O Facebook começa a avisar aos usuários do mundo, inclusive do Brasil, sobre o vazamento de dados para a Cambridge Analytica a partir desta segunda-feira (9). A rede social apresenta dois novos tipos de alertas sobre privacidade de informação: uma para as vítimas e outra para os outros perfis.
O aviso será feito de forma gradativa e aparecerá no topo do Feed de Notícias. A notificação chega no aplicativo para iPhone (iOS), em smartphones com Android e na versão desktop da plataforma, na web.
Para quem sofreu com o vazamento feito pelo site "This Is Your Digital Life", o comunicado do Facebook afirma que o teste foi banido da rede social pelo fornecimento de dados à Cambridge Analytica. A nova mensagem também oferece orientações de proteção virtual. No fim, há um botão para que o usuário saiba mais detalhes sobre como foi afetado pelo vazamento.
Já os outros perfis devem receber uma mensagem que ressalta a importância do controle de dados na Internet. Em seguida, há um atalho que permite configurar as permissões concedidas a aplicativos externos, ou seja, que usam informações do Facebook, como testes e jogos, por exemplo. O usuário pode remover o que foi coletado pela aplicação, definir os acessos, controlar o envio de notificações e até a visibilidade do aplicativo. Também é possível identificar os apps excluídos anteriormente.
É importante lembrar que o recurso de permissões de aplicativos externos já fazia parte da plataforma. A ideia do novo botão é facilitar o acesso à configuração de privacidade das aplicações. No entanto, a função permanece disponível no menu da rede social.
Relembre o caso
Ao todo, estima-se que mais de 87 milhões de usuários tiveram informações pessoais acessadas pela empresa de análise de dados Cambridge Analytica. Anteriormente, o Facebook havia divulgado que 50 milhões de perfis foram violados. A maioria das contas é dos Estados Unidos (81,6%), mas outros países também foram afetados: Filipinas (1,4%), Indonésia (1,3%), Reino Unido (1,2%), México (0,9%), Canadá (0,7%), Índia (0,6%), Brasil (0,5%), Vietnã (0,5%) e Austrália (0,4%), segundo dados da empresa de Mark Zuckerberg.
O caso ocorreu no ano passado, quando a Cambridge Analytica, especializada em marketing político, coletou dados de usuários do Facebook. A intenção era utilizar as informações durante a campanha de Donald Trump para a presidência dos Estados Unidos. A empresa também é acusada por uso indevido de informações no Reino Unido, na campanha pró-Brexit. O fato foi noticiado pelos jornais New York Times e The Guardian em 17 de março deste ano.
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