo God of War chama atenção por mostrar um lado mais humano de Kratos. Além da aparência mais velha, a presença de Atreus, seu filho, causou um enorme impacto, uma vez o protagonista sempre carregou a fama de cruel e insensível nos outros títulos da saga.
Durante toda a (longa) jornada, o Deus da Guerra mostra, por muitas vezes, um lado paternal que entra em confronto com seu ego brutamontes - o que acaba ajudando na formação do "caráter de guerreiro" de seu filho. O seu jeito rude e impaciente é fundamental para que Atreus aflore seus instintos de sobrevivência e, ao mesmo tempo, descubra suas habilidades hereditárias.
Ao contrário do pai, Atreus mostra que a bondade é algo presente em seu sangue. A generosidade do garoto está presente desde a forma como ele lida com questionamentos até o jeito que trata outros personagens. A característica do filho acaba servindo de espelho para Kratos enfrentar situações de maneiras diferentes - se sozinho, o Deus da Guerra não agiria da mesma forma.
Isso é apenas o pano de fundo de uma trama que, embora demore muito para começar a se desenrolar, deixa os jogadores apreensivos a todo momento. É impossível não criar e recriar teorias, principalmente para aqueles que jogaram todos os títulos da franquia.
Essa jornada também é responsável por responder uma série de perguntas sobre o passado recente do espartano. Entretanto, por motivos de spoilers, não iremos nos alongar no assunto.
Mais que um filho, um aliado!
A relação de pai e filho não fica apenas na história. O game traz um inédito sistema de cooperação nunca antes visto na saga, fazendo com que a participação do pequeno guerreiro seja fundamental em praticamente todos os momentos.
No sistema de combate, que falaremos ma
Nos famosos puzzles do game, o menino também tem uma participação fundamental. Mesmo sendo bem fáceis, caso você tenha algum problema para solucionar os quebra-cabeças, basta esperar um pouco até que o pequeno revele detalhes que ajudam na conclusão. Isso quando não é ele o grande responsável pela façanha.
Sistema de evolução com elementos de RPG
Umas das grandes novidades do novo God of War é o seu sistema de evolução. O game traz alguns elementos similares a um RPG convencional, mas que não fazem com que ele perca suas origens. Em outras palavras, há um interessante sistema de troca de pontos de experiências por habilidades. Entretanto, eles são recebidos de uma forma limitada, não permitindo, por exemplo, que Kratos procure inimigos pelo cenário apenas para acumular pontos e adquirir movimentos.
O leque de ataques é extenso e variado para cada tipo de arma. Se nos outros títulos o progresso natural fazia com que Kratos adquirisse todas as habilidades disponíveis no jogo, no novo God of War é preciso escolher, pois dificilmente você conseguirá ter todos movimentos.
Se não bastasse evoluir Kratos, também é preciso modificar o pequeno Atreus. Boa parte dos movimentos do menino são voltados para cooperação no combate, como atordoar inimigos, infligir maiores danos com suas flechas, etc. Cabe ao jogador avaliar se a ajuda é mais preciosa que a evolução de golpes do personagem principal.
Também há um sistema de adaptação de runas que aumentam os atributos do Deus da Guerra. Quando equipadas às armas e armaduras, elas aumentam as habilidades do protagonista. As runas podem ser adquiridas em baús ou por meio das lojas encontradas ao longo da jornada.
Visual incrível
O visual de God of War é de longe um dos mais belos da atual geração. Em nossos testes, o jogo rodou em um PS4 Pro junto a uma TV 4K com suporte à tecnologia HDR. Dessa forma, pudemos conferir todo o potencial gráfico que o game tem a oferecer.
Ele não decepcionou - pelo contrário. Mesmo acostumados a um nível gráfico avançado de títulos recentes no mundo dos games, God of War pode ser considerado como o melhor exclusivo do PS4 no quesito visual.
A começar pelos cenários, é incrível o nível de detalhamento da ambientação. Desde rochas cobertas com uma grande camada de neve, até uma vegetação rica e variada. Os efeitos de sombra e luz também impressionam, criando imersão nunca antes vista.
Já os personagens principais trazem um realismo nunca antes visto em jogos do console. A reprodução de Kratos é incrível não apenas pelo detalhamento de seu físico e feições, mas também por minúcias, como sua barba esvoaçante e o sangue de inimigos escorrendo por seu corpo.
Outro quesito que merece destaque é a parte sonora de God of War. A trilha não apenas embala a jornada de Kratos e Atreus, mas ajuda a imergir no mundo mitológico com canções muito bem orquestradas, algumas até com um coral ao fundo. A dublagem nacional não deixa a desejar. Não é fácil recriar a voz de um brutamontes como Kratos, mas Ricardo Juarez - dublador do protagonista - fez com competência o papel.
Sistema de combate traz boas evoluções
A mecânica de combate continua quase inalterada. Kratos continua revezando entre golpes fracos e fortes, em que é possível usar armas junto as suas habilidades. O leque se mostra mais variado do que nos títulos anteriores, o que permite ao jogador até mesmo moldar o estilo do personagem nos combates.
Exemplificando, Kratos conta com seu machado que, quando arremessado, volta em um movimento similar ao de um bumerangue. O jogador pode investir nesses ataques de longa distância, evoluindo e desbloqueando as respectivas habilidades. Dessa forma, seu personagem dará mais dano à distância, evitando o combate franco.
A grande novidade fica por conta da possibilidade de realizar esses movimentos juntos com Atreus. Mesmo não podendo controla-lo completamente, Kratos pode dar ordens de ataques, como escolher o inimigo que será atingido ou o tipo de movimento que o filho fará. E a famosa barra de poder continua presente. Enquanto ela não esvaziar por completo, o protagonista fica em uma espécie de fúria onde seus golpes causam muito mais dano.
Ausência de inimigos marcantes
Apesar de o novo God of War tenha conseguido balancear entre inovações sem perder a essência, uma das principais marcas do jogo ficou de fora: confrontos contra criaturas gigantes - popularmente chamadas de "chefes".
Embora seja uma questão justificada no próprio enredo, os inimigos não variam tanto. O jogador derrota inimigos do mesmo tamanho (ou até menores) que Kratos, o que gera um vazio. A história poderia induzir esses combates, uma vez que há até alguns encontros, mas, na maioria das vezes, eles são amistosos ou o embate é apenas reproduzido em uma animação.
Conclusão
God of War retorna de forma triunfal e coloca mais uma vez a franquia no topo das atenções. Os receios em relação às mudanças se extinguem na primeiras horas, mostrando como se mescla elementos que consagraram a franquia com inovações que caíram como uma luva. O jogo encanta tanto pela mecânica lendária, como pelos gráficos extraordinários. Kratos retorna ao trono com um título obrigatório para seus fãs.
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