Marvel vs. Capcom Infinite traz de volta a clássica série de luta e “crossover” da Capcom, desta vez em um jogo inédito no PS4, Xbox One e PC. O título tem todos os elementos que os fãs curtiam, apesar de trazer mudanças questionáveis. As novidades incluem sistema de combate inédito, personagens nunca antes vistos na saga e mais. Entre no ringue como defensor de seu mundo e saiba o que achamos desta aventura nesse review:

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O destino de dois mundos

Marvel vs. Capcom Infinite começa sem muitas firulas. O chamado modo história já parte para a ação, levando em conta que o jogador conhece os heróis mostrados e sem dar tempo para explicações. Mas, calma aí, “modo história”? Sim, há a adição de uma campanha com narrativa, dublagem e cenas de ação. A influência de jogos como Mortal Kombat 9 é clara nos jogos de luta modernos, que agora investem neste tipo de atrativo.

A decisão de incluir a campanha em Marvel vs. Capcom Infinite foi acertada. Ainda que não seja exatamente memorável, o enredo faz parte de uma boa sacada da Capcom para te fazer aprender os comandos e jogar com alguns dos lutadores. Se, no passado, os “modo história” da série eram resumidos a pequenas cenas de final e algumas lutas até chegar ao chefão, aqui colocamos as mãos em praticamente todos os lutadores do título ao longo de pouco mais de quatro ou cinco horas.

A trama em si, como citamos, não tem muito destaque, mas é cabível para um jogo do tipo e promete dar mais variedade a quem vai aproveitá-lo. Há cenas de destaque aqui ou ali, com boas sequências de ação e diálogos que remetem a mil referências, então isso deve divertir fãs de quadrinhos ou de jogos da Capcom.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)




O mais interessante do modo história de Marvel vs. Capcom Infinite é que ele possui momentos variados com lutas que vão além de: “vença seu oponente”. Há embates em que precisamos fazer isso dentro de um limite de tempo, em outros é necessário derrotar 10 oponentes seguidos e por aí vai. Ainda que não se destaque por um enredo memorável, o modo de campanha promete surpreender com estes pequenos elementos de desafios – a dificuldade também é alta em alguns casos.

Elenco cinematográfico

Um dos pontos que merece destaque e comentário digno de nota em Marvel vs. Capcom Infinite é seu elenco - mas nem sempre por questões positivas. O jogo tem vários personagens e promete oferecer uma variedade de golpes e combos para quem gosta de descobrir novos comandos. Contudo, algumas escolhas de seleção são um pouco questionáveis.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)




Além de termos muitas “carinhas repetidas” de Marvel vs. Capcom 3, o lado da Marvel é, em sua maioria, repleto de heróis que ou já ganharam filme ou ainda vão ganhar pelos próximos um ou dois anos, no máximo – Capitão América, Homem-Aranha, Capitã Marvel, Homem de Ferro, Gamora, Thor. A intenção aqui é clara: promover os títulos cinematográficos da editora em quadrinhos. A ausência dos X-Men deixa isso ainda mais claro, já que os filmes não fazem parte do catálogo da Marvel.

Além disso, o lado da Capcom está extremamente “seguro”. Isto é: a empresa não se arriscou

... muito ao incluir personagens no elenco. Há poucos nomes inéditos na saga, entre eles, o inusitado Jedah da série Darkstalkers, que tem também golpes interessantes e promete ser um dos favoritos entre os jogadores mais veteranos. O restante, porém, causa um misto de nostalgia com decepção, mesmo que leve.
Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)

O que resta é a torcida pelas DLCs - pacotes adicionais vendidos online. A Capcom promete variar mais com eles e agradar todos os gostos, então os fãs devem ficar atentos às novidades.

