A Adobe anunciou, finalmente, os planos de pôr um fim no seu polêmico plugin de mídia para navegadores de Internet Adobe Flash Player. Em comunicado oficial, no blog da Adobe, a companhia informa que vai parar de atualizar e distribuir o Adobe Flash Player até o final de 2020 e que vai incentivar os criadores de conteúdo a migrar qualquer recurso de animação, vídeo ou game atualmente em Flash para outros formatos.
"Em colaboração com vários dos nossos parceiros de tecnologia — incluindo a Apple, Facebook, Google, Microsoft e Mozilla — a Adobe está planejando o fim de vida do Flash. Especificamente, vamos parar de atualizar e distribuir o Flash Player até o final de 2020", informa em comunicado. A Adobe incentiva os criadores a migrar todo o conteúdo do Flash para HTML5, WebGL e formatos WebAssembly.
Segundo o texto, compartilhado nesta terça-feira (25), a empresa reconhece que, ao longo do tempo, a web evoluiu. Novos formatos foram adotados e dispensam o uso de plugins como o Flash em navegadores para assistir vídeos ou jogar games.
"Continuamos comprometidos com o suporte ao Flash até 2020, para que clientes e parceiros coloquem em prática seus planos de migração. Adobe vai continuar a apoiar o Flash nos sistemas operacionais e navegadores mais importantes", disse.
O suporte planejado para os próximos três anos inclui a emissão de patches de segurança regularmente e compatibilidade do Flash com updates dos navegadores e do sistema operacional das máquinas, mantendo e adicionando recursos conforme necessário. "Continuamos totalmente empenhados em trabalhar com parceiros, incluindo Apple, Facebook, Google, Microsoft e Mozilla para manter a segurança e compatibilidade de conteúdo", completa o informe.
Gigantes comentam fim do Flash em 20
Apple, Facebook, Google, Microsoft e Mozilla fizeram seus próprios anúncios e comentários sobre o fim planejado do suporte ao Adobe Flash Player em 2020.
Apple dispensou Flash em 2010
A Apple disse que está trabalhando com a Adobe, seus parceiros da indústria e também com os desenvolvedores para completar a transição. A empresa lembrou, porém, que usuários Apple tem experimentado a web, por um longo tempo, sem o suporte ao plugin. A Apple disse ainda que seus produtos de mobilidade com iOS — como iPhone, iPad e iPod touch — nunca suportaram o Adobe Flash Player.
Já no macOS, a transição do Flash começou mais cedo, em 2010, quando o software já não vinha mais pré-instalado. Hoje, se os usuários instalarem o Flash no MacBook, o plugin permanece desativado por padrão. O Safari, browser do macOS, requer aprovação em cada site antes de executar o plugin online.
Na ocasião, o fundador da Apple, Steve Jobs, publicou um documento chamado “Toughts on Flash” (Pensamentos sobre o Flash, em português), em que falava sobre a relação saudável entre as duas companhias, mas que questões como código fechado e, principalmente, segurança, tornavam o uso do plugin em seus produtos um risco potencial para os usuários Apple. “A Symantec destacou que o Flash possui um dos piores recordes de segurança em 2009. Nós também sabemos que o Flash é a razão número um para crash nos Macs”, criticou.
Facebook vai migrar jogos para outros formatos
O Facebook informou que também segue trabalhando com Adobe, Apple, Google, Microsoft, Mozilla, e Unity para pavimentar um caminho de migração para os desenvolvedores que ainda usam o Flash em seus jogos. "A notícia de hoje marca a evolução contínua da web e dos jogos para desktop, e estamos empenhados em trabalhar com desenvolvedores para preservar suas experiências de jogo no Facebook", informou Jakub Pudełek, engenheiro de software da rede social.
Google revela dados e cita segurança
O Google iniciou sua declaração ressaltando a importância do plugin que, por 20 anos, ajudou a moldar a maneira de jogar, assistir vídeo e executar aplicações na web. "Mas, ao longo dos últimos anos, o Flash tornou-se menos comum. Há três anos, 80% dos usuários de Chrome para computador visitam um site com o Flash Player por dia. Hoje, a taxa de uso é de apenas 17% e continua a cair", informa.
A tendência revelada pelo Google mostra que os sites estão migrando para outras tecnologias mais rápidas e mais eficientes no consumo de energia do que o Flash. "Elas [as novas tecnologias] são mais seguras para que você possa comprar, acessar serviços bancários, ou fazer a leitura de documentos sensíveis", diz o gerente de produto do Google Chrome, Anthony Laforge. O executivo destaca que os novos padrões são mais atraentes e funcionam bem no desktop e no celular.
Microsoft quer uma web sem plugins
Para a Microsoft, o HTML5, implementado em todos os navegadores modernos, fornece os recursos com melhor desempenho, preservando a vida útil da bateria e maior segurança. "Estamos ansiosos para continuar a trabalhar com a Adobe e os nossos parceiros da indústria no enriquecimento da web aberta, sem a necessidade de usar plug-ins", informa o líder da Microsoft para o Microsoft Edge, John Hazen. O navegador do Windows também vai abandonar de vez o Flash.
Mozilla elogia anúncio com anos de atencedência
A Mozilla elogiou o anúncio, ao citar que a Adobe está gerindo a transição cuidadosamente, anunciando o fim do suporte ao Flash com anos de antecedência, e proporcionando opções aos criadores de conteúdo. A Mozilla também atualizou o seu roteiro para usuários do Flash no Firefox. "Os usuários do Firefox ainda terão a oportunidade de permitir que o Flash funcione em sites específicos que o exigem", informa a desenvolvedora do browser em comunicado.
Navegadores e o Adobe Flash Player
O Google Chrome vai continuar com a eliminação gradual. Primeiro, pedindo permissão para executar o Flash e, depois, desativando por padrão. Até o fim de 2020, o browser também vai remover completamente suporte ao Flash Player. Quem visitar um site que usa Flash atualmente ainda verá o conteúdo. Caso a página migre para outros padrões, o usuário não deve notar muita diferença — exceto que, no Chrome, não verá mais as instruções para executar o Flash manualmente. Se o site continua a usar Flash, só vai funcionar até o final de 2020.
Para o Firefox, os planos são semelhantes. A Mozilla promete, sem suporte ao Flash, um navegador "mais rápido que nunca" e mais leve. "A partir do próximo mês, internautas poderão escolher quais sites serão capazes de rodar o plugin do Flash no seu computador. O Flash será desativado por padrão para a maioria dos usuários em 2019, e somente os usuários executando a versão Firefox Extended Support Release (ESR) serão capazes de continuar usando o Flash até o final de 2020", disse o engenheiro líder do Mozilla Firefox, Benjamin Smedberg.
Gradualmente, a Microsoft também vai eliminar o Flash dos seus dois produtos: Internet Explorer e Microsoft Edge. Para os criadores de conteúdo, a empresa divulgou um cronograma de "desapego do Flash Player" com fases em 2018 e 2019.
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