Mafia 3, novo jogo de mundo aberto da 2K Games, estava presente na E3. O título chega ao mercado em 7 de outubro para PS4, Xbox One e PC e lida com questões raciais da década de 60 nos EUA. O protagonista é negro e luta não só contra o preconceito, mas também contra a máfia local, que pode estar atrás de sua vida e daqueles que ele quer proteger. Leia nosso teste:
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Um ex-combatente na verdadeira batalha de sua vida
Lincoln Clay é um ex-combatente do Vietnã que volta a New Bordeaux, seu local de nascença, para fugir de seu passado criminoso e acertar as contas com quem ainda tenta prejudicá-lo. Ele mesmo é parte de uma máfia, chamada no game de “máfia negra”, que luta constantemente contra a “máfia italiana”, e precisa também lidar com o racismo da época.
Por mais que seja rodeado de boas intenções, Lincoln não é “santo”, e Mafia 3 deixa isso claro. Desde o princípio ele é mostrado como um combatente violento e certo de suas convicções. O personagem é especialista no uso de armas de fogo e não sente o menor remorso em abater dezenas de inimigos com tiros, granadas, lança-foguetes e mais.
New Bordeaux é uma Nova Orleans fictícia, cidade norte-americana conhecida por sua rica comunidade negra. Lincoln é o anti-herói que surge para retomar suas raízes e defender aqueles que precisam, por mais que tenha que fazer coisas erradas no caminho para o objetivo. Para ele, os fins justificam os meios.
No teste da E3, somos apresentados a dois cenários distintos e que mostram as possibilidades do game: no primeiro deles Lincoln precisa falir um chefão da máfia italiana, com a liberdade que o jogador tiver. Assim, é possível fechar um centro de distribuição de drogas, destruir um local de prostituição, acabar com seguranças particulares e mais.
O dinheiro do chefão diminuiu conforme realizamos as ações e missões, até que ele reclama que está sendo prejudicado por alguém, e é aí que Lincoln chama a atenção. Essa parece ser uma situação constante durante o game, que vai apresentar diversos chefões do crime para o anti-herói eliminar.
Em outra situação, Lincoln recebe a oferta de três parceiros no crime, chefes de outras facções, que podem faturar com ele em uma ação conjunta. O personagem escolhe um deles, enquanto o outro se vira contra ele, causando uma nova – e desnecessária – guerra. A situação nos explica que a liberdade também é fator alto em Mafia 3, e nem sempre aqu
Todas as cenas que presenciamos foram bem violentas, incluindo as eliminações especiais que Lincoln aplica nos inimigos durante os tiroteios. O game está bem equilibrado em relação à situação real das gangues dos anos 60, que não tinham pena em executar rivais. O jogo não apresenta censura, a não ser por um ou dois cortes de câmera que se afastam quando tentamos dar um tiro no rosto de um alvo.
Sua gangue, sua vida
Quanto mais aliados Lincoln tiver, melhor será a situação na hora de lidar com gangues maiores. No meio do tiroteio é possível fazer uma rápida ligação para chamar aliados, que se juntam em grupos ao conflito.
Nossa única crítica é que isso parece um pouco irreal, principalmente em uma época em que não existiam telefones celulares. Ainda mais se estamos falando de um jogo de videogame que tenta mesmo ser realista em muitos aspectos. Mas não é nada diferente do que vemos em outros títulos de mundo aberto, que usam desculpas para justificar pequenas “incoerências” e manter a jogabilidade interessante.
Lincoln é um personagem até carismático, pelo que pareceu na demonstração. Mais do que Niko Bellic, de GTA 4, mas não tanto quanto Trevor, de GTA 5. Ele se impõe de verdade, mas não tem uma aparência tão ameaçadora – o que, de certa forma, conta a seu favor, já que nem sempre desconfiam que ele está em um local para abater alguém.
Sobre as possíveis questões polêmicas: não vimos na demonstração, mas o trailer do jogo mostra violência contra a comunidade negra e envolvimento de organizações criminosas racistas. Pode abrir o leque para uma discussão maior sobre o tema, dependendo de como o game lidará com isso no futuro.
Mafia 3 é bem diferente de seus antecessores, mas parece ser um bom jogo de mundo aberto, que usa com eficiência seus recursos, personagens e história.
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