O Redmi Note 8 (Xiaomi) foi o segundo celular mais vendido do mundo no primeiro trimestre. O sucessor do Redmi Note 7 é um dos eletrônicos mais buscados e desperta o interesse do público por causa da câmera quádrupla de até 48 MP e bom desempenho com ficha técnica intermediária. Ele chegou ao país em 2019 pelo preço sugerido de R$ 1.799, mas atualmente é vendido no site oficial por R$ 2.699 – aumento de R$ 900. Nas linhas a seguir, saiba os pontos positivos e negativos após três semanas de testes.
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Câmera quádrupla versátil
O conjunto fotográfico do Redmi Note 8 reúne funções para todos os gostos. A câmera quádrupla inclui um sensor principal de 48 MP, ultra wide de 8 MP, macro de 2 MP e sensor de profundidade também de 2 MP.
O principal ponto forte é a versatilidade da câmera que abrange características dignas de celulares premium num aparelho intermediário. É possível capturar imagens mais amplas com a lente ultra wide e tirar fotos de objetos de perto com a lente macro, por exemplo.
O celular registra imagens nítidas na maior parte do tempo. O Redmi Note 8 apresenta uma tecnologia que junta quatro pixels em um para gerar arquivos finais de 12 MP. A Xiaomi também disponibiliza um modo que tira fotos de 48 MP, o que é bastante interessante para fazer cliques em ambientes com boa luminosidade. Também é possível realizar o modo retrato, famoso recurso que desfoca o fundo da imagem com o auxílio do sensor de profundidade.
O Redmi Note 8 decepciona em locais com pouca luz. As fotos ficam muito pixeladas e granuladas, algo que a gigante chinesa tenta amenizar com o modo noturno. Porém, o recurso praticamente não muda nada na imagem original e deixa bastante a desejar diante de rivais como o Moto G8 Plus (Motorola).
O Redmi Note 8 se destaca também pela ferramenta de gravar vídeos curtos. É como se a câmera do TikTok fosse embutida no app nativo do telefone. O recurso funciona muito bem e permite até mesmo adicionar uma música no fundo. O aparelho conta ainda com câmera lenta, time lapse e faz gravações em resolução 4K a 30 quadros por segundo.
O aplicativo de câmera apresenta diversas ferramentas interessantes. É possível tirar fotos panorâmicas e há também um modo profissional que permite selecionar as configurações de câmera manualmente. As funções são bem úteis para quem deseja tirar fotos de forma mais técnica.
A câmera frontal de 13 MP também faz bonito, com selfies nítidas. Há ainda um interessante controle de embelezamento nas fotos. Fica a critério do usuário escolher entre imagens que façam correções na pele ou fotos mais fiéis à realidade.
Outro ponto positivo é o efeito bokeh no sensor frontal. Nos nossos testes, o recurso conseguiu identificar corretamente o que está em primeiro plano e o que é o fundo do ambiente. O Redmi Note 8 surpreende num recurso que normalmente costuma ser impreciso em outros telefones.
Tela de 6,3 polegadas e Gorilla Glass 5
O Redmi Note 8 apresenta tela IPS LCD de 6,3 polegadas com resolução Full HD+ (2340 x 1080 pixels). O display do celular exibe imagens nítidas e é ideal para assistir vídeos e séries. Marca presença também a proteção do vidro Gorilla Glass 5 para momentos de queda e arranhões.
O gargalo está nas bordas que atrapalham em muitos momentos. Ao assistir vídeos, por exemplo, não há uma grande sensação de imersão. A parte inferior e as laterais do aparelho apresentam margens bem avantajadas, um indicativo de que a Xiaomi poderia ter aproveitado melhor a porção frontal do smartphone.
O notch em formato de gota não chega a ser um problema. O Redmi Note 8 ainda dá a opção de
A traseira do celular apresenta um vidro em acabamento gradiente. O visual chama bastante a atenção e é digno de celular premium. As câmeras ficam saltadas, mas a capa protetora inclusa na caixa deixa o corpo do smartphone plano.
Desempenho e armazenamento
O smartphone da Xiaomi apresenta desempenho impecável para surfar na internet e navegar nas redes sociais. O celular também não engasgou no uso de aplicativos como Instagram, Facebook, Twitter, YouTube, Telegram e WhatsApp. Além disso, fez bonito ao rodar jogos como Call of Duty Mobile, Free Fire, PUBG, Subway Surfers e Gangstar Vegas com configurações no máximo. Houve travamentos em games com gráficos mais pesados, como Asphalt 9 e Real Racing 3.
A ferramenta Game Turbo vem instalada de fábrica e reúne funções que melhoram a experiência com os jogos. É possível verificar o uso do poder computacional do smartphone e até mesmo gravar a tela de forma simples, um prato cheio para os jogadores que também postam conteúdos na web.
A ficha técnica inclui um processador Snapdragon 665 (octa-core de até 2 GHz) da Qualcomm, memória RAM de 4 GB e GPU Adreno 610. Em relação ao armazenamento, há versões com 64 GB e 128 GB de armazenamento. Caso o usuário precise de mais espaço para dados, o celular ainda tem suporte para cartão microSD de até 256 GB.
