Diferente de outras redes sociais, que vêm utilizando algoritmos que exibem os posts a partir de critérios que os usuários não compreendem, na Vero, as publicações aparecem no feed conforme forem feitas, sem mistérios. “Você vê o que é compartilhado contigo, quando é compartilhado contigo. Você não terá que pagar para tornar sua publicação relevante ou alcançar a sua audiência”, esclarecem os desenvolvedores.

De acordo com um manifesto publicado na página oficial do app, explica-se ainda que o modelo de negócio busca fazer os usuários seus clientes e não anunciantes. O que significa também que não há a exibição de publicidade na plataforma.

Especialistas acreditam que o sucesso repentino da Vero pode estar relacionada a algumas mudanças que não agradaram os usuários das redes sociais mais populares. O Facebook, por exemplo, vem anunciando uma série de mudanças na maneira como os conteúdos são exibidos no feed de notícias, de modo a priorizar os posts de amigos e parentes e de veículos de notícias locais.

Já o Instagram conta com um algoritmo que não exibe as publicações em ordem cronológica, mostrando, muitas vezes, fotos e vídeos antigos, o que gera bastante insatisfação. De acordo com o site Mashable, os instagrammers, inclusive, estão usando a plataforma para promover a Vero. Já são mais de 500 mil publicações com a hashtag #vero, das quais, grande parte, busca divulgar seu perfil na rede que é a mais nova sensação.

Para usar a Vero, é necessário cadastrar um e-mail e um número de telefone válidos. Para realizar o primeiro acesso, basta inserir um código enviado pelo serviço via SMS ou chamada telefônica. Depois, é só aproveitar os recursos existente na rede social.

Dentre as ferramentas, está o compartilhamento de fotos e vídeos, que, assim como o Instagram, podem ser editados. Há a possibilidade de cortar a imagem, inserir filtros, alterar a exposição, contraste, saturação, sombras, entre outras opções. Ao compartilhar um site, a ferramenta identifica o último link copiado no dispositivo, permite ao usuário escolher a foto de “capa” e escrever um texto a respeito.

Já as músicas recomendadas são fornecidas pelo iTunes; os filmes, do themoviedb.org; e os livros, do iBooks. Também é possível tecer comentários e informar se quer ou já assistiu, no caso dos longas, e se já leu ou deseja ler as obras compartilhadas. Assim como em outras plataformas, o usuário é capaz de adicionar outros ou visualizar posts através de hashtags.

O primeiro um milhão de usuários da aplicação terão uso gratuito vitalício, mas os demais, de acordo com o site oficial, deverão pagar uma “pequena taxa anual” que ainda não foi especificada. Além disso, empresas que quiserem usar a plataforma para negócios poderão realizar transações através de rede social. Também sob pagamento, podem incluir botões como “Comprar agora”, permitindo a venda de produtos diretamente a partir de um post.

Diferentemente de outras redes sociais, a Vero não tem integração com outras plataformas. Ou seja, não há um recurso que permita ao usuário a compartilhar seu post, por exemplo, com amigos do WhatsApp ou em seu feed no Facebook.

Apesar do sucesso ser recente, já há um grande número de usuários deletando suas contas da Vero. Isso vem acontecendo porque o CEO e co-fundador da rede, Ayman Hariri, vem sendo acusado de não pagar o salário de milhares de trabalhadores imigrantes de sua empresa anterior. Boa parte deles teria ido viver nas ruas e sobrevivendo graças a doações. Devido às acusações algumas pessoas acreditam que, ao utilizar a Vero, estão compactuando com Hariri e suas atitudes.