O WhatsApp concluiu o processo de criptografar todas as mensagens, iniciado em abril de 2016. Um ano depois, o mensageiro alcançou a marca de 100% das mensagens com codificação, uma maneira que, segundo a empresa, impede que bisbilhoteiros tenham acesso ao conteúdo e o teor do que é trocado pelo aplicativo.

"Ninguém tem acesso às suas mensagens, nem mesmo o WhatsApp", afirma o engenheiro de segurança Ehren Kret. O especialista cita dados do Instituto Datafolha, de que 94% dos brasileiros consideram a criptografia como um fator importante de segurança, enquanto 71% dos entrevistados admitem enviar dados sigilosos por meio do aplicativo.

Engenheiro de segurança Ehren Kret explica a criptografia do WhatsApp em São Paulo (Foto: Thássius Veloso/TechTudo)

Os responsáveis pelo mensageiro revelaram hoje (31), em São Paulo, que atualmente 120 milhões de brasileiros têm o WhatsApp instalado e o utilizam mensalmente. Mais da metade dos habitantes do país – 206 milhões, segundo índice do IBGE no ano passado – estão no programa, uma propriedade do Facebook na internet.

O processo de criptografia codifica as mensagens para que somente o autor e o destinatário saibam o que estava escrito. Ainda segundo Kret, seriam necessários "milhões de anos" e um poder computacional astronômico para quebrar a segurança de apenas uma mensagem, e por isso é praticamente impossível derrubar a segurança do mensageiro.

Questões referentes ao uso policial do WhatsApp vêm à tona porque, na próxima sexta-feira (1º de junho), o Supremo Tribunal Federal começará as discussões sobre a constitucionalidade do bloqueio do mensageiro, como já aconteceu em outras ocasiões no país.

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WhatsApp possui 120 milhões de usuários brasileiros (Foto: Carolina Ochsendorf/TechTudo)

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Os representantes do mensageiro não comentam quais serão as providências do mensageiro caso o STF determine a instalação de uma back door, espécie de porta dos fundos que permita a agentes policiais ler as conversas das pessoas. "A última coisa que queremos é um novo bloqueio", responde o encarregado jurídico Mark Khan. Ao mesmo tempo, ele lembra que o WhatsApp é uma organização americana e que "nem nos Estados Unidos nos sujeitamos à criação de uma back door".

Apesar de não conseguir acessar o conteúdo das conversas – sejam elas individuais ou em grupos –, o WhatsApp registra informações que se mostraram úteis para investigações policiais no passado. Khan explica que é possível saber o dia e horário em que um usuário esteve online pela última vez, informação importante quando há uma suspeita de sequestro ou desaparecimento de uma criança.

Além disso, os criadores do mensageiro sabem a partir de qual dispositivo o acesso foi feito (se foi um celular Android, um iPhone ou um dispositivo com Windows, por exemplo) e a lista de contatos, que fica salva no smartphone mas é replicada também na nuvem.

No mundo, aproximadamente 1,2 bilhão de pessoas utilizam o mensageiro a cada mês.

*O jornalista viajou a convite do WhatsApp

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