Um ponto fraco do Redmi Note 8 é o áudio. O alto-falante apenas mono é baixo demais até quando está no máximo. Além disso, distorce bastante o som em volumes mais altos. A situação fica ainda pior porque a caixa do aparelho não acompanha fones de ouvido. Ou seja, quem não tiver fones em casa terá de desembolsar mais para adquirir o item separadamente.
Bateria para o dia todo
O Redmi Note 8 conta com bateria de 4.000 mAh que oferece autonomia para deixar o smartphone longe das tomadas o dia inteiro. Até mesmo com uso mais pesado o celular não precisou ser recarregado durante o dia e chegou a ficar 20 horas ligado.
Os testes incluíram navegação em redes sociais por duas horas e meia e mensageiros como WhatsApp e Telegram por sete horas. Além disso, jogatina de Call of Duty Mobile e Subway Surfers por duas horas e meia e streaming de música pelo Spotify por três horas e meia. O celular rodou ainda três horas de vídeos no YouTube e Netflix.
No entanto, o telefone da Xiaomi deixa a desejar no tempo de recarga. O carregamento rápido acaba sendo lento e pode ser um problema para usuários que precisam de mais energia após um pit stop rápido. Nos nossos testes, uma hora de carga reabasteceu apenas 57% da bateria e para chegar a 100% foi necessário esperar 2h15 com o aparelho conectado ao carregador de 10 W de potência.
Também percebemos que o celular às vezes desliga quando a bateria está em 5%. Não é ideal.
Android 9 (Pie) e MIUI 11
O sucessor do Redmi Note 7 sai de fábrica com o Android 9 (Pie) e interface MIUI 11, própria da Xiaomi. Mesmo não rodando o Android 10, versão mais recente do sistema do Google, a MIUI traz o modo escuro que torna a tela mais confortável para usar à noite.
Outro recurso interessante chamado Segundo Espaço permite criar dois perfis em um mesmo celular. Por exemplo, dá para separar um ambiente corporativo e outro pessoal. Na prática, é como se existissem dois telefones num mesmo dispositivo. A tecnologia funciona muito bem e ajuda a focar no que é importante naquele momento do dia.
Além disso, a MIUI também possibilita duplicar aplicativos. A função é útil para usar duas contas diferentes no WhatsApp, Facebook, Twitter, Instagram. Por outro lado, a interface se distancia bastante do chamado Android puro, com grandes modificações em relação ao sistema Android original.
O telefone da Xiaomi também tem recursos adicionais como a impressão digital na traseira que apresentou bons resultados e o reconhecimento facial que é melhor ainda. Basta pegar o celular e apontar para o rosto para destravar o smartphone. Como o processo é feito com bastante rapidez, muitas vezes passa despercebido.
Entretanto, não há nenhuma certificação de resistência à água e nem NFC para realizar pagamentos por aproximação.
Vale a pena comprar o Redmi Note 8?
O Redmi Note 8 reúne funções dignas de celular premium em um smartphone intermediário. Pena que o preço seja semelhante ao de telefones mais avançados. Com a alta do dólar, o aparelho da Xiaomi teve acréscimo de R$ 900 no site oficial. Até mesmo o Redmi Note 9, versão mais recente da linha, é vendido por R$ 2.499, ou seja, R$ 200 mais barato. Isso significa que a compra não deve valer a pena para a maioria dos usuários.
Vale lembrar que a Xiaomi se tornou o principal alvo de contrabandistas, que oferecem dispositivos da marca em sites de compra e venda. São equipamentos sem nota fiscal, sem garantia e sem a certeza de que funcionam no 4G de 700 MHz. Por isso mesmo, são mais baratos.
Há opções mais em conta com especificações semelhantes, como é o caso do Moto G8 Plus (vendido na faixa de R$ 1.200) e o Galaxy A51 (por cifras que partem de R$ 1.700).
Em resumo, o Redmi Note 8 é mais indicado para pessoas que prezam bastante pelo conjunto fotográfico e que querem uma câmera versátil. Pode ser uma aquisição interessante também para quem deseja funções que não são vistas no Android original, como o recurso de Segundo Espaço e de duplicar aplicativos.
A bateria também é um ponto forte por deixar o usuário despreocupado com o carregamento ao longo do dia.
Ficha técnica do Redmi Note 8
- Tamanho da tela: 6,3 polegadas
- Resolução da tela: Full HD+ (2340 x 1080 pixels)
- Painel da tela: LCD
- Câmera principal: quádrupla, 48, 8 e 2 e 2 MP
- Câmera frontal (selfie): 13 MP
- Sistema: Android 9 (Pie) - MIUI 11
- Processador: Snapdragon 665 (octa-core de até 2 GHz)
- Memória RAM: 4 GB
- Armazenamento (memória interna): 64/128GB
- Cartão de memória: sim, microSD de até 256 GB
- Capacidade da bateria: 4.000 mAh
- Telefonia: Dual SIM (nano SIM)
- Dimensões e peso: 158,3 x 75,3 x 8,4 mm; 190 g
- Cores: azul, preto e branco
- Início das vendas no Brasil: novembro de 2019
- Preço de lançamento: R$ 1.799
- Preço atual: R$ 2.699
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