Mass Effect Andromeda é o novo RPG espacial desenvolvido pela BioWare. Disponível para PC, PS4 e Xbox One, o lançamento da EA apresenta personagens, galáxia e história inéditos. Mesmo reciclando alguns elementos do gameplay e multiplayer da saga clássica, diversos problemas de design atrapalham o game. Entenda no review completo:
Lista traz todos os trailers e gameplays de Mass Effect Andromeda
Novo, mas familiar
A BioWare é um dos melhores e mais tradicionais estúdios dedicados a lançar RPGs de alta qualidade, tendo em seu currículo séries clássicas como Dragon Age, Baldur’s Gate e Star Wars Knights of the Old Republic. Mesmo entre tantos pesos pesados, Mass Effect conseguiu se destacar bastante desde seu lançamento em 2007.
Entre altos e baixos, a saga do Comandante Shepard e sua icônica tripulação da nave N7 deixou saudades quando Mass Effect 3 fechou sua trama em 2012. Em Andromeda, finalmente chegou a hora de conhecer novos mundos e novas civilizações, audaciosamente acompanhando os irmãos Ryder, novos protagonistas da franquia.
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Galáxia nem tão nova assim
A nova aventura acontece depois dos eventos vistos na trilogia original. No ano de 2185, a Iniciativa Andromeda enviou naves com mais de 100.000 tripulantes em direção à galáxia Andromeda em busca de planetas capazes de sustentar vida como a conhecemos. É curioso, então, que o novo contexto seja aproveitado de forma tão precária.
Apesar da inteligente premissa cortar laços com a saga de Shepard sem necessariamente aliená-la, o novo Mass Effect não parece tão novo assim na prática: alienígenas, inimigos, jogabilidade, narrativa e cenários parecem demais com tudo que foi visto até então. Para piorar, os planetas apresentam muitos terrenos vazios e sem atividades relevantes. No fim, o jogo mais parece um gigantesco pacote de expansão.
Revisão de texto
Se a interface, planetas e raças alienígenas são instantaneamente familiares para qualquer veterano da série, o mesmo não se pode dizer da qualidade do roteiro. Embora a extensa campanha ainda traga alguns dilemas e escolhas morais instigantes, o nível geral do texto é muito baixo.
Frases de efeito e diálogos rasos fazem um desserviço ao elenco, que demora para engrenar e cair nas graças dos jogadores. Uma vez superado o choque inicial, Mass Effect lentamente volta aos trilhos esperados, e seus personagens ganham um pouco de carisma. Como destaque positivo, a BioWare continua investindo em diversidade, permitindo relacionamentos românticos entre todos os tipos de raças e orientações sexuais.
Combate em forma
Se os mapas, diálogos e trama parecem ter dado passos para trás, ao menos a jogabilidade segue em franca evolução. Cada capítulo da série aprimorou um pouco as mecânicas de combate um tanto travadas de seus antecessores, mas foi Andromeda quem deu um dos maiores saltos de qualidade da série.
Muita gordura desnecessária foi retirada, sem diminuir a complexidade do game no processo: ao invés de controlar seus aliados nas lutas, desta vez não é possível sequer escolher seu equipamento. Além disso, as habilidades dos Ryder são divididas em apenas três blocos (combate, biótica e tecnologia), bastando investir pontos neles para conquistar diferentes bônus de classe.
Ainda que o sistema de inventário continue um tanto confuso e atrapalhado, todos os controles externos estão muito mais fluidos, naturais e agradáveis de controlar. Além de um sistema de cobertura mais elegante, os Ryder possuem até pequenos jetpacks que os permitem pairar pelo ar e acessar mais facilmente locais mais altos e distantes.
É ótimo que o sistema de combate funcione de forma tão gratificante, pois isso permite ao multiplayer garantir uma boa longevidade a Andromeda. Seu tiroteio cooperativo remete diretamente aos melhores momentos em grupo de Mass Effect 3, e é certamente um dos pontos mais fortes do game.
Não se anime
Alvo de amplas críticas, piadas e memes pela internet, o controverso visual de Andromeda realmente atrapalha a imersão. Muito aquém do padrão gráfico vigente nesta geração de consoles, as animações estão atipicamente precárias para um jogo rodando na poderosa engine Frostbite.
Em muitos sentidos, os rostos dos personagens parecem mais robóticos do que os vistos nos próprios capítulos anteriores da série. Para piorar, diversos bugs e glitches agravam ainda mais a situação: não é raro esbarrar com momentos que desafiam a física, como companheiros de equipe que andam até lugares impossíveis e ficam presos no cenário.
Conclusão
Mass Effect Andromeda apresenta diversos problemas técnicos e de design que limitam demais o seu potencial. Bugs e animações estranhas são tropeços infelizes que precisam ser resolvidos em patches, mas o design um tanto tedioso dos mapas e diálogos forçados são falhas objetivas sem solução. Relevados os problemas, ainda é possível encontrar uma extensa aventura repleta de missões paralelas e bons combates. Recomendado apenas para os maiores entusiastas de RPG espaciais.
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