A 16ª edição do Fórum Internacional Software Livre (FISL), maior evento de tecnologias livres do mundo, encerrou sábado (11), em Porto Alegre. Foram mais de cinco mil participantes e 500 horas de atividades distribuídas nos quatro dias do evento. Para quem acompanha a agenda do software livre, guarde está data: A 17ª edição já foi marcada e acontecerá entre 13 a 16 de julho, em 2016.
Perdeu alguma palestra? Assista no site do FISL
O TechTudo esteve no FISL 16 cobrindo as atividades e palestra. Perdeu alguma coisa? Fizemos um resumo rápido; confira:
Quarta-feira (8), no FISL 16
O primeiro dia do evento contou com a presença de Fabrício Tamusiunas, gerente da NIC.br, entidade civil que mede a qualidade da Internet no Brasil. Tamusiunas explicou por que a Internet do Brasil é sempre classificada como uma das piores do mundo: as metodologias de medição internacionais de qualidade não levam em conta as desigualdades de conexão existentes dentro do nosso território. O executivo ainda revelou o município com a pior conexão do Brasil e um ranking completo por regiões.
Na palestra “Bitcoin: de ‘moeda nerd’ para instrumento de transformação do mundo”, o entusiasta Wladimir Crippa apresentou o Bitcoin, moeda virtual que dispensa bancos e regulamentação estatal, e que já é aceita por 150 lojas no país e gigantes como a Dell como forma de pagamento. A ideia foi mostrar o podre do Bitcoin para leigos e iniciados, além de sugerir "como começar".
Para mostrar que tecnologia livre não se limita a software e hardware, o arquiteto Arturo Vittori apresentou o Warka Water, tecnologia social que capta água em regiões de abastecimento precário à partir da condensação do ar. Ele é um dos 12 nomes importante que subiram ao palco em Porto Alegre.
Quinta-feira (9), no FISL 16
O segundo dia começou com o designer Cícero Moraes, com um encontro sobre modelagem 3D e o software livre PPTGui. Moraes constrói modelos tridimensionais de rostos a partir de fotos do crânio. A tecnologia pode ser usada para fins didáticos e arqueológicos, remodelando o rosto de hominídeos e de pessoas que viveram no passado ou ainda ajudar o trabalho da polícia de investigação forense.
Outro trabalho com potencial para ajudar a justiça é o OpenBR, algoritmo capaz de fazer máquinas reconhecerem pessoas pelos seus rostos, desenvolvido por Alessandro “Cabelo” Faria”. Faria esteve no FISL 16 para apresentar o OpenBR e o Certiface, sistema "livre" de biometria facial para evitar fraudes em lojas que já está em processo de adoção por alguns estabelecimentos comerciais.
Com a inevitável popularização de câmeras 3D num futuro próximo (a próxima geração de dispositivos móveis como celulares e tablets já terão uma embutida), Faria aposta na popularização de diversos usos da biometria facial, como, por exemplo, no reconhecimento para login em e-mails.
Sexta-feira (10), no FISL 16
O inventor do primeiro laptop em hardware livre do mundo, Sean Cross, contou no terceiro dia de FISL como realizou o seu sonho de criança de “construir um computador do zero”. Cross e seu amigo Andrew Huang, desempregados em Cingapura após o fechamento de uma companhia, apostaram tudo na ideia de um "computador livre" e conseguiram mais de US$ 700 mil em financiamento coletivo.
Outro grande palestrante do dia foi Jon “Maddog” Hall, diretor da Linux International e guru do software livre. Ele viajou ao FISL para apresentar o Projeto Cauã, que visa criar uma rede entre estudantes universitários de TI e pequenas empresas nos países em desenvolvimento. “Maddog” ministrou uma oficina do projeto no mesmo dia, para incentivar mais jovens a trabalhar com software livre. O TechTudo também bateu um papo com Maddog sobre tecnologia, liberdade e segurança; veja entrevista exclusiva.
Sábado (11), no FISL
O quarto dia teve mais Maddog, com a sua palestra “Programe eficientemente”, destinada a programadores buscando melhores resultados de suas máquinas. Outro destaque foi o alerta de Matthew Garrett, desenvolvedor especialista em segurança, que deixou toda a plateia nervosa ao dizer que um computador na verdade é formado por vários computadores – CPU, placas de vídeo e de som, disco rígido, até a webcam -, e nós não temos o menor controle sobre a maioria deles. Portanto, mesmo que o seu computador seja "100% livre", os “outros” computadores provavelmente não são.
No encerramento foi lançada ainda a plataforma antivigilancia.org, destinada à troca de informações sobre direitos de privacidade e liberdade de expressão na Internet. O site é direcionado para toda a América Latina. Perdeu algum conteúdo importante? Confira a página especial do FISL no TechTudo.
Tem vírus no Linux? Descubra essa e outras curiosidades no Fórum do TechTudo.
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