O Zoom, programa para videoconferência, começará a liberar criptografia de ponta-a-ponta a partir de julho de 2020. O software ficou famoso após atingir recorde de uso em meio ao isolamento social por conta da pandemia. O volume diário de usuários teria passado de 10 milhões para 200 milhões repentinamente. Com a novidade, as chamadas de voz e vídeo terão proteção semelhante à oferecida em ligações do WhatsApp.

A empresa já havia anunciado o recurso, mas apenas para usuários de contas pagas. Agora, a vantagem será liberada para todos, conforme revelado na última quarta-feira (17). A nova criptografia, no entanto, irá requerer passos adicionais no cadastro e limitará algumas funções. Além disso, será preciso ativá-la manualmente.

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Por padrão, todas as chamadas continuarão a ser codificadas com a tecnologia AES 256 GCM, que protege dados em trânsito. Para obter um nível maior de proteção, o anfitrião de uma videoconferência deverá ativar a criptografia de ponta-a-ponta nas configurações.

Em nota à imprensa, o Zoom explica que a tecnologia de criptografia de ponta-a-ponta recebeu aporte da comunidade de especialistas em segurança. A empresa diz que o padrão desenvolvido corresponde a um meio termo entre privacidade e segurança.

Ao habilitar o recurso, o software não permite, por exemplo, que convidados participem com áudio vindo de linhas telefônicas convencionais. Além disso, não é possível realizar reuniões com aparelhos especializados em videoconferência. A criptografia do Zoom, portanto, pode tornar o programa menos atrativo para empresas.

A empresa, vale lembrar, se viu no centro de uma polêmica após ter 500 mil dados de login vazados na dark web. Desde então, a companhia com sede em San Jose, na Califórnia, desenvolveu uma nova versão que corrige vulnerabilidades. No entanto, também são inúmeros os casos invasão de reuniões, fenômeno chamado de zoom bombing. A criptografia aprimorada surge como uma chance de evitar problemas do tipo.

Para obter a proteção adicional, o usuário deverá informar um número de celular atrelado à conta. Dessa maneira, reuniões que ocorrem no ambiente seguro só poderiam ser invadidas por usuários com verificação, o que diminuiria as chances de ataques.

A expansão da criptografia para todos também alivia a pressão de especialistas em segurança. Recentemente, quando anunciou o recurso apenas para contas pagas, o CEO da empresa, Eric Yuan, chegou a dizer que a companhia poderia colaborar com investigações do FBI e outras autor

... idades, levantando dúvidas sobre o acesso a dados sigilosos. Com a criptografia, em tese, essa chance seria eliminada. Assim como o WhatsApp, nem o próprio Zoom teria acesso às conversas.

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