Vídeos perfeitos para as redes sociais. Com essa ideia em mente, os engenheiros da Apple criaram um aplicativo para iPhone que chega nesta quinta-feira (6) à App Store. Batizado de Apple Clips, o programa foi liberado de graça. Qualquer um com um dispositivo com iOS (ou seja, inclui o iPad) pode baixá-lo. Na sequência, pode gravar cenas, misturá-las, adicionar filtros especiais e exportar para o Instagram ou Facebook.
O TechTudo testou o Clips na semana que antecedeu seu lançamento, e traz aqui a primeira análise do aplicativo. Nossa recomendação mais sincera: baixe-o assim que ele for liberado na App Store, às 12h de hoje, pois o programa auxilia bastante na hora de criar vídeos para postar na internet. Vale a pena testar.
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A tela inicial do Apple Clips lembra bastante o Instagram. Com a câmera em ação, o aplicativo automaticamente oferece o início da gravação de uma cena. Pode ser pela câmera traseira ou frontal do iPhone/iPad. O app também dá a opção de resgatar outros vídeos gravados previamente, assim como fotos salvas no acervo do smartphone.
O funcionamento simples dispensa muitos comentários: você aperta o botão vermelho para gravar alguma coisa. Depois abre a função de filtro e escolhe, por exemplo, a estética de quadrinhos. Ainda pode escolher um sticker com a data daquela gravação.
Na parte inferior da tela fica a linha do tempo. É ali que o usuário seleciona em que ordem o clipe será montado. Pode adicionar vinhetas, inverter o posicionamento de dois trechos distintos ou dar play para ver como as coisas estão ficando. A Apple conseguiu fazer um aplicativo de edição ainda mais simples que o iMovie – ele pode ser considerado sofisticado perto do que o Clips oferece.
Dito o que funciona, é aqui que a situação da Apple começa a se complicar: no que não funciona dentro de Clips. Talvez o principal recurso, fora a simplicidade da interface, é o reconhecimento de fala. Ao gravar um vídeo, o programa entende o que está sendo dito pelo narrador e coloca essas falas na tela, como se fosse uma legenda ou closed caption de televisão.
A funcionalidade é opcional, mas está ali por causa de um apelo muito claro: internautas do mundo inteiro assistem a vídeos em especial no Facebook sem necessariamente ligar o som. Só que o Apple Clips não compreende direito o que está sendo dito e em muitos momentos apresenta falhas graves de entendimento. Assim como a Siri, o que nos faz crer que a assistente pessoal e o reconhecimento de voz do Clips utilizam a mesma tecnologia.
Num descompromissado teste, um de nossos repórteres recitou os versos: "Garçom, troca o DVD que essa moda me faz sofrer e o coração não aguenta". Resultado na tela do Clips: "Garçom troco DVD, que essa moda de Noé e o coração não Guenka". Errou feio.
Felizmente há uma maneira de corrigir legendas com problema. Basta que o usuário selecione o trecho e, na sequência, dê dois toques sobre a legenda. O programa abre uma tela em que aparece o texto original. Fica fácil trocar as palavras compreendidas erroneamente e depois salvar a nova versão.
O Clips é capaz de compartilhar a produção final com os aplicativos presentes no smartphone. Se você citar o nome de algum contato que está na agenda telefônica do iPhone, o software até pergunta se deseja mandar uma cópia para aquela pessoa. Provavelmente será uma função pouco utilizada, embora demonstre a sofisticação da inteligência virtual da Apple.
O compartilhamento com o Instagram funciona muito bem, desde que o clipe final tenha menos de 60 segundos.
Vale lembrar que o Apple Clips oferece dezenas de trilhas sonoras para embalar seus filmes caseiros. Usuários do iTunes/Apple Music também podem usar as canções que foram baixadas para o telefone (não é possível usar aquelas disponíveis por meio da assinatura mensal).
Simples, direto ao ponto, eficaz. Não fosse pelo reconhecimento de voz mambembe, recomendaríamos que a Apple fizesse do Clips um aplicativo instalado de fábrica em todos os iPhones. Vale a pena testá-lo, brincar com seus recursos e avaliar se, no fim das contas, os clipes ganham um toque de sofisticação ou irreverência, a depender do que o usuário quer transmitir. A ferramenta já existe; agora é por conta da criatividade de cada um.
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