Pedras e poderes

A jogabilidade em Marvel vs. Capcom Infinite mudou incrivelmente em relação ao jogo anterior - e mudou para a melhor. Seria razoável dizer que não é exatamente melhor do que Ultimate Marvel vs. Capcom 3, mas sim bem diferente. Adequada a uma nova geração, talvez? O fato é que o jogo continua divertido em seus controles.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)

Por exemplo, as facilidades para novatos continuam: um botão permite ativar combos simples, que levam seu oponente ao ar e fazem com que qualquer um possa finalizar com o golpe que desejar. Por falar em golpes, os especiais também continuam com possibilidade de ativação direta a partir da combinação de botões, continuando a acessibilidade do game.

Marvel vs. Capcom Infinite segue a cartilha de jogos de luta mais recentes: ele favorece quem está chegando agora, mas não a ponto de se tornar chato ou desinteressante aos veteranos. O game ainda possibilita a execução de combos fantásticos e caprichados, o que valoriza quem tem o talento para títulos de luta no controle dos mais variados personagens.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)


Há lutadores que são mais fáceis de dominar e outros que são exatamente o oposto disso, seja por sua velocidade, leveza no cenário, golpes que são de distância ou proximidade. Marvel vs. Capcom Infinite está para todos os gostos neste sentido e não deve decepcionar quem curte variedade em termos técnicos.

Por falar nisso, a outra grande novidade é a inclusão das Joias do Infinito. São poderosos artefatos dos quadrinhos Marvel Comics que são usados na história de Marvel vs. Capcom Infinite e também fazem parte de um ponto central da jogabilidade. Elas funcionam como modificadores, capazes de realizar efeitos no meio de uma luta e surpreender seu adversário.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)

As Joias do Infinito são seis no total e podem ser configuradas antes do começo de cada luta – com exceção do modo história, em que são usadas apenas mais ao final da saga. Há joias que permitem que o personagem ataque com projéteis, outras que deixam mais rápidos e uma delas que até prende seu oponente em uma jaula de energia. A utilização é bem versátil e variada, tornando a experiência de Marvel vs. Capcom Infinite realmente nova.

Um jogo variado

Marvel vs. Capcom Infinite também brilha em sua variedade de modos com os clássicos multiplayer versus offline, o novato modo história e, claro, as modalidades online que juntam jogadores de todo o mundo. Aproveitar Marvel vs. Capcom Infinite pela Internet foi uma experiência divertida durante os testes para a análise, ainda que não dê para falar tanto, pois os servidores estavam mais vazios.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)

Porém, é de se elogiar que o “netcode” esteja em boa qualidade. Não houve problema de desconexão ou lentidão em partidas online de Marvel vs. Capcom Infinite. Além disso, para quem deseja treinar, o game também oferece missões específicas que ainda ensinam o uso das Joias do Infinito, combos e especiais.

Visual e som

Por mais que tenha perdido as clássicas músicas animadas de antigamente, a trilha sonora de Marvel vs. Capcom Infinite faz um trabalho que cumpre seu papel, apesar de apresentar algumas faixas genéricas. A dublagem dos personagens está em boa qualidade, seja durante o modo história ou ao longo das lutas com os golpes antes de começar cada round.

Marvel vs. Capcom Infinite (Foto: Reprodução/Felipe Vinha)

O visual também merece muitos elogios: os heróis melhoraram bastante de aspecto desde as primeiras demonstrações, com direito a novas expressões faciais. Os cenários também estão caprichados e com muitas coisas ocorrendo ao fundo – em especial o cenário do Pantera Negra com Monster Hunter. Há efeitos de luz bem posicionados que refletem até mesmo nos adversários quando ativamos golpes. A Capcom deu uma boa caprichada neste aspecto.

Conclusão

Marvel vs. Capcom Infinite surpreende ao oferecer um jogo sólido de luta e bons comandos para quem é novato no gênero ou para quem está a caminho de se tornar profissional. Ainda que a seleção de personagens não tenha sido a melhor de toda a série, o elenco está numeroso e com algumas surpresas. A edição das Joias do Infinito com poderes inusitados muda bastante a jogabilidade e permite estratégias improváveis, o que é sempre bom para um título do gênero e dá uma nova dinâmica à série de crossovers.

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