Que a robótica tem evoluído a cada dia, com robôs lutadores e indestrutíveis, com habilidades atléticas e capacidades avançadas de aprendizado a maioria já sabe. Mas quando e como todos esses estudos e aplicações poderão ser colocados em prática na área da saúde, de forma que beneficie os humanos diretamente?
A resposta parece cada vez mais próxima com os micro e nanorobôs. Novas tecnologias permitem que robôs do tamanho de formigas ou com diâmetros menores que o de um fio de cabelo possam auxiliar em cirurgias, ou até mesmo liberar medicamentos direto na corrente sanguínea.
No caso dos micro robôs, inspirados em formigas principalmente por conta do exemplo de trabalho em equipe para construir estruturas complexas, com os estudos atuais eles já podem fazer aplicações em protótipos, chips e tecidos. Em breve, em um futuro próximo, poderão atuar também em cirurgias para alcançar locais onde os médicos podem ter dificuldades.
Segundo cientistas responsáveis por um dos projetos em fase de testes, os próximos passos para as aplicações na medicina é tornar os micro robôs mais inteligentes. Eles afirmam que as máquinas, mesmo programadas para tarefas simples, ainda precisam ser mais reativas e identificar mais sensações.
Já com os nanorobôs, a tecnologia é ainda mais complexa e é visível somente com o auxílio de microscópios. Feitos a partir de DNA, quando aplicados no corpo humanos os robôs poderão detectar temperatura, pressão e concentração de açúcar no sangue, por exemplo.
A ideia inicial é que as informações identificadas sejam transmitidas aos médicos para que liberem medicamentos rapidamente. No entanto, no futuro, caso a ciência consiga deixar os robôs ainda mais inteligentes, é cogitado que as medicações sejam automáticas.
De acordo com um pesquisador da Caltech, Instituto de Tecnologia da Califórnia, nos Estados Unidos, as aplicações em humanos poderiam ser feitas de acordo com as necessidades, protegendo todas as partes do corpo. "Você poderia ter dezenas de dispositivos de microescala viajando ao redor do corpo tomando medidas ou interferindo na doença", afirma o engenheiro químico Mikhail Shapiro.
Além de identificar e prevenir, os nanorobôs deverão também manipular tumores. Segundo testes realizados no Reino Unido, um robô pode matar uma célula com câncer em até três minutos, já que consegue passar facilmente pelas membranas e exterminar as partes identificadas como maliciosas. Caso seja colocada em prática, a aplicação já colocaria a tecnologia em um novo patamar no tratamento de doenças com causas ainda pouco conhecidas pela ciência.
"Uma vez desenvolvida, essa abordagem poderia fornecer uma importante mudança no tratamento de câncer não invasivo e melhorar consideravelmente as taxas de sobrevivência e o bem-estar dos pacientes em todo o mundo", acredita o Dr. Robert Pal, da Universidade de Durham, responsável pelos testes em tumores.
Em entrevista ao jornal The Telegraph, o Dr. James Tour, membro da Rice University, nos Estados Unidos, também a frente de testes com os nanorobôs, afirma que as evoluções na tecnologia para a medicina podem alterar a forma como os pacientes são medicados.
"Por muitos anos eu nunca imaginei que as nanomáquinas seriam usadas para a medicina, eu achava que elas fossem muito pequenas porque são muito menores que uma célula, mas agora esse trabalho realmente mudou meus pensamentos sobre isso e acho que, terapeuticamente, será uma nova maneira de tratar os pacientes. Será uma excelente aplicação para o tratamento do câncer, não apenas para matar células, mas para o tratamento de células, interagindo com o corpo humano usando máquinas moleculares", diz o Dr. Tour.
Via Wired, The Engineer, RT, SRI e Telegraph
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