Gamificação, do inglês Gamification, é a prática de aplicar mecânicas de jogos em diversas áreas, como negócios, saúde e vida social. O principal objetivo é aumentar o engajamento e despertar a curiosidade dos usuários e, além dos desafios propostos nos jogos, na Gamification as recompensas também são itens cruciais para o sucesso. Embora não seja necessário criar um jogo em si, a prática tem ganhado muito espaço na sociedade, e vem sido inserida até em aplicativos e livros. Aprenda tudo sobre essa ciência:
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A magia da Gamificação
A Gamification é uma constatação sobre como os seres humanos sentem-se atraídos por jogos. Sejam eles eletrônicos ou analógicos, a verdade é que a humanidade sempre teve grande engajamento para apreciar e participar de jogos. Podemos citar os exemplo mais famosos, como os gregos com seus jogos olímpicos, ou os romanos com suas sangrentas lutas entre gladiadores.
Após essas características humanas levantadas, a PhD e designer de jogos Jane McGonigal identificou que todos os jogos, independentemente de gênero, faixa etária e outros fatores, têm quatro características: meta, regras, sistema de feedback e participação voluntária.
Meta, regras, feedback e voluntários
A meta é o motivo pelo qual o usuário está jogando um game. Seja para cumprir todas as fases, como em jogos de plataforma e arcade, ou promover a excelência do personagem, fazendo-o atingir um nível máximo conforme ele se desenvolve, como em MMORPGs.
As regras são, em resumo, a forma como o jogador deverá se portar dentro do jogo. Ou seja, tratam-se do conjunto de mecânicas que o usuário precisará seguir para atingir a meta. No xadrez, por exemplo, as regras definem que o jogador, para vencer o outro, precisará encurralar o rei inimigo ou fazer o adversário se render. Já em títulos mais “simples” como o viciante Slither.io, as diretrizes definem que para crescer no game, o usuário deverá comer cobras menores, mover-se pelo cenário e não encostar na lateral das outras cobras.
O sistema de feedback representa como é mostrado ao jogador o quanto ele está progredindo em relação a meta do game. Essa característica tem como objetivo manter o jogador motivado e engajado. O último fator é a participação voluntária, ou seja, a conscientização do usuário com as regras, a meta e sistema de feedback que a atividade tem. Quando há o acordo entre essas partes, a harmônia e o resultado serão bem proveitosos.
Os arquétipos de Bartle
Formulado pelo pesquisador de jogos Richard Allan Bartle, os arquétipos de Bartle é o estudo que identificou os quatro tipos de j
Socializadores – Socialites | São os indivíduos cujo o fator mais importante é a interação e socialização com outros jogadores, seja dentro ou fora do game |
Exploradores –Explorers | Jogadores que preferem explorar todas as nuances do jogo, seja seu terreno, seus personagens e atores ou curiosidades e <i>easter eggs</i> |
Conquistadores – Achievers | Indivíduos que preferem acumular riquezas, pontos e conquistas |
Assassinos – Killers | Gostam de derrotar outros jogadores e/ou o ambiente do jogo, a fim de mostrar sua superioridade através de suas habilidades |
Se identificou em algum desses arquétipos? Esse estudo criado por Bartle é um dos modelos mais utilizados hoje em dia na criação de jogos, em que desenvolvedoras tentam direcionar os produtos para estes quatro tipos. O arquétipo de Bartle é essencial para a implementação da Gamificação.
Como implementar a Gamificação?
Para aplicar as mecânicas de jogos a sua vida, negócios ou qualquer outra área, é preciso ter consciência do objetivo que você pretende atingir. Seja para deixar seu time de vendas mais motivado ou até mesmo para promover a colaboração em sua casa e família, é necessário saber onde quer chegar para se planejar um bom caminho a seguir.
Com isso em mente, utilize das quatro características que o jogo deve ter para montar sua forma de atrair os usuários. Contudo, nunca se esqueça: embora esteja utilizando as mecânicas de um jogo, não é mandatório criar um jogo em si. A Gamification, além de estimular o engajamento, tem como foco comprometer os indivíduos participantes e recompensá-los.
Portanto, pense em como irá mantê-los comprometidos ao “jogo” e como será essa recompensa também. Para você se inspirar, separamos abaixo alguns cases de sucesso que utilizaram a Gamificação. Confira:
Cases de sucesso
Mova-se!
O Mova Mais é um aplicativo para smartphones que tem uma proposta simples: recompensar jogadores que fazem exercícios com pontos, que podem ser trocados por serviços. Os usuários recebem pontuações extras caso se exercitem por vários dias seguidos, além de mostrar o progresso e permitir a interação com os amigos.
Páginas perdidas
Ao lançar sua biografia em 2010, o rapper Jay-Z resolveu utilizar uma forma diferente de divulgação: ele decidiu espalhar diversas páginas do seu livro por lugares ligados a ele, como restaurante preferido, roupas, carros e até outdoors, onde para coletar as páginas, os jogadores deveriam fazer check-in no local ou tirar fotos. O engajamento dos jogadores foi imenso, com uma frenética atividade nas redes sociais. Quanto a recompensa, esta não poderia atrair mais os fãs: aquele que conseguisse a maior quantidade de páginas, ganharia ingressos para todos os shows do rapper “para sempre”.
O jogo do bem
O aplicativo SuperBetter é uma ferramenta cujo a meta é ajudar pacientes graves a reconquistarem seus estados clínicos. Com atividades que estimulam a resiliência, os jogadores devem estipular uma meta e a forma como quer alcançá-la. O aplicativo estimula o usuário a inspirar outras pessoas em tarefas simples, como ler um livro, dar uma volta no quarteirão ou combater “vilões”, como cafeína e açúcar. É possível, inclusive, pedir ajuda a amigos do Facebook ou do próprio SuperBetter para resolver algumas atividades. A recompensa do aplicativo não poderia ser melhor: ajudar pessoas a recobrarem sua auto estima e saúde.
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