Ion Maiden é o mais novo game da 3D Realms. A empresa, criadora do clássico Duke Nukem 3D, aposta no estilo retrô do clássico jogo de tiro em primeira pessoa (FPS) parar criar uma nova aventura com jogabilidade frenética e alto desafio. Atualmente, Ion Maiden está disponível em acesso antecipado no serviço Early Access da loja digital Steam, porém, com uma particularidade: o game não está incompleto. Ao invés de oferecer um jogo ainda em desenvolvimento, Ion Maiden traz uma campanha de "prévia" por R$ 37,99 que garante o recebimento do game completo em seis meses.

O game segue a história de Shelly "Bombshell" Harrison, uma especialista em desarmar bombas para a Global Defense Force, uma força-tarefa de proteção à Terra. A personagem foi apresentada originalmente no game Bombshell lançado em 2016 para PC e assim como Duke é apresentada como a última linha de defesa da humanidade em frente a uma invasão em larga escala inimiga. A diferença é que os oponentes dessa vez não são alienígenas, mas um exército de soldados cibernéticos criados pelo vilão Dr. Jadus Heskel.

Ion Maiden traz um novo game retrô que captura perfeitamente o espírito de Duke Nukem 3D (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

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Campanha "prévia"

A campanha dessa versão do jogo conta com três fases completas e uma luta contra um chefão. São elas: Defense Farce, Washington Wasteland e Nukage Nightmare, as quais culminam em uma luta contra o chefe Warmech. O design das fases não esconde suas inspirações nos FPS de outrora, já que não basta apenas

... andar por aí, seguir um caminho linear e atirar em todos para passar de fase. Cada estágio exige procurar por cartões magnéticos que servem como chaves para novas áreas, buscar alavancas e botões que abram portas e salas trancadas ou explorar caminhos às vezes inesperados como tubos de ventilação.

Alguns detalhes mais modernos realmente transparecem na forma como as fases são estruturadas, com áreas maiores do que os computadores daquela época permitiam e assim uma maior verticalidade em alguns estágios. Assim como nesses clássicos em que se inspira, Ion Maiden tem muito segredos escondidos em suas paredes, portas, quadros falsos, entre outros. A única coisa estranha nessas fases é que alguns elementos essenciais para progredir no jogo às vezes estão tão bem escondidos quanto áreas secretas opcionais.

O básico da jogabilidade começa com o que se esperaria de um FPS com movimentação no teclado e mira no mouse, porém basta alguns instantes de jogo para perceber as influências de Ion Maiden. A velocidade de movimento de Shelly é bem alta e lembra clássicos como Doom e Doom 2, o que permite tiroteios verdadeiramente frenéticos contra os ciborgues do Dr. Heskel.

Shelly Bombshell se move em alta velocidade pelos cenários de Ion Maiden e entra em tiroteios frenéticos como na época de Doom 2 (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

Atualmente a campanha está disponível em três níveis de dificuldade: Blood and Gore, Wanton Carnage e Ultra Viscera, que são basicamente um fácil, normal e difícil com nomes diferentes como se fazia nos tempos de Doom e Duke Nukem. Mesmo no nível mais fácil, Ion Maiden apresentará um bom desafio para jogadores de games modernos, pois suas regras são antigas, o que dá a impressão que a dificuldade é mais alta. Por exemplo, a energia de Shelly não se regenera automaticamente fora dos combates, é um número fixo que precisa ser restaurado com a ajuda de kits médicos e coletes.

O estoque de munição para suas melhores armas é precioso e escasso. É preciso administrá-lo bem para que esteja disponível nos confrontos mais difíceis e para ter alguma chance contra o chefe de fase. Com o tempo, é possível se acostumar com o estilo do jogo, descobrir onde ficam coletes de proteção e eventualmente entrar no ritmo de um game dos anos 90.

Direto dos anos 90

Os desenvolvedores utilizaram a Build Engine, a mesma de vários jogos de tiro dos anos 90 como Duke Nukem 3D e Shadow Warrior. Os gráficos do jogo se assemelham muito à aventura de Duke, com algumas opções para deixar o visual mais ou menos retrô ao mexer em opções como filtros para as texturas e resolução widescreen. Porém, apesar de ficar um pouco mais bonito, toda a estrutura e geometria permanecem as de um jogo antigo, sem grandes saltos.

A luta final contra o chefe Warmech de Ion Maiden pode ser bem desafiadora (Foto: Reprodução/Rafael Monteiro)

As músicas do jogo também contam com o mesmo estilo de jogos como Doom e Duke Nukem 3D. Elas são remixes em loop com uma dose de agitação, não tão boas quanto as de antigamente mas é possível notar o esforço em tentar criar uma nova trilha sonora tão interessante quanto as da época.

Já as falas dos personagens por outro lado têm bem pouca variedade e não são muito diversificadas. Você ouvirá sempre as mesmas coisas várias vezes. Os efeitos sonoros parecem idênticos aos de Duke Nukem 3D, como suas grandes explosões, algo que talvez a produtora tenha reutilizado neste game para aumentar o efeito nostálgico.

A sucessora de Duke Nukem

Diferente de Bombshell que se aventurava em um gênero diferente sem grandes diferenciais, Ion Maiden é realmente um sucessor espiritual completo do clássico Duke Nukem 3De captura perfeitamente o espírito do game. Toda a ação do original está de volta com gráficos retrô charmosos e uma promessa de tiroteios incrivelmente frenéticos na versão final do jogo. Os inimigos talvez sejam um pouco menos carismáticos que os aliens de Duke, porém esses pequenos defeitos são compensados com muitas qualidades e elementos promissores.

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