A marca Motorola voltou com tudo. Depois de passar um período mais escondido sob a batuta da Lenovo, o slogan "Hello Moto" foi reapresentado ontem a jornalistas, e junto com ele veio um novo smartphone com ficha técnica avançada: o Moto Z2 Play faz parte da segunda geração de telefones com design modular, capaz de receber acessórios como caixas de som ou câmeras portáteis.
O smartphone traz especificações interessantes, como a memória RAM de 4 GB e o armazenamento de 64 GB. O preço começa em R$ 1.999 pelo kit mais simples (apenas com o celular) e vai até R$ 2.699 (kit com projetor de imagens). Por esses valores, o Z2 Play é bom? Essa é a pergunta que tento responder neste hands-on.
O ponto nevrálgico da análise é a bateria. No ano passado, quando o Moto Z Play chegou ao mercado, os consumidores ficaram empolgados com a promessa de mais de 40 horas de uso ininterrupto. Naturalmente que esse número pode variar, a depender do que o usuário faz com o telefone. De modo geral, os donos do antigo Z Play se gabavam de ter um smartphone com capacidade de armazenar energia suficiente para um dia inteiro de trabalho, com folga.
Vamos aos números: o Moto Z Play (2016) tinha 3.510 mAh, enquanto o Moto Z2 Play (2017) comporta 3.000 mAh. A redução da ordem de 15% não foi acompanhada de melhorias no gerenciamento de energia, até onde se sabe, o que nos permite apostar que a autonomia de uso não chegará perto das 45 horas de outrora.
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O gerente de produto da Motorola brasileira, Edson Bortolli, contou ao TechTudo que oito em cada dez proprietários do Moto Z Play original recarregavam o smartphone durante a noite, sem checar se a bateria estava perto do fim ou ainda pela metade. Isso não importa: a longa duração era um dos argumentos de venda do produto, e deixou de sê-lo com a chegada da segunda geração. No passado, o cliente Motorola sabia que poderia contar com o smartphone por muitas horas em caso de necessidade. Agora não mais.
Se ele quiser mais capacidade de energia, terá de comprar um acessório da linha Moto Snap que fica acoplado na parte de trás do smartphone – de maneira bastante elegante e discreta, devo dizer. Só que isso tem um preço: R$ 2.199 pelo kit com o Power Pack de 2.200 mAh. Com ele, sim, os fãs de celulares com bateria de longa duração podem ficar novamente despreocupados.
Um concorrente natural desta geração do Z Play é o Galaxy A5 2017. Apesar do nome, que segue a mesma filosofia dos modelos de carros, ele não é de 2017, mas foi anunciado no ano passado. O telefone tem capacidade de 3.600 mAh, com direito a bom gerenciamento de energia.
O Moto Z2 Play se mostra competente nos demais pontos da análise. O Android 7 está rápido, ao menos quando usado pela primeira vez. A memória RAM de 4 GB auxilia na sensação de que as ações executadas pelo smartphone são fluídas, como ao alternar entre aplicativos ou abrir um software mais pesado.
A câmera principal de 12 megapixels é apenas regular, ainda que conte com uma lente com abertura f/1.7, em tese capaz de reconhecer mais luz em ambientes pouco iluminados. Essa é a promessa da Motorola, mas na prática a câmera demora um tanto para fazer o foco automático, às vezes cria registros borrados, e o maior pecado quando falamos de fotos: faltam detalhes da cena. Câmeras de outros telefones mostram-se mais eficientes em ler os detalhes dos objetos.
O design permanece parecido com o do ano passado. A tela é ampla, com 5,5 polegadas. Apesar do painel AMOLED, está longe de reproduzir cores vivas como em outros celulares à venda no mercado.
A Motorola mudou a forma de controlar o celular. Quem tirá-lo da caixa vai encontrar os botões virtuais (na tela) de Home, de voltar e de aplicativos recentes, que são exigências do Google ao liberar o Android para uma fabricante. Um botão físico também marca presença, para voltar à tela inicial e fazer a leitura da impressão digital.
É aqui que entra o OneNav, nova tecnologia de navegação no smartphone. Ela precisa ser ativada nas configurações do celular. Depois disso, o usuário pode usar o botão Home físico como uma espécie de trackpad, como aqueles dos notebooks. Ao deslizar o dedo de um lado para o outro, ele volta para a tela anterior. Ao fazer o inverso, abre os aplicativos mais recentes. Essa é uma maneira inventiva de retirar os botões virtuais e, assim, tirar mais proveito do display com as informações que realmente importam.
O OneNav apareceu primeiro no Moto G5, anunciado na feira de celulares de Barcelona (MWC 2017), em fevereiro. A Motorola faz bem em trazê-lo para outros modelos.
Longe de ser um review completo, essas primeiras impressões trazem aquilo que vimos e pensamos ao manter o primeiro contato com o produto. A questão da bateria, por exemplo, ainda requer um veredito após testes mais aprofundados, apesar de decepcionar neste momento inicial. Da mesma forma, algumas funcionalidades de software – como o Google Assistente instalado de fábrica – requerem um uso mais prolongado.
O Moto Z2 Play chegou às lojas ontem mesmo (1º) em três cores: ouro, prata e azul.
Ficha técnica do Moto Z2 Play
- Tela: 5,5 polegadas
- Resolução da tela: Full HD (1920 x 1080 pixels)
- Painel do display: AMOLED
- Câmera principal: 12 megapixels
- Câmera frontal: 5 megapixels
- Armazenamento: 64 GB
- Processador: octa-core de 2,2 GHz (Qualcomm Snapdragon 626)
- Memória RAM: 4 GB
- Bateria: 3.000 mAh.
- Sistema: Android 7
- Cores: ouro, prata (platinum) e azul topázio.
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