Com o anúncio do preço da versão prévia do HoloLens para desenvolvedores, a Microsoft começa a liberar mais informações referentes ao produto. Os dados divulgados no documento exclusivo para desenvolvedores, disponível na Internet, revelam algumas limitações no aparelho, como uma resolução de imagem bem abaixo dos headsets concorrentes e apenas 900 MB de espaço interno.
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O gadget custará US$ 3.000 (R$ 12 mil), valor muito superior aos óculos de realidade virtual concorrentes, como Oculus Rift e HTC Vive (R$ 2.400 e R$ 3.100, respectivamente). A seguir, você vai conhecer os detalhes sobre o HoloLens, assim como a comparação com as demais alternativas.
Antes de discutir as especificações técnicas é importante lembrar que, tecnicamente, a invenção da Microsoft não é um headset de realidade virtual, como Rift, Vive e PlayStation VR. O HoloLens é desenvolvido para criar experiências de realidade aumentada, em que o usuário manipula hologramas que são criados na lente de óculos. Nos headsets concorrentes, a interação se dá em mundos virtuais criados do zero, no caso de jogos, ou em vídeos gravados em 360º.
Resolução baixa e densidade holográfica
O HoloLens começa atrás na comparação em termos de resolução. Segundo os dados técnicos da Microsoft, o dispositivo suporta uma resolução máxima de 1280 x 720 pixels para cada olho. Em comparação, Oculus Rift e Vive operam com 2160 x 1020 pixels por olho e o PlayStation VR tem 960 x 1080 pixels.
Resolução é um ponto muito sensível na realidade virtual, pois como os olhos ficam muito próximos das lentes, uma alta densidade de pixels evita que as imagens exibidas apareçam quadriculadas, algo que quebra a sensação de imersão.
Mas, na explicação presente na documentação da Microsoft, há argumentos que minimizam essa limitação. Segundo a empresa, o mais importante no uso do HoloLens é garantir que as imagens sejam atualizadas nas lentes a velocidades muito altas, já que o usuário não estará imóvel o tempo todo. O HoloLens deve operar a 60 quadros por segundo para impedir que a oscilação na velocidade que o sistema utiliza para atualizar as imagens cause mal estar e enjoos.
Densidade holográfica
Aqui entra a ideia de ter em mente que a comparação entre os óculos de realidade virtual com o HoloLens precisa ser feita com cuidado, já que as experiências de uso entre os dois formatos são diferentes.
Segundo a Microsoft, embora a resolução seja baixa para uma tela, é preciso medir a qualidade visual das imagens projetadas na lente do dispositivo pela ideia de “densidade holográfica”: basicamente, a fabricante diz que
De acordo com a empresa de Bill Gates, o HoloLens pode emitir imagens de até 2,5 mil radiants, unidade de medida que determina a quantidade de pontos que formam a imagem na lente, e 2,3 milhões de pontos de luz. É a combinação desses dois números que dá a densidade holográfica e determina a qualidade da imagem final exibida na lente.
Apps para HoloLens só vão funcionar em distâncias pré-determinadas
No documento é explicado que as imagens do HoloLens sempre serão exibidas para criar a sensação de que elas estão a dois metros dos olhos. Na avaliação dos criadores do headset, mais perto ou mais longe que essa distância pode provocar cansaço acentuado na visão e tornar a experiência de uso insatisfatória.
De muito perto, os hologramas acabam perdendo definição. Se a distância for demais, a imagem chega a sumir.
Restrição de memória
Ao contrário do Rift, Vive e PlayStation VR, o HoloLens é um dispositivo independente: tem seu próprio processador, memória RAM, espaço para armazenamento e o que mais fizer parte de um computador.
Esse design provoca limitações. Por exemplo, o HoloLens permitirá 900 MB para aplicativos e games, quantidade de espaço que pode acabar restringindo o surgimento de jogos e programas mais exigentes.
Por outro lado, Oculus Rift, HTC Vive e PlayStation VR não são confrontados com essa limitação. Esses acessórios usam o espaço de armazenamento e poder de processamento de computadores (ou, no caso do produto da Sony, do PS4).
Gravando hologramas
O headset vai permitir que o usuário capture a ação exibida nas lentes do aparelho. A gravação dos hologramas será acessível a partir de um app próprio, que rodará no dispositivo.
Será possível realizar capturas de tela e gravações e o usuário poderá inicia-las com o auxílio da assistente Cortana, que faz parte da versão do Windows 10, desenvolvida para rodar no aparelho.
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O tempo de gravação será limitado a três minutos e haverá dois modos: “realidade misturada”, em que a gravação captura hologramas e o ambiente em que eles são projetados. A resolução máxima para as imagens produzidas pelo recurso, sejam vídeo ou capturas de tela, será de 1408 x 792 pixels.
Controle remoto
No momento, o HoloLens conta com um app que permite o controle remoto do dispositivo, a partir de uma rede em comum.
Não há informações sobre a manutenção dessa ferramenta nas versões domésticas do HoloLens, que ainda serão desenvolvidas e lançadas. Mas, caso o app sobreviva ao ciclo, permitirá ao usuário acesso a algumas funções do gadget, mesmo à distância, como reescanear um ambiente e ter acesso ao que a câmera do óculos de realidade aumentada e hologramas “vê” à sua frente.
Conclusão
As especificações técnicas divulgadas pela Microsoft ajudam a compreender melhor como o HoloLens se compara com os óculos de realidade virtual.
Antes de considera-las decepcionantes, é interessante considerar que o dispositivo da Microsoft tem uma proposta mais voltada à produtividade, ao contrário de Rift, Vive e PlayStation VR, fabricados para o entretenimento. O dispositivo da Microsoft foi pensado para mudar a forma como interagimos com a tecnologia e com computadores, enquanto os concorrentes têm foco centrado em games e vídeos.
Via Microsoft